Nesta quarta-feira, 8, o Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) será sede do lançamento do projeto "RS Antirracista", envolvendo o lançamento da cartilha "Educador Antirracista" e do livro "Manoel Padeiro e Quilombo da Liberdade".
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O estudante Marco Vinício Machado Nunes (Markão), do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) e bolsista do Subprojeto Interdisciplinar do PIBID LEdoC, foi responsável por propor que o campus sediasse o evento.
A partir dessa iniciativa, foi formada uma parceria entre o Projeto Kilombo Literário, da Associação do Movimento Negro Kizumbi, e o Ponto de Cultura e Memória Quilombo Maria Lina.
Juntamente com o Subprojeto Interdisciplinar do PIBID Educação do Campo e Letras, os grupos se articularam com a assessoria da deputada estadual Laura Sito para viabilizar o evento.
A organização do lançamento também contou com a participação da escritora e integrante do Kilombo Literário com formação em Biblioteconomia, Priscila Ferreira, que intermediou o contato com a deputada.
Priscila explicou que já havia tido contato prévio com Laura Sito durante uma pesquisa sobre Manuel Padeiro e ficou responsável por chamar a assessoria da parlamentar e coordenar a divulgação.
“Como eu já tinha tido esse contato, fiquei de chamar a assessoria dela para conversar. Eu já acompanho o trabalho da deputada Laura Sito e estava vendo que ela viria à Pelotas e também na FURG em Rio Grande, e mandei o convite em nome do campus de que gostaríamos muito que ela viesse lançar o RS Antirracista aqui em São Lourenço do Sul”, relatou.
Ao sediar o lançamento, a FURG reafirma seu papel como espaço de diálogo e articulação fundamental para a promoção da igualdade racial na região Sul do estado, fortalecendo o compromisso institucional com uma educação antirracista e inclusiva.
De acordo com Markão, a escolha do campus também reforça a relevância da Universidade como espaço de construção do conhecimento em diálogo com as comunidades e pela valorização da cultura e história da população negra.
O estaudante também ressaltou a importância de reconhecer figuras históricas como Manuel Padeiro, personagem central da obra que será lançada.
“A ideia de escolher o campus é por causa da importância que ele tem para estar junto à comunidade, principalmente à comunidade negra, que precisa reconhecer e saber que existe esse herói negro gaúcho, o Manuel Padeiro, símbolo de resistência, africanidade e religiosidade. Ele é muito importante para o Sul do Estado conhecer e lembrar que ele existiu, que existe na nossa lembrança e ainda se faz presente entre nós negros, para a educação antiracista, para a educação para as relação técnico raciais é muito importante saber que temos um herói negro”, destacou.
Na ótica de Markão, a realização do evento na Universidade fortalece a formação crítica e o compromisso com as relações étnico-raciais.
"Eu achei mais do que justo convidar ela para vir a São Lourenço, na FURG, que faz trabalho com a educação das relações éticas e raciais, exemplar através de várias professoras e professores, através de trabalhos que a gente desenvolve, através da comunidade que quilombola, através do movimento negro, através do movimento negro unificado, que eu também me faço presente. É fundamental, não tem em São Lourenço outro local, do meu ponto de vista, que não seja a FURG para fazer o lançamento desse livro oficial", afirmou.
Para Priscila Ferreira, o lançamento teve um papel central na valorização da negritude e no fortalecimento das ações antirracistas no município, ressaltando a relevância de promover o debate fora de datas comemorativas específicas, tornando a discussão permanente.
“A importância do evento é fortalecer as práticas antirracistas e as ações afirmativas no município, visto que a comunidade negra e quilombola também faz parte da cultura lourenciana. Isso também contribui para mostrar que devemos falar sobre negritude durante o ano todo e não apenas no mês de novembro. Por isso foi muito importante esse evento em outubro”, pontuou.
Além disso, Ferreira reforçou a necessidade de efetivar políticas públicas já existentes, como a Lei 10.639/2003, que determina o ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nas escolas.
“É extremamente necessária a aplicação da Lei 10.639 nas escolas. A lei já existe desde 2003, mas, infelizmente, o ensino da cultura negra e africana nas escolas públicas e privadas não é aplicado em mais de 70% das escolas do Brasil”, pontuou.
Com boas expectativas, Priscila destacou a relevância da presença da deputada Laura Sito e o trabalho que vem sendo desenvolvido.
“Iremos conhecer mais sobre o trabalho tão rico da deputada Laura Sito, que faz uma pesquisa muito séria sobre o Manuel Padeiro, o nosso Zumbi dos Pampas. Acredito que todos sairão fortalecidos”, concluiu.