SAÍDA DE CAMPO

Estudantes de Educação do Campo da FURG-SLS visitam Museu Oceanográfico e Ilha da Pólvora em Rio Grande

Viagem fomentou a integração entre os estudantes e fortaleceu o pertencimento deles à universidade

Recentemente, uma comitiva de estudantes e docentes do curso de Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc) da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) esteve em Rio Grande, visitando o campus Carreiros e o complexo de museus e centros associados da FURG, entre eles, o Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de C. Rios, o Museu Antártico, o Eco-Museu da Ilha da Pólvora e o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram). A viagem foi acompanhada pelo diretor do campus São Lourenço, Eduardo Vogelmann.

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Coordenadora da Ledoc, Patrícia Lovatto explica que a saída foi planejada como atividade prática nas disciplinas Ciências Naturais III e Ciências Naturais V que, dentre outros conteúdos, versam sobre a diversidade animal para o ensino de ciências na educação do campo. “As disciplinas incluem o estudo da fauna terrestre e aquática, por isso a importância de vivenciar na prática o trabalho de referência que vem sendo feito pela FURG Rio Grande, tanto no que se refere à conservação e ao resgate e reabilitação da fauna marinha pelo Cram, como o incrível apoio didático-pedagógico fornecido pelo acervo do Museu Oceanográfico da FURG e Eco-Museu localizado na Ilha da Pólvora”.

Patrícia conta que a visita ao Museu Oceanográfico foi conduzida pela bibliotecária e guia de turismo da FURG, Luciane Silveira Amico Marques, que informou os alunos e alunas sobre toda a trajetória e as lutas travadas para que o local estivesse na fase que está hoje. “Suas falas também foram motivadoras sobre os desafios e maravilhas proporcionadas pela trajetória acadêmica”, afirma a professora.

Já no Eco-Museu da Ilha da Pólvora, a turma dialogou com o casal Darci e Zenir, pertencentes a uma família de pescadores que trabalha no local há 24 anos, ele como barqueiro fazendo o transporte até a ilha, e ela como guardiã do museu. “Foram lindos relatos, lindas histórias de vida que, com certeza, deram ainda mais significado à saída, fazendo com os estudantes e as estudantes pudessem vivenciar de forma plena essa relação tão linda entre conservação da natureza e manutenção da cultura dos povos em seus territórios”, destaca Patrícia.

Integração e pertencimento

A professora explica que para além de ampliar os conhecimentos e rever na prática muito do que havia sido tratado nas aulas teóricas e de laboratório, o momento foi de integração e de descontração, reafirmando os propósitos da educação do campo e fortalecendo a identidade dos estudantes e das estudantes junto à FURG. “Essas saídas são importantes para a ressignificação do curso, para a identidade, para o pertencimento à FURG e para evitar a evasão, que é um dos sérios problemas que a gente tem para enfrentar”, entende.

“Nós tivemos ali o que é a Ledoc de fato. Tivemos quilombolas, pescadores, pomeranos da agricultura familiar e indígenas. Como educadora e como coordenadora do curso, ver esses estudantes dialogando, se empoderando do que a universidade representa, da força da FURG, e ver isso sendo ressignificado neles, ver a universidade que eles fazem parte e o tamanho de tudo isso, foi muito significativo”, finaliza Patrícia.

Olhar dos estudantes

A visita adquiriu diferentes significados para os estudantes, uma vez que cada um deles possui vivências e trajetórias diferenciadas entre si. Filho de pescadores e atualmente também pescador artesanal, Clodoaldo de Freitas Vargas revela que foi gratificante retornar ao Museu Oceanográfico depois de mais de 20 anos e a parte mais considerável, para ele, foi acessar uma fotografia que demonstra o encontro da água salgada com a Lagoa dos Patos. “Quando surgiu a oportunidade de ir ao museu me coloquei à disposição o mais rápido possível”, lembra.

Já Eliziane Nogueira Soares, mulher negra e quilombola, não conhecia os locais visitados e gostou muito do que acompanhou. Entre os principais pontos da visita elencados pela estudante, está a grande variedade de espécies de plantas presentes na Ilha da Pólvora, como a Pororoca (Rapanea gardneriana) e a Aroeira Rosa (Schinus terebinthifolia). Ambas lhe chamaram a atenção por se adaptarem tanto ao solo firme, quanto à água. “A pessoa que nos recebeu relatou que antes não havia árvores ali no entorno, isso se deu pelas visitas e com os pássaros que foram trazendo as sementes”, explica. Eliziane também diz que ela e os colegas puderam conhecer um grupo de seis pinguins cuidados pelo Cram. “É muito legal isso, muito incrível, a gente saber que tem tão próximo esse Centro de Reabilitação de Animais Marinhos”, afirma.

Por fim, para a agricultora pomerana Carina Rusch, a visitação a Rio Grande foi a possibilidade de voltar à infância e à cidade que nasceu. Ela afirma que, de maneira geral, observou que todos colegas compartilharam um dia de muitos aprendizados. “Ainda mais pelo fato de ter sido nossa primeira oportunidade de saída de campo após o longo período em que a pandemia nos limitou às telas. Tivemos uma recepção incrível por parte dos colaboradores da instituição, que nos proporcionaram uma tarde repleta de historicidade”, relata.

 

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Viagem fomentou a integração entre os estudantes e fortaleceu o pertencimento deles à universidade

Foto: Divulgação