AGENDA SOCIAL

Eventos na FURG celebram mulheres negras latino-americanas e caribenhas

Nesta terça, 25, uma live abordará desafios da mulher negra pesquisadora no Brasil

Foto: Fernando Halal/Secom

Uma série de eventos promovidos pela FURG ao longo do mês marcam a passagem do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, celebrado neste dia 25 de julho.

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Dentro da programação da Agenda Social da universidade, acontece nesta terça-feira, 25, a live "Os desafios de ser uma mulher negra pesquisadora no Brasil". O evento inicia às 14h, no canal da FURG no YouTube, e contará com a presença de professoras e técnicas da FURG que realizam e participam de projetos de pesquisas relevantes para a comunidade acadêmica. O objetivo é também celebrar o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, comemorado no dia 8.

O bate-papo ao vivo abordará a atuação dessas mulheres como pesquisadoras, e quais são as perspectivas para o seu campo de pesquisa. Cinco participantes irão discutir o tema: além da mediadora Elina Rodrigues de Oliveira, quatro convidadas vão representar os campi da FURG - Vânia Rodrigues de Lima, professora associada na FURG e coordenadora do projeto de extensão Gurias na Ciência (campus Rio Grande); Juliana Soares, mulher negra do Kilombo Coxilha Negra e militante do Movimento de Consciência Negra Kizumbi e do Grupo de Mulheres Negras Mene (campus São Lourenço do Sul); Clediane Nascimento Santos, docente nos cursos de Hotelaria, Turismo e Tecnologia em Eventos (campus Santa Vitória do Palmar); e Marcia Victoria Silveira, docente substituta do IFRS e técnica em laboratório/química da FURG (campus Santo Antônio da Patrulha).

Reflexão e luta
Em São Lourenço do Sul, o Kilombo Literário é um projeto cultural vinculado à universidade, onde são realizadas práticas de leitura coletiva de produções de autoria negra. Para a bolsista Ana Teresa Santana, integrante do coletivo, o dia de hoje é "mais um dia de luta e de reflexão sobre a condição da mulher negra no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Estamos muito aquém, ainda, de alguma conquista relevante. A grande maioria das mulheres pretas ainda estão fora do mercado de trabalho, estão em moradias precárias, choram dia e noite a morte de seus filhos. O racismo continua latente, principalmente entre as mulheres, e está em todos os setores". Ainda segundo ela, as mulheres pretas sempre escreveram, "e o nosso coletivo dá a oportunidade de mostrar que elas existem, e de você conhecer autoras para além de homens e mulheres brancos".

Na opinião da professora Marcia Silveira, vinculada ao campus Santo Antônio da Patrulha, trata-se de uma data marcante para um grupo que "tradicionalmente é visto como vulnerável para sociedade. Uma parcela com grande potencial, mas com oportunidades minimizadas ou nulas. Assim, angústias e inquietações são geradas, no sentido da ampla divulgação da luta e conquista deste dia. As nossas meninas sabem que esta data existe? Entendem a importância e desafios associados? As redes sociais promovem uma divulgação sobre o tema, mas deveríamos conhecê-lo desde a Educação Básica para que hoje mais e mais mulheres estejam engajadas na luta. Infelizmente, ainda não está acessível a todas meninas e mulheres negras, latino-americanas e caribenhas, e também afro-brasileiras, mas este é meu papel como uma representatividade em formação atuando junto com pesquisadoras e amigas - Emanuele F. Lessa, Vânia Lima, entre outras. A ocupação de espaços dentro e fora da academia reforçam e permitem a divulgação da grandeza e potencial das mulheres cientistas negras na América Latina, Caribe e também no Brasil".

Representante do Grupo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar Lélia Gonzalez, Gabriele Costa diz que o coletivo tem como objetivo principal "criar, desenvolver e compartilhar pesquisas, estudos e escrevivências", conceito criado pela escritora e linguista Conceição Evaristo. "Este é um dia para refletir que, enquanto coletivo, ainda precisamos lutar todos os dias contra todos os tipos de discriminação, pensando na criação de políticas públicas voltadas às mulheres que seguem à margem", destaca. 

A Dança de Ogum
No último dia 20, a Companhia de Dança Afro Daniel Amaro trouxe ao Cidec-Sul o espetáculo "A Arqueologia Também Dança – A Dança de Ogum", coreografado por Daniel Amaro e Paco Gomes.

A apresentação integrou a programação do 10º Festival de Artes Corporais do Rio Grande e do 5º Seminário de Estudos e Pesquisa em Educação Física e Danças, que este ano teve como tema “Enegrecer”. A promoção foi da FURG, por meio da professora Leila Finoqueto, com apoio da Diretoria de Arte e Cultura (DAC) da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc).

Além da apresentação, o Laboratório de Museologia Colaborativa (Colab) expôs, no saguão do Cidec, objetos escavados pela equipe do Laboratório de Estudos Interdisciplinares de Cultura Material (Leicma) da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel).

"Que possamos ter uma universidade que trabalhe na garantia dos direitos, da arte e da cultura", disse a diretora de Arte e Cultura, Débora Amaral, ao final do evento.

 

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Galeria

Espetáculo "A Arqueologia Também Dança" foi apresentado no Cidec-Sul no dia 20

Fernando Halal/Secom