DIVERSIDADE

FURG celebra Dia Internacional do Orgulho LGBTI+

Data relembra manifestações da Revolta de Stonewall, nos EUA, em 1969

O Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ é celebrado nesta segunda-feira, 28 de junho. Nesta data tão importante de resistência e celebração de identidade, a FURG reafirma o seu papel de combate e enfrentamento aos preconceitos.

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Um grupo constituído por docentes-pesquisadores/as do Instituto de Educação, mestres/as e mestrandos/as, doutores/as e doutorandos/as, bolsistas de iniciação científica e licenciandos/as tem se dedicado a pesquisar questões centrais no estudo da sexualidade. Entre os temas debatidos pelo Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola (Gese), estão identidades de gêneros e sexuais, diversidade sexual, configurações familiares, homofobia, os corpos, prazeres, desejos e as doenças sexualmente transmissíveis. Segundo a coordenadora Paula Ribeiro, o Gese ressalta o seu compromisso em promover/construir uma escola e uma sociedade que reconheçam as diferenças. "Mais uma vez nossos/as/es estudantes nos apontam o caminho por meio da arte, apontando para a sensibilidade, empatia, solidariedade e sororidade que precisamos todo dia exercer. Continuamos na luta contra o preconceito e a discussão das temáticas de gênero e sexualidade no espaço escolar", afirma ela.

Primeiro homem trans a se tornar arqueólogo no Brasil, Shay Rodriguez relembra sua trajetória na universidade. "Ingressei na FURG em 2015, aos 17 anos, no curso de Arqueologia. E foi nesse momento que me apresentei como Shay e, em 2016, me afirmei como homem trans", recorda o estudante. "No mesmo ano conheci o grupo Transformando Vidas e o Gese, e também pessoas incríveis que me ajudaram bastante no meu processo de ser um pesquisador. Nasci no Uruguay e não sou naturalizado aqui no Brasil, então, por ser estrangeiro, não tenho como mudar meu nome civil. Me sinto muito acolhido na FURG, por me reconhecerem e por colocarem meu nome social no sistema, mesmo não tendo a retificação e nem a carteira de nome social. Fui muito feliz na graduação, tive professores incríveis, em especial a professora Adriana Fraga da Silva. Me formei em 2019. E no mesmo ano entrei para o programa de pós-graduação em Educação da FURG. Tenho muito a agradecer ao apoio da Prae na minha permanência na universidade, pois sei da 'realidade' na qual estou inserido sendo uma pessoa trans. Temos dificuldade em permanecer na escola, no ensino básico, então ver mais pessoas trans entrando na graduação e pós-graduação é uma resistência e não um privilégio. E a luta se faz necessária para que todas as pessoas trans permaneçam no ambiente acadêmico, combatendo a transfobia institucional que nos cerca. Penso que qualquer espaço que seja acolhedor é por conta das pessoas que habitam nele. O espaço acadêmico em si não é nada acolhedor, ainda mais para pessoas trans. Mas me sinto muito querido por pessoas maravilhosas que conheci na FURG. Com todas as dificuldades que enfrento e que se agravam pela transfobia, eu sei aonde recorrer e ter apoio. Gratidão, FURG, por ter me acolhido - e por pensar em formas diversas de acolhimento às diferenças".

Entre outras propostas da atual administração da FURG acerca do público LGBTI+, está a ampliação das ações afirmativas desenvolvidas pela universidade, especialmente por meio das políticas de ingresso. Assim, atualmente está em discussão a intenção da gestão em elaborar e instituir um processo seletivo específico para pessoas trans e travestis. Para cuidar dessa e de outras questões, foi criada a Coordenadoria de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidades (Caid), cujo propósito é fomentar a equidade, no ambiente universitário, por meio da criação e incremento de políticas e programas que viabilizem o acesso, a inclusão, a permanência de pessoas com deficiência e aquelas que são alvo de discriminação por motivo de gênero e de orientação sexual, entre outros segmentos geracionais e étnico-raciais.

História
Em 2019, a FURG recebeu uma homenagem pelos trabalhos prestados em prol da população LGBTI+ durante sessão solene dos 50 anos da Rebelião de Stonewall. O evento ocorreu no plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em Brasília. A data marca o dia em que gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis que frequentavam o bar Stonewall Inn, em Nova York, se rebelaram contra a repressão preconceituosa da polícia e reivindicaram direitos civis em uma marcha pelas ruas da cidade americana.

Playlist no Spotify
Para entrar no clima do Dia do Orgulho LGBTI+, a FURG criou uma playlist temática em seu perfil no Spotify. Clique aqui e confira.