ESPORTE

Egressa da FURG é convocada pela seleção brasileira de Rugby Feminina em compromisso internacional

Pâmela “Temps” Santos conheceu o esporte na Universidade; seleção prepara equipe para o mundial de 2025

Foto: Divulgação

Graduada em Ciências Contábeis pela FURG, Pâmela “Temps” Santos hoje é hexa campeã estadual de Rugby e, mais recentemente, defendeu a camiseta da seleção brasileira durante um dos últimos compromissos da equipe que está em preparação para o campeonato mundial, disputado em 2025. Essa história de sucesso começa pela Universidade, onde conheceu o esporte por meio do Programa Rugby FURG, durante a Acolhida Cidadã do primeiro semestre letivo de 2014. Descubra um pouco da trajetória de Pâmela a seguir.

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O começo é sempre um desafio

“Desde pequena sempre fui envolvida em algum esporte, mas o máximo de competição era em nível interescolar”, com essa frase, Pâmela abre nossa conversa. Mesmo levando uma vida ligada às práticas esportivas, a atleta passou por modalidades como o judô, futebol, capoeira, handebol, vôlei, basquete, muay-thai e jiu-jitsu, adaptar-se a novas rotinas continua sendo uma barreira de início, e parte do processo de evolução dentro de qualquer atividade, seja ela competitiva ou recreativa.

Em 2014, recém ingressante na FURG, Pâmela conta que estava há alguns anos afastada do esporte como um todo, o que adicionou ainda mais uma camada de dificuldade ao seu início no Rugby: o condicionamento físico. “Foi bem difícil. Mas o Rugby é um esporte completo em relação a força e condicionamento; conseguir melhorar foi mais tranquilo”, recorda.

Durante a semana de recepção dos calouros, com as atividades da Acolhida Cidadã, um grupo voltado a popularização do Rugby divulgava o esporte para os recém-chegados, afim de angariar novos adeptos para a modalidade e construir uma comunidade de atletas e entusiastas, dispostos a representar a FURG nos torneios e campeonatos universitários.

“Ali conheci o esporte. Meu primeiro treino foi no dia 15 de março daquele ano. O início é sempre um desafio; aprender um novo esporte que é o total oposto dos demais não é fácil. Um esporte em que você avança passando a bola para trás, e no qual você precisa manter o seu posicionamento sempre atrás da linha da bola para poder receber o passe; foi um desafio no âmbito cognitivo também”, destaca a egressa.

Quando questionada sobre como conciliar a rotina de treinos com os estudos, Pâmela destaca a importância da prática esportiva para a manutenção da saúde mental. “A vida universitária já é caótica por si só. Chegamos no ensino superior com nossas bagagens e pressões da vida e família; o esporte nos conecta com outras pessoas, ajuda a socializar e alivia o estresse, mantendo a mente mais tranquila e o corpo mais ativo”, explica a atleta.

Carreira, desempenho e preparação para o mundial

Pâmela detalha que durante sua graduação, não participou da liga universitária, mas sim, competiu por dois anos pelo clube feminino de Rio Grande, o Atlântico Sul, espaço onde desenvolveu a maior parte do tempo de suas atividades esportivas na cidade, após aquele treino inicial em março de 2014. “O Programa Rugby FURG tinha parceria com a Associação Riograndina de Rugby. Infelizmente o time parou de competir os torneios estaduais e, em 2017, eu fui jogar pelo Centauros Rugby, clube de Lajeado”, contou a egressa. Em 2018, Pâmela migra para o Charrua Rugby Clube, time que defende até hoje.

Na seleção brasileira, Pâmela vem sendo convocada desde o início do projeto de Rugby XV, que é a variante do esporte disputado por equipes compostas de 15 atletas. “Venho participando de quase todos os camps desde o início do projeto. Esses camps são treinos realizados no Centro de Treinamento (CT) de São José dos Campos, em São Paulo, ou no Núcleo de Alto Rendimento de São Paulo (NAR)”. Depois que a equipe nacional conquistou a vaga para disputar a copa do mundo de 2025, a atleta foi convocada em definitivo, o que a fez centralizar sua vida para a maior metrópole da América Latina.

“Para a minha profissão de formação isso significa uma pausa, já que não consigo exercer minha profissão e ser atleta ao mesmo tempo. Sou formada em Ciências Contábeis e atuava na área Tributária. Mas essa é uma baita oportunidade, não apenas de me desenvolver e me dedicar enquanto pessoa, mas também para que portas possam se abrir para, quem sabe, jogar no exterior”, confessa Pâmela. De acordo com a egressa, a seleção está unida, trabalhando duro, e com um plantel de profissionais em preparação física, fisioterapia e técnicos muito dedicados.

Compromisso recente: Brasil x Holanda

Encerrando os compromissos de preparação da seleção brasileira para o mundial do ano seguinte, as Yaras - como são apelidadas as jogadas da equipe feminina nacional – viajaram para a Holanda, para enfrentar a forte equipe dos Países Baixos. Foram dois duelos, chamados de test match, ou seja, partidas destinadas para testar o desempenho das formações e das estratégias de jogo montadas pelas comissões técnicas.

Em Amsterdã, o Brasil fez um jogo equilibrado, levando um importante empate de 3 a 3 até o intervalo. Na etapa final da partida, a equipe brasileira abriu uma significativa vantagem, chegando a construir um 15 a 3 no placar, no entanto, as Yaras foram superadas nos instantes finais, e, por dois pontos, a seleção holandesa acabou levando a melhor, encerrando o jogo com um placar de 17 a 15 para o time da casa. “Esse test matches serviu para vermos que temos muitas coisas a melhorar, mas temos muitas coisas boas também, e estamos no caminho certo. Temos um grupo forte aqui no Brasil e também temos muitos reforços e pessoas importantes se preparando ao redor do mundo para representar nossa seleção”, completou a jogadora.

Após a partida, Pâmela regressou ao Brasil, onde a equipe segue em preparação para o ciclo do ano seguinte. Segundo a atleta, os treinos retornam em janeiro, e os compromissos de 2025 já estão no radar. No entanto, a atleta destaca que seu foco, agora, está em recuperar-se completamente, uma vez que a jogadora vem de algumas lesões que atrapalharam seu desempenho recente.

“Em agosto lesionei o tendão calcâneo; no final de outubro cortei a testa e quebrei o dedo mínimo. Isso quase me tirou da viagem para a Holanda e afetou minha escalação para os jogos, então agora meu foco é a recuperação completa para que possa estar à disposição para os próximos desafios, além de poder seguir treinando e melhorando para ser uma boa opção dentro de campo”, finalizou Pâmela.

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Assunto: Entrevista