Por vezes confundidas como ervas daninhas, as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Panc) têm ganhado cada vez mais espaço no contexto regional, se mostrando uma alternativa na busca por diversidade alimentar e trazendo impactos positivos à renda de agricultores e agricultoras.
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Os vídeos são liberados todas as sextas-feiras, às 18h, e buscam explicar, de forma didática, quais são as características principais de cada planta, auxiliando em seu reconhecimento. O conteúdo foi produzido entre 2020 e 2021 e já havia sido divulgado nas redes sociais do projeto, mas foi repaginado e conta agora com tradução em libras e legendas em português.
Para a coordenadora do Pancpop e docente do Campus São Lourenço do Sul nos cursos de Agroecologia, Educação do Campo e Gestão Ambiental, Jaqueline Durigon, a iniciativa de fortalecer a acessibilidade das produções audiovisuais vai ao encontro da perspectiva do projeto, que procura aumentar o acesso à informação da população.
“A visão de mundo do projeto já é uma visão inclusiva, de que esses saberes, fazeres e conhecimentos cheguem para todos. E a gente entendeu que necessitaria utilizar outra língua e outras ferramentas”, explica Jaqueline, ressaltando que o Pancpop “entende que a popularização parte exclusivamente por um processo de inclusão”. Assim, para a tradução em Libras se estabeleceu uma parceria com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) do Campus São Lourenço, a partir da atuação da intérprete Cristina Vigorito.
Jaqueline ressalta que a identificação correta é fundamental para a segurança no consumo das Panc. “A gente tem que ter muito cuidado ao consumir uma planta, ela de fato tem que ser alimentícia, não pode ser uma espécie tóxica ou que vai produzir uma reação indesejada”, aponta.
O Pancpop
Instituído como um projeto de extensão da universidade em 2018, atualmente o Pancpop conta com uma equipe de aproximadamente vinte pessoas, entre professores e principalmente, estudantes. Jaqueline, no entanto, relembra que a essência do projeto já existia antes mesmo da sua formalização. "As discussões, os questionamentos, os encontros para debater esse tema antecedem 2018, e é muito interessante porque o projeto surge a partir das demandas dos estudantes do Campus de São Lourenço do Sul, principalmente dos estudantes do curso de Agroecologia que já viam nas Panc um tema muito importante para a construção do conhecimento agroecológico”, diz.
Estruturando sua prática em três pilares (sensibilização, formação e intervenção), a equipe atua junto aos agricultores e agricultoras de base agroecológica do município e região sul, com os consumidores e consumidoras da feira livre de São Lourenço do Sul e com as populações tradicionais do território. Apesar do foco ser a extensão universitária, também se busca, segundo a coordenadora, trabalhar a temática na dimensão do ensino e da pesquisa, trazendo os conteúdos para a sala de aula e fomentando estudos científicos que ampliem e sistematizem o conhecimento sobre as Panc.
No momento, quatro bancas agroecológicas comercializam Panc na feira municipal e, de acordo com pesquisa desenvolvida na FURG, que comparava dados de 2018 e 2020-2021, o número de Panc ofertadas na feira quase que duplicou em apenas dois anos. "A gente vem caminhando, vem construindo isso e as Panc encontraram um terreno fértil aqui em São Lourenço do Sul para se desenvolverem, para florescerem, para frutificarem e se tornarem o que são hoje. A cidade e, principalmente, a feira livre do município, são referência no resgate do conhecimento das Panc e na comercialização", relata Jaqueline.
Oficina Panc na Acolhida Cidadã
A oficina “Cores e Sabores: Desvendando as Panc” acontece nessa sexta, 29, das 13h às 15h, no Prédio 1 do Campus São Lourenço. A atividade trabalhará com as dimensões sensoriais das Panc, estabelecendo uma reconexão dos presentes com a natureza e com os alimentos. Várias plantas serão trazidas para que os participantes despertem os seus cinco sentidos.
Neste ano, como as atividades estão sendo retomadas com os cuidados contra a covid-19, o grupo optou por não fazer preparação de alimentos junto com os participantes. Ao final da oficina, alimentos produzidos pela equipe serão entregues aos presentes para consumo posterior.
As oficinas da PancPop estão na programação da Acolhida Cidadã do Campus São Lourenço desde 2017, e costumam ser muito esperadas. "É um momento muito especial para o projeto e para a FURG, de integração, de acolhimento, e também de despertar (...) quando as pessoas estão chegando na FURG elas querem se surpreender, e a oficina tem tido muito sucesso nesse sentido”, afirma Jaqueline, relembrando que a partir da Acolhida novos estudantes acabam se integrando ao Pancpop.
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