Nem a chuva que caiu ao longo da segunda-feira, 25, inibiu o entusiasmo da retomada das atividades presenciais no campus da FURG de Santa Vitória do Palmar. Após dois anos desde a suspensão das aulas presenciais, em decorrência da pandemia de covid-19, os prédios e corredores da universidade voltaram a ser ocupados por professores e alunos dos cinco cursos ofertados pela FURG na cidade dos mergulhões. Para esse aguardado retorno, direção, coordenações e centros acadêmicos prepararam diversificada programação de integração e boas-vindas à comunidade acadêmica.

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As atividades, previstas para acontecerem ao longo da semana, contemplam rodas de conversa, apresentação de coletivos, aulas inaugurais, passeios pelo centro histórico da cidade e demais dinâmicas de confraternização entre veteranos e calouros. Na noite de ontem, data que marcou o início da programação da Acolhida Cidadã , aconteceram atividades como: apresentação do Programa de Educação Tutorial (PET) e do Laboratório de Pesquisa em Turismo (Latur); fala de boas-vindas da direção do campus e coordenação dos cursos de Hotelaria e Comércio Exterior, e uma apresentação musical, com a artista local Aysha Cardoso, organizada pelo curso de Tecnologia em Eventos.

Para o diretor do campus, Fernando Comiran, “essa semana de acolhida é muito especial” porque além de receberem os ingressantes de 2022 também estão sendo acolhidos estudantes de 2020 e 2021 que ainda não conheciam o campus. “Esperamos que as atividades dessa semana possam acolher da melhor forma possível toda nossa comunidade acadêmica”, complementa.

As graduandas do curso de Comércio Exterior, Bruna de Melo e Luane Bianchini, são duas dessas estudantes que, apesar de veteranas e integrantes do diretório acadêmico, responsável por receber os novos alunos, estiveram ontem no campus pela primeira vez. Vindas, respectivamente, de São Paulo (SP) e Caçador (SC), as jovens chegaram cedo à universidade para conhecer o espaço para, assim, poder apresenta-lo aos novatos. As anfitriãs não esconderam a empolgação de (re)começar as aulas presenciais. “Foram dois anos longe da sala de aula. A gente se formou no ensino médio à distância e, agora, voltar para uma sala de aula dá uma sensação de ‘será que estou preparada?’ É um pouquinho assustador, mas, ao mesmo tempo é muito legal”, afirma Luane. Esse mesmo pensamento é compartilhado pela colega Bruna, que se diz “ansiosa para ter a primeira aula e poder ver todo mundo”.

O estudante de Hotelaria, Wesley Quessada, também anseia pela volta da “normalidade” da universidade. Durante dois anos, residiu apenas com outros dois moradores na casa do estudante, que é afastada do centro da cidade. O acadêmico relata os dilemas do paradoxo de se estar próximo e, ao mesmo tempo, distante do ambiente universitário: “Foi bem difícil. Você chega numa cidade e começa uma pandemia, você não tem como conhecer ninguém”. Para contornar os dias difíceis de confinamento, o jovem, entusiasta de games e cinema, aproveitou para se aperfeiçoar em cursos online de línguas e produzir roteiros de filmes de mistério e suspense, inspirados, segundo ele, no próprio contexto de isolamento social. Com o retorno da circulação de pessoas pelo campus, a expectativa, agora, é por dias melhores: “com o pessoal novo chegando, renova bastante a casa e as coisas vão ser mais agradáveis, eu acredito”.

A volta da presencialidade das atividades universitárias também foi bastante aguardada pela vice-diretora do campus, Darciele Menezes, que avalia o dia de ontem como “um momento de experienciar o (re) encontro entre pessoas que acreditam na educação pública”. Ainda de acordo com ela, “entre olhares afetuosos, de reconhecimento e de estranhamento do novo, acolhemos docentes, técnicos administrativos em educação, ingressantes e veteranos, revisitando experiências e construindo novos diálogos que falam muito sobre a universidade multicampi que somos”.