Um grande público lotou o auditório do Cidec-Sul na quarta-feira, 18, para debater o enfrentamento à evasão de estudantes na FURG.
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Em dois turnos, o Seminário Institucional de Enfrentamento à Evasão Estudantil na FURG reuniu diretores dos campi, representantes da reitoria, pró-reitorias e dos cursos, e a comunidade acadêmica.
De acordo com o reitor Danilo Giroldo, "o enfrentamento da evasão é o principal desafio que temos hoje no ensino superior, pois fala diretamente sobre a nossa missão enquanto universidade". Segundo ele, a construção de ações objetivas que venham a mitigar o quadro só pode ser feita com o comprometimento de todas as pessoas, desde a relação professor-aluno até os conselhos superiores, passando pelas unidades acadêmicas, campi, pró-reitorias e reitoria. "A ideia de fazer este seminário de forma integrada é para que tenhamos a compreensão e a clareza de que o processo é complexo e diverso, pois cada unidade tem a sua realidade. Então o programa deve ser preciso o suficiente para enfrentarmos de fato o processo, e também generalista o bastante para dar conta dessa diversidade", completou o reitor da FURG.
O programa de enfrentamento ao qual o reitor se refere teve o seu embrião a partir de uma pesquisa de opinião iniciada pela universidade em 2021, que buscou compreender os motivos que levam à evasão. Voltado a estudantes que não concluíram seu curso na FURG, o questionário abordou tópicos relativos ao contexto do estudante, da universidade, situações de violência e bem-estar psicológico, para compreender que fatores impactam na decisão de deixar o curso ou a universidade.
"Tivemos um retorno muito positivo com as respostas ao formulário da pesquisa. Precisamos que cada um traga hoje as suas reflexões, o que os cursos têm feito para reverter a situação. Será um evento muito produtivo para a universidade", disse a pró-reitora de Graduação, Sibele Martins, na abertura do seminário.
Em sua fase inicial, o mapeamento utilizou as bases de informações relativas às matrículas do Sistema FURG. Já o diálogo direto com os estudantes foi realizado a partir de uma parceria entre a Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e a Secretaria de Comunicação (Secom), para a realização de pesquisa de opinião junto aos evadidos e formados no período compreendido entre os anos de 2014 e 2021. A partir disso, uma equipe multidisciplinar avaliou os resultados.
"Especialmente no período pós-pandemia, este tem sido um dos temas mais centrais de debate em todos os níveis de educação. Basta ver o quanto os índices de evasão têm afetado não apenas a realidade concreta das instituições de ensino, como o próprio desenvolvimento do país", analisou o vice-reitor Renato Duro Dias.
"Este é o primeiro passo, pois neste momento estamos abordando a evasão nos cursos presenciais. Mas temos todo um trabalho voltado aos cursos de graduação a distância, onde também há grande evasão. É preciso também escutar esses estudantes", adiantou Sibele.
Pela manhã, o presidente do Colégio de Pró-reitores de Graduação das Ifes-Cograd, professor Jerônimo Tybusch (Universidade Federal de Santa Maria), apresentou a palestra Evasão no Ensino Superior.
No decorrer do seminário, foi apresentado um cronograma das próximas ações da Prograd, que preveem reuniões frequentes e a realização de uma nova consulta pública. Em dezembro, o programa de enfrentamento será avaliado para aprovação pelo Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (Coepea).
Queda de matrículas
De acordo com o último censo da educação superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), houve uma queda de 6% no número de estudantes matriculados nas 69 universidades federais do país. Em 2021, cerca de 3,42 milhões de estudantes abandonaram as universidades privadas, representando uma taxa de abandono de 36,6%, segundo a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), instituto que representa as mantenedoras do ensino superior no Brasil.
Além do abandono da universidade, a evasão também aumentou. Entre os anos de 2020 e 2021 também houve registro de maiores índices de evasão de alunos do ensino superior privado no Brasil, conforme a Semesp, órgão vinculado ao MEC.