RUMO À COP30

Conferência mobiliza estudantes em todo o país a imaginar o futuro do mundo

FURG colabora com MEC e ministérios parceiros na construção da 6ª Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente

O que pode a juventude brasileira contra a grave crise socioambiental contemporânea, seus atravessamentos e efeitos? Imaginar. Para começar, pode imaginar. A 6ª   (CNIJMA), que será realizada de 6 a 10 de outubro, em Brasília, aposta na criatividade de estudantes do ensino fundamental de todo o país para pensar soluções frente às mudanças climáticas.

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Referência nacional em educação ambiental, a Universidade Federal do Rio Grande - FURG é parceira dos ministérios da Educação (MEC) e do Meio Ambiente e Mudanças no Clima (MMA) na organização do evento, que faz parte do movimento de preparação do Brasil para a Conferência do Clima (COP30), em Belém (PA), no mês de novembro. 

Considerada política de Estado desde 2003, a CNIJMA mobiliza milhões de estudantes em todo o país em torno de temas ambientais e climáticos. Para esta edição, o mote escolhido foi “Vamos cuidar do Brasil com educação e justiça climática”, incentivando escolas a desenvolverem projetos que proponham soluções para os impactos das mudanças ambientais globais.

 Pretexto pedagógico

Existe no país uma lei, chamada Política Nacional de Educação Ambiental e Mudanças Climáticas, que estimula iniciativas, ações, projetos e programas voltados tanto a ensino formal quanto a não formal e informal para desenvolver novas habilidades, comportamentos e atitudes e, a partir disso, enquanto sociedade, termos a capacidade de definir e criar saídas à crise climática.

No âmbito dos ministérios da Educação e do Meio Ambiente e Mudanças no Clima, há um conjunto de ações em curso que visam a gerar capacidade de análise e solução dessas crises. Entre essas ações está a conferência, que envolve etapas escolares, municipais, estaduais e culmina no encontro nacional, reunindo cerca de 800 estudantes delegados de diferentes regiões, incluindo comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

“É um encontro multicultural, com pessoas que estão inseridas em diferentes biomas, contextos socioeconômicos, políticos e culturais”, afirma José Vicente de Freitas, do Programa de Pós-Graduação Ambiental (PPGEA) e coordenador técnico da cooperação. “Essa iniciativa se apresenta como um pretexto pedagógico, que estimula a mobilização das escolas, dos professores e dos seus alunos”, explica o professor.

“A proposta é de que, nas escolas, se possa discutir esses temas e, a partir da discussão, a ideia é que os alunos sejam capazes de bolar, de conceber, de imaginar projetos que ajudem na solução, no equacionamento desse problema”, diz. O objetivo é preparar os jovens para o exercício da cidadania ambiental e o enfrentamento dos grandes desafios do século 21.

Representantes do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, 80 escolas públicas participaram da etapa estadual — 40 da rede estadual e 40 da municipal. A comitiva gaúcha na fase nacional é formada por 25 integrantes — 19 delegados eleitos e seis acompanhantes. Rio Grande terá como representantes na conferência nacional os delegados Luan Quaresma Caseira, de 14 anos, estudante do 9º ano da Escola Municipal Sylvia Centeno Xavier, com “Direito de ir e vir” — Rap da Ilha [dos Marinheiros]; e Pedro Raí Pereira Alves, de 11 anos, estudante do 6º ano da Escola Municipal Dolores Garcia, com “Transformando lixo em arte”.

 Pioneirismo e participação da FURG na construção da 6ª CNIJMA

A Política Nacional de Educação Ambiental e Mudança Climática do Brasil é coordenada por meio de um órgão gestor que envolve dois ministérios — o da Educação e o do Meio Ambiente e Mudanças no Clima, de forma coordenada. O primeiro cuida das iniciativas de educação ambiental no sistema formal e o segundo, dos processos pedagógicos em educação ambiental no âmbito não formal e informal. Esses dois ministérios sempre trabalham e fazem o chamamento juntos da conferência. Nesta 6ª edição, há um terceiro ministério envolvido, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), dentro do qual está situado o  , dedicado à prevenção de riscos de eventos extremos no país.

O MEC acessa e propõe acordos de cooperação e parceria com a FURG em educação ambiental há anos, em especial com o professor José Vicente, enquanto pesquisador sênior. Como a Coordenação de Educação Ambiental para a Diversidade e Sustentabilidade do ministério não dispõe de equipe que seja capaz de gerar a articulação necessária no país, o órgão tem convidado a FURG para auxiliar nesse processo, considerando todo pioneirismo e especialidade da Universidade no campo.

“Nós temos o único Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental do país (PPGEA) e também experiência de coordenação da área no próprio MEC. Eu já coordenei essa área no Ministério da Educação, no Ministério do Meio Ambiente, nós temos muita experiência na execução de políticas públicas. Como o ministério não tem recursos, ele nos convida para ajudar nessa mobilização”, conta José Vicente. “E tem sido muito exitosa essa nossa participação, nosso envolvimento, porque nós montamos uma equipe técnica para apoiar a coordenação nacional e nós mesmo fazemos parte da coordenação nacional”, destaca.

Com a colaboração da Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande (Faurg) para viabilizar recursos, materiais pedagógicos e ações de mobilização, a FURG dispõe de uma comissão de coordenação que é composta por coordenação institucional, exercida pelo pró-reitor de Assuntos Estudantis André Lemes; coordenação técnica, pelo professor José Vicente de Freitas; e coordenação de equipe, pela diretora de Extensão Beatriz Domingues Spotorno. A Universidade oferece uma equipe que tem experiência com eventos de grande porte e no trato com o público, conhece o sistema formal de ensino, e dá suporte a todas as atividades desenvolvidas pelo comitê executivo nacional.