Foram cinco dias de muita arte, afetos e divulgação científica. O 34º Encontro Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas reuniu na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), de 29 de setembro a 3 de outubro, um numeroso fórum de artistas visuais de todas as regiões do Brasil.
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Com o tema "Extremos", o evento se propôs a ser um espaço de reflexão, crítica e colaboração entre artistas, pesquisadores e pesquisadoras.
Quase 900 participantes - inclusive com adesão internacional da Espanha - acompanharam a programação planejada pela Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (Anpap), que se estendeu ao longo de diferentes espaços como o Cidec-Sul e a Galeria Espaço Incomum, no campus Carreiros, e a Casa de Cultura Francisco Bianchini, Livraria Hippocampus e ArtEstação Ponto de Cultura, no balneário Cassino.
Na noite do dia 30, o Cidec-Sul sediou a mesa de abertura, que contou com a participação do Centro Espírita de Umbanda e Quimbanda Reino de Xangô Seguidores de Tranca Ruas das Almas, da 4ª Secção da Barra. Compuseram a mesa a reitora da FURG, Suzane Gonçalves, a presidente da Anpap e professora do ILA/FURG, Janice Martins Appel, as pró-reitoras de Pesquisa e Pós-graduação, Daiane Dias, e de Extensão e Cultura, Débora Amaral, o diretor do Instituto de Letras e Artes, Marcelo Gobatto, a secretária de Cultura, Esporte e Economia Criativa, Rita Patta Rache, o secretário adjunto da Secretaria de Município de Desenvolvimento, Inovação, Turismo e Economia do Mar, Edward Moraes, e a professora Ali Machado, do campus Santa Vitória do Palmar.
A palestra de abertura ficou a cargo de Silvio Zamboni, doutor em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e professor da Universidade de Brasília (UnB). Fundador da Anpap, ele relembrou o início da criação da Associação, além de abordar temas como a crítica e o fazer artístico. "Agradeço a oportunidade de falar com tanta gente mais nova, que não teve a chance de acompanhar esse início (da Anpap). Hoje eu vejo a Anpap estruturada, com representação na Capes, no CNPq, ocupando todos os espaços que uma associação deve ocupar. Se faltava alguma coisa para a Anpap ser uma associação 100% nacional, depois de Rio Grande não falta mais nada", destacou.
A artista homenageada desta edição foi a professora Maristela Salvatori, do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), cuja produção acadêmica e artística é referência no campo das artes visuais no Brasil e no exterior. Sua obra encabeça a Exposição Extremos, inaugurada durante o evento com recursos de PNAB e Faurg, e que atualmente pode ser conferida no Espaço Incomum, no Centro de Convivência.
Entre as demais atrações do Encontro, estiveram palestras de artistas e professores de universidades de todas as regiões do Brasil, conferências, lançamento de livros, exibição de vídeos, e fóruns nacionais de associações artísticas e de coordenadores de graduação e pós em Artes/Artes Visuais, além de uma mostra de performances em homenagem à artista Bia Medeiros (1955-2024) e a Feira de Arte Indígena, Quilombola e de Povos de Terreiro, na Casa Bianchini. Também houve espaço para um passeio náutico pelo estuário da Laguna dos Patos, "uma saída de campo para conhecimento de território, a fim de entender um pouco mais dessa cultura das águas que desperta tantas pesquisas", conforme explicou a professora Janice.
Entre os palestrantes e conferencistas, também marcaram presença Adriana Boff (MACRS), Maristela Salvatori (UFRGS), Jociele Lampert (Udesc), Maria Ivone dos Santos e Hélio Fervenza (UFRGS), José Luis Albelda Raga (UPV-Espanha), Emanuel Monteiro (UFPR), Raquel Caerols Mateo (UCM-Espanha), Cleomar Rocha (UFG), Ana Albani Carvalho (UFRGS), Felipe Caldas (FURG), Estêvão da Fontoura Haeser (IFRS/UFRGS), Manoela Rodrigues (UFG) e Luisa Paraguai (PUC Campinas).
"Trouxemos novas perspectivas para o curso de Artes Visuais, ampliando a visão do que se pode fazer tanto no território FURG e Rio Grande, quanto no território nacional e internacional. Um curso de artes visuais precisa ter um programa de pós-graduação, até mesmo para dar um lugar para o nosso graduando. Então o evento trouxe uma noção da potência da pesquisa, e de que o curso tem tudo para finalmente receber o seu PPG", defendeu a professora Janice. Ainda que a FURG não possua programas de mestrado ou doutorado na área, alguns docentes do ILA empenham esforços para conduzir pesquisas nesse campo de estudo.
Todo o trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).