Na última quinta-feira, 1º, estudantes do curso de Agroecologia da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS), matriculados na disciplina de Sistemas Agroflorestais e Fruticultura, visitaram o Centro de Educação Ambiental da Mata Atlântica (Ceama), situado na localidade de Sesmaria, no interior de São Lourenço do Sul.
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Para o professor Márcio Gonçalves, responsável por ministrar a disciplina, o cultivo agroflorestal traz potencialidades e desafios aos futuros agroecólogos. “Os sistemas agroflorestais compreendem uma forma de fazer agricultura especial, agregando a produção agrícola com a convivência com a floresta. Isso representa um desafio e uma oportunidade: um desafio pois depende de adaptações e aprimoramentos tecnológicos nos sistemas de produção, e uma oportunidade pois através do uso da força vital da floresta podemos produzir de forma mais barata e com mais qualidade”.
O docente explica que apesar de recente no cenário brasileiro, a utilização de princípios agroflorestais na produção de frutas tem se mostrado como uma estratégia muito promissora. “Já contamos com sistemas muito desenvolvidos nas culturas dos citros (laranjas e bergamotas), do cacau, da banana, do café e das frutas nativas. Outros sistemas estão sendo desenvolvidos neste momento. Um dos exemplos mais impactantes é a de produção de citros no Vale do Caí, onde a utilização de sistemas agroflorestais zerou a necessidade de utilização de agrotóxicos e de adubos químicos de alta solubilidade, propiciando o cultivo orgânico”.
Márcio diz que na zona sul do estado, região que São Lourenço do Sul está inserida, a uva e as frutas nativas são o carro-chefe dos sistemas agroflorestais, porém este tipo de cultivo está em expansão na região, e a cada ano surgem novidades. “Nas atividades com o Ceama sempre buscamos nos atualizar em relação ao desenvolvimento dos sistemas de produção na própria área da entidade, assim como conversamos sobre aspectos do cenário regional e nacional sobre sistemas agroflorestais. Dois assuntos que foram muito pertinentes foram a condução das videiras e o controle de doenças com tratamento de inverno. Outro ponto alto da atividade é a execução de algum itinerário técnico, que nesta oportunidade constou de uma pré-poda no pomar de goiabeira, ou seja, preparamos os pés para a poda de frutificação, que se dará em outubro ", relata.