Seis alunas da rede pública do Rio Grande e de São José do Norte tiveram um início de ano diferente em 2024. O projeto nacional Futuras Cientistas, realizado pelo grupo Gurias na Ciência, do Programa de Pós-graduação em Química Tecnológica e Ambiental (PPGQTA) da Escola de Química e Alimentos (EQA), levou o pequeno grupo de jovens bolsistas até o ambiente acadêmico para discutir o tema "Química Forense e Violência contra a Mulher".
Estudantes do C3 apresentam solução industrial para a empresa Denso do Brasil
Aniversário da Revista Vetor foi celebrado em live especial nesta quinta, 19
Professor e egresso da FURG emitem nota técnica sobre impactos das queimadas no Brasil
As aulas iniciaram em 4 de janeiro e se estenderam até o dia 31, com atividades práticas e presenciais no prédio da EQA. O programa é desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), que concede bolsas de estudos durante as férias de verão para meninas que estão cursando o ensino médio em escolas públicas.
"Além das bolsas, o programa fornece também o material necessário para realizar essa imersão teórica-experimental", explica a professora Vânia Lima, da EQA, que coordena o Gurias na Ciência. Segundo ela, a FURG concorreu com instituições de ensino dos 27 estados brasileiros, conquistando a aprovação pela primeira vez.
Uma das participantes foi Maya da Silveira Marangoni, 16 anos, estudante da E.E.E.M. Silva Gama. "Apesar de não ser minha área, resolvi experimentar a química por ter vontade de vivenciar coisas novas. E não me arrependo nem um pouco! Participar do projeto foi uma experiência incrível, principalmente porque não há incentivo para a ciência e educação no nosso país", comenta ela. "Ter estudado por um mês numa universidade federal, sendo estudande do ensino médio em escola pública, é algo inimaginável. Realmente impactante! Sem contar que nosso núcleo foi super acolhedor, o que tornou a experiência ainda melhor. Não pretendo seguir nessa área, mas é uma experiência que vou levar para a vida".
Entre os experimentos realizados, estiveram a construção de bafômetro, extração de DNA e datiloscopia. Palestras com profissionais também abordaram a questão de violência contra a mulher e como a química forense pode auxiliar no combate à violência doméstica.
No último dia de imersão científica, as estudantes estiveram envolvidas com um estudo de caso que utilizou toda a construção de conhecimento durante o mês. Buscando resolver o caso do homicídio de Sofia, personagem fictícia da história, elas coletaram vestígios da cena construída e, com isso, realizaram os testes e experimentos previamente feitos em aula. No dia 30 de janeiro, as meninas fizeram sua apresentação nacional do trabalho realizado ao longo do curso.
Visibilidade para pesquisadoras
Celebrado neste dia 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Capitaneada pela ONU Mulheres em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a data tem o intuito de dar visibilidade para pesquisadoras femininas, para que a celebração das conquistas das mulheres na ciência inspire outras a seguirem o caminho científico, a fim de alcançar a igualdade de gênero na ciência.