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Kilombo Literário e Linguagens Negras representam a FURG-SLS no 1º Congresso Internacional de Afrofonia

Projetos destacam práticas de linguagem antirracistas e o protagonismo de mulheres negras quilombolas

Os projetos Kilombo Literário e Linguagens e Expressões Negras na Escola, vinculados ao curso de Letras do Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS), participaram do 1º Congresso Internacional de Afrofonia, realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

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As ações foram apresentadas no simpósio “Linguagem, artes, subjetividade negra e racismo epistêmico: por uma educação afrofônica”, reforçando o compromisso da Universidade com práticas de linguagem antirracistas e com o protagonismo de mulheres negras e quilombolas.

As apresentações abordaram os temas “Linguagens e Expressões Negras na Escola” e “Kilombo Literário: interdisciplinaridade em práticas de linguagem antirracistas”, conduzidas pelas professoras Aline dos Santos, Letícia Chaplin, Faustia Fanka e Charlene Santana.

De acordo com a professora Aline dos Santos, o momento foi significativo por marcar a primeira socialização das ações do projeto em um evento acadêmico. 

“O Kilombo Literário, coordenado por mim, é parte do projeto Linguagens e Expressões Negras na Escola, que ainda inclui os projetos Verso a Verso e Poesia fora da Caixa, coordenados pela professora Letícia. Foi um momento muito especial, pois contou com o protagonismo da professora Faustia Fanka, da educação básica, e de mulheres negras quilombolas e pesquisadoras, como Charlene e Ana Teresa Santana”, destacou.

Para a docente Letícia Chaplin, a participação no congresso consolida um movimento que vem se fortalecendo no curso de Letras.

“Foi uma participação muito marcante para o projeto, porque ele é um projeto ainda bastante inicial, ele ainda está engatinhando, ele começou este ano. Ele deu origem à criação de um núcleo dentro do curso de Letras, que é um núcleo de estudos em linguagens e literaturas na escola. Não tem ‘negra’ no nome do núcleo porque a gente pretende trabalhar com outros projetos que não sejam só de caráter antirracista, mas foi a participação nesse projeto de Linguagens e Literaturas Negras na Escola que deu essa ideia de que a gente precisava criar uma referência loca para as escolas, para os estudantes, de práticas pedagógicas mais democráticas, mais inclusivas e menos racistas”, explicou.

Segundo Charlene Santana, mulher negra e quilombola, representar o Kilombo Literário no congresso foi motivo de grande satisfação.

“O nosso projeto foi muito elogiado por ter esse diferencial em trabalhar com rodas de conversas que, na atualidade, com o uso das tecnologias, não são realizadas com tanta frequência. Outro fator foi o do projeto trabalhar única e exclusivamente com literatura negra, onde cada pessoa pode contribuir com a leitura de livros ou poemas levados pela equipe do projeto, ou levar a sua produção”, contou.

Por fim, Charlene ressaltou o impacto afetivo das ações, marcadas por trocas de saberes, aprendizados e energias, compartilhando campo foi a sua participação.

“Foi de extrema importância. Nesses (re)encontros realizamos, além de trocas de aprendizados e trocas de saberes, trocas de energias e de afetos. A cada encontro é uma surpresa, não sabemos quem vai estar e como será esse encontro. No final de cada encontro, os relatos são sempre muito positivos, e dificilmente alguma pessoa sai sem se emocionar, inclusive nós, que nos preparamos para o encontro”, concluiu.

 

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