De 1º a 3 de outubro, o Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) foi representado pelo curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC) no 5º Seminário Internacional de Educação do Campo, das Águas e das Florestas (SIFEDOC), realizado na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, em Santa Catarina.
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A participação das estudantes foi viabilizada por meio de uma parceria com a UNIPAMPA, articulada a partir dos projetos coordenados pela instituição Escola da Terra e Alfabetiza Pampa. Durante o evento, Lovatto coordenou, junto a docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a mesa de debates “Educação do Campo, formação por área de conhecimento e Agroecologia”, realizada nos dias 1º e 2 de outubro.
A professora também apresentou duas contribuições na modalidade artigo completo, de autoria de estudantes dos cursos de Educação do Campo e Agroecologia, sob sua orientação: “As contribuições da etnoentomologia à transição agroecológica” e “Diálogo de saberes e vivências integrativas no curso de Licenciatura em Educação do Campo da FURG”.
Para Patrícia, a participação no SIFEDOC fortaleceu a visibilidade da FURG no cenário nacional e o reconhecimento dos cursos e metodologias desenvolvidas com êxito pela instituição. Segundo ela, o seminário contribuiu para “disseminação e validação de trabalhos, construção de redes de colaboração e identificação de novas abordagens que poderão auxiliar a LEdoC/FURG na busca de caminhos para o fortalecimento do curso”.
As estudantes tiveram a oportunidade de conhecer e dialogar com diferentes realidades, aprofundando o conhecimento sobre a Educação do Campo enquanto política pública e se aproximando de educadores, gestores escolares e autores referência na área da Educação do Campo e da Agroecologia no Brasil. Joseane Araújo afirma que o seminário foi importante para a sua formação, pois teve a oportunidade de estar na presença de pessoas que servem como referência para a Educação do Campo, além de representar a FURG e fortalecer o curso.
“Através das mesas temáticas onde foram abordados os desafios e dilemas da Educação do Campo, pude entender que é preciso lutar para fortalecer a LEdoC, fazendo valer as políticas da Educação do Campo, respeitando as diversidades das áreas e dos povos do campo”, pontuou.
O evento também foi sinônimo de orgulho para a estudante Tatiele da Silva, que saiu ainda mais motivada, com aprendizados e vontade de continuar a sua trajetória no curso. “Foi um orgulho enorme e sei que estou no caminho certo. Saí fortalecida para buscar a minha formação e atuar como educadora do campo”, completou.
O encerramento do evento contou com uma mística conduzida pela caravana do Rio Grande do Sul, reunindo no auditório mulheres das florestas, do campo, quilombolas, indígenas e pescadoras dos municípios da região Sul. Durante esse momento, a estudante Deise Vieira participou levando uma réplica de casa de barro, semelhante às construções dos quilombolas no passado, com o objetivo de representar e contar a história de seu povo.
Deise ressalta que ser convidada pela organização para entrar no auditório junto com as outras mulheres, representando as mulheres quilombolas do Rio Grande do Sul e, ao mesmo tempo, sua trajetória como estudante da Licenciatura em Educação do Campo da FURG, foi um momento de grande significado. Além disso, ela descreveu a experiência como uma sensação de pertencimento, destacando a honra e o privilégio de representar a FURG e as mulheres negras quilombolas que lutam e resistem na preservação de seus territórios, saberes e vivências, muitas vezes invisibilizados pelo sistema.
“Apresentar a nossa cultura quilombola num espaço democrático, de compartilhamento de conhecimentos que é a universidade, teve uma importância fundamental para mim enquanto futura docente de Educação do Campo. Pude compreender que não se avança na educação sem luta, não se constrói política pública sem luta e, principalmente, que nós estudantes da Educação do Campo só conseguiremos avançar na qualidade do ensino se nos unirmos e lutarmos juntos pelo que acreditamos. É assim que nascem as políticas públicas”, concluiu.