Meio ambiente

Projeto de extensão da FURG-SLS inicia ação ambiental na Escola Vicente Di Tolla e prevê parceria com outras instituições

Ação busca encolver a comunidade escolar em mutirões ambientais nos bairros de cada comunidade escolar

O projeto de extensão “Mutirão e Remada Ambiental para a Limpeza e Conservação dos Ambientes Aquáticos na Terra de Todas as Paisagens: Por Terra e Água”, vinculado ao Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-DLS), iniciou em julho uma nova etapa de suas ações, voltadas à sensibilização ambiental com foco em comunidades escolares. 

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A primeira atividade aconteceu na Escola Estadual de Ensino Fundamental Vicente Di Tolla, dando início a uma série de encontros educativos que serão realizados com diferentes instituições de ensino da região.

O objetivo da ação é planejar, junto às escolas, mutirões de limpeza e conscientização ambiental nos bairros onde as instituições de ensino estão localizadas, envolvendo estudantes, educadores e moradores em ações práticas que contribuam para a preservação do meio ambiente e o cuidado com os espaços coletivos.

Além disso, a proposta inclui uma formação junto à Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis (Cooperforte) proporcionando às crianças a oportunidade de conhecer de perto o trabalho da coleta seletiva e a importância da valorização dos resíduos.

Patrícia Lovatto, docente da FURG e coordenadora do projeto, explica que a atividade começou a ser articulada ainda durante a programação do Junho Ambiental, quando diversas escolas participaram de uma exposição promovida pela Remada Ambiental.

“Dialogamos com várias escolas que estiveram presentes na exposição do projeto. O primeiro agendamento, então, foi com a Escola Vicente Di Tolla, mediante o interesse da escola em participar desse planejamento conjunto de mutirão nos bairros”, destacou.

A atividade vem sendo realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (SMECD), que tem apoiado a ação garantindo o transporte dos estudantes.

A viabilização desse apoio contou também com a mediação institucional do mandato da vereadora Grazi Vasques, que contribuiu para o diálogo entre a Universidade e o poder público no fortalecimento das parcerias em torno da educação ambiental.

Etapas do projeto

A atuação do projeto é estruturada em três etapas principais. A primeira é dedicada à apresentação do projeto e ao convite para que a escola se integre às ações propostas. 

Nesse momento inicial, é realizada uma roda de conversa com estudantes e professores, promovendo a aproximação entre a FURG e a comunidade escolar.

Durante essa etapa, a equipe do projeto, em conjunto com os professores, elabora um questionário diagnóstico que busca compreender a situação dos resíduos sólidos no bairro em que a escola está inserida. 

Paralelamente, os estudantes são estimulados a refletir sobre o conhecimento que possuem a respeito da fauna local e sobre os impactos ambientais causados pelos resíduos sólidos nas paisagens e riquezas naturais do município.

As atividades envolvem estudantes do 5º ao 9º ano e são coordenadas pelas professoras Luciana Klein e Rose Mota.

Para Klein, o projeto “é de grande importância para toda a comunidade Lourenciana, assim como um enorme incentivo para a preservação e conservação das paisagens turísticas”.

A professora também destaca que a escola se sente honrada em poder participar e contribuir nas atividades realizadas pelo projeto.

“Compartilhando conhecimentos e ações sobre preservação ambiental com os estudantes e comunidade”, afirmou.

Na segunda etapa, os estudantes participam de uma oficina formativa em parceria com a Cooperforte.

A ação busca aprofundar o conhecimento dos alunos e de seus professores sobre o funcionamento da coleta seletiva no município, desde a separação até a destinação final dos resíduos.

Durante a oficina, os participantes aprendem a diferenciar os materiais recicláveis, identificar o que pode ou não ser encaminhado para o aterro e são incentivados a fazer escolhas mais conscientes no momento do consumo, optando por embalagens que favoreçam o processo de reciclagem. 

Os estudantes ainda são convidados a atuar como multiplicadores dessas práticas em suas casas, contribuindo diretamente com a gestão de resíduos em suas famílias e comunidades.

Como parte da ação, cada estudante recebe um adesivo informativo para fixar na geladeira, contendo o mapa e o cronograma da coleta seletiva realizada pela Cooperforte, além do contato da cooperativa. 

Patrícia pontua que a proposta é que as famílias possam se organizar a partir dessas informações para realizar a separação correta dos resíduos e fazer a entrega nos dias adequados, promovendo maior integração entre a cooperativa e os bairros atendidos.

A segunda etapa do projeto também prevê o contato direto dos estudantes com a realidade da gestão dos resíduos sólidos no município. 

Durante essa fase, uma catadora da Cooperforte participou da programação, compartilhando com os alunos informações sobre o funcionamento da cooperativa e os diferentes processos envolvidos no trabalho de coleta e triagem dos materiais recicláveis.

“Tive a experiência em contar como meu trabalho influencia na limpeza da cidade e a preservação do meio ambiente na cidade. Conversei com as turmas presentes, realizamos uma breve apresentação e algumas dúvidas. Nos dirigimos para a cooperativa com as turmas, apresentei cada área da Cooperativa e como funcionavam...”, disse.

Por fim, a terceira etapa do consiste na realização de um mutirão ambiental no bairro onde a escola está inserida, com a participação de toda comunidade.

O mutirão conta com a Cooperforte, que acompanha o processo levando a balança e auxiliando na tipificação, quantificação e valoração dos resíduos coletados. 

Durante a parte prática, os alunos aprendem a identificar quais materiais são recicláveis e quanto eles valem, compreendendo que aquilo que muitas vezes polui o meio ambiente pode também representar fonte de renda para diversas famílias, inclusive para as de seus próprios colegas, segundo Lovatto.

Essa etapa tem sido direcionada, inicialmente, a escolas localizadas próximas a corpos d’água do município, como o Arroio São Lourenço, Arroio Carahá e a Orla da Laguna, reforçando a importância de preservar essas áreas e de reconhecer os impactos do descarte incorreto de resíduos sólidos nas águas e na fauna local.

O futuro

Como perspectiva de continuidade, a equipe do projeto está organizando uma quarta etapa, de caráter integrativo, que pretende reunir todas as escolas participantes em uma grande gincana ambiental. 

O foco será a separação e destinação correta dos resíduos sólidos e buscará fortalecer o vínculo entre a comunidade escolar e a Cooperforte, além de ampliar o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela cooperativa no município. 

A expectativa é que essa etapa mobilize o maior número possível de estudantes e famílias, promovendo educação ambiental por meio da colaboração, da ludicidade e da ação concreta nos bairros.

Para a estudante do curso de Gestão de Cooperativas da FURG e secretária da Cooperforte, Andressa Medeiros, iniciativas que envolvem escolas e cooperativas de catadores são fundamentais para a formação de uma nova geração mais consciente e responsável em relação ao meio ambiente. 

Segundo ela, é essencial trabalhar desde cedo a educação ambiental, pois as crianças têm o potencial de influenciar positivamente suas famílias e comunidades.

“Acredito que esses projetos que incluem atividades nas escolas, juntamente com a Cooperativa de Catadores, são de grande importância, principalmente para formar futuros adultos mais conscientes e responsáveis com o meio ambiente, principalmente com o planeta, diante dos problemas climáticos que estamos enfrentando hoje em dia. Precisamos fomentar esse tema com os pequenos que, de alguma forma, conseguem moldar seus responsáveis em casa”, concluiu.

 

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Ação busca encolver a comunidade escolar em mutirões ambientais nos bairros de cada comunidade escolar