"Nossa primeira Feira do Livro no campus teve a cara da FURG: uma feira para todas as pessoas, com inclusão, acessibilidade e pertencimento. Superamos nossa expectativa”. A fala de Débora Amaral, pró-reitora de Extensão e Cultura da FURG, define bem o sentimento geral que pairou entre a comunidade formada em torno do Cidec-Sul na última semana.
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A 50ª Feira do Livro foi a primeira na história a ser realizada nas dependências da Universidade. De acordo com a comissão organizadora, mais de 21 mil visitantes circularam pelos espaços durante os sete dias de realização no campus Carreiros. Mais de 3 mil crianças das escolas da região também prestigiaram o evento no período.
O último dia da Feira foi o mais chuvoso de todos e culminou com um ato de encerramento no início da noite desta quarta-feira, 4, na Arena Cultural. A democratização do acesso ao espaço público da FURG foi outro tema abordado pela pró-reitora em seu discurso de agradecimento. "As pessoas que trabalharam na Feira trouxeram a família e demonstraram muito orgulho em apresentar seu local de trabalho e a sua contribuição. Nosso trabalho foi coletivo. Tivemos a colaboração de várias unidades acadêmicas da FURG, diferentes setores e pró-reitorias. Estiveram envolvidos professores, técnicos, acadêmicos, voluntários, terceirizados, todos num sentimento de muita leveza e segurança nas suas tarefas", destacou Débora.
“Antes de realizar o mundo, é preciso imaginar o mundo, esticar a imaginação até que ela planeje para nós o lugar em que desejamos viver. E morando em Rio Grande, eu quero uma cidade cada vez mais antirracista, antifascista, antimachista, que não oprime os homossexuais, as pessoas trans, as pessoas com necessidades especiais. Uma cidade sensível”, discursou o patrono desta edição, Daniel Baz, que aproveitou para fazer um pedido à plateia. "Criem o hábito de incentivar os escritores e escritoras rio-grandinos. Leiam nossos livros, compartilhem nossas potências e deem chance aos autores locais”.
Houve ainda espaço para uma homenagem ao vigilante aposentado Carlos Wanderley da Silva Barros, que atuou na Universidade por 35 anos, sendo coordenador de Infraestrutura.
Em função do luto pelo estudante Gustavo Ledur, a cerimônia de encerramento foi abreviada e a atração Noite Tradicionalista, com o CTG Farroupilha e convidados, cancelada.
Bate-papo com Angélica
O Espaço Conversa abriu o último dia com duas participações da poeta Angélica Freitas e sua literatura comprometida com causas do feminismo. Pela manhã, ela conduziu a oficina "A prática da poesia". No fim da tarde, ela foi a convidada da Conversa Literária, com mediação de Lena Fuão, escritora e doutoranda na FURG. Na oportunidade, a autora de "Um Útero é do Tamanho de um Punho" (2012) relembrou as primeiras experiências com a escrita, contou histórias de sua trajetória como jornalista e escritora e de algumas das experiências longe da cidade natal, Pelotas, além de contar sobre a "surpreendente emoção" com as premiações e o sucesso editorial das primeiras obras. Ambas atividades foram realizadas dentro da programação da 2ª Festa Literária do Rio Grande (Flirg).
À noite, Marcos Costa Filho apresentou no espaço o evento Sua Poesia Vai à Feira, resultado de um concurso de poesias.
Outros espaços
No Espaço Formativo, professores e estudantes da pós-graduação apresentaram a atividade Minha Aula na Feira, em dois horários.
Na Rua das Crianças, houve espaço para contação de histórias, oficinas, aprendizado de neurociências, botânica e sustentabilidade e circuito poético, entre outras atrações.
Ex-patronos
O dia de despedida também contou com a presença dos ex-patronos Alisson Affonso (2023), Sérgio Carvalho Pereira (2022) e Péricles Gonçalves (2019) circulando pelos corredores da Feira. Houve ainda visitas de estudantes e professores dos campi de São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Santo Antônio da Patrulha. Cerca de 70 alunos do CCMar também marcaram presença nesse último dia.
Aprovação e pertencimento
Entre os livreiros e demais participantes, o clima era de aprovação da nova infraestrutura erguida no campus. Paula Liaroma, da Livraria Hippocampus, achou a edição de número 50 da Feira "muito bonita, muito bem organizada e frequentada. Havia essa dúvida se o pessoal viria ou não, e ele compareceu. Ficou bacana porque deu a possibilidade de os estudantes virem, né? Ver estudantes de várias escolas circulando, conhecendo a estrutura do projeto, participando da Rua das Crianças, foi tão bonito. A qualidade dos eventos culturais também foi muito boa".
"E a Feira do Livro, para nós, é quando vendemos mais livros durante o ano, né? Dá uma 'segurada' nos outros meses. Então, só tenho a agradecer pela oportunidade dessa Feira e desejar que ela continue, e que seja realizada todos os anos", apontou Paula.
“Foi muito legal ver as pessoas reconhecendo seus familiares e amigos nas fotos do Nume. Só no domingo foram mais de 400 pessoas que visitaram o Núcleo. Foi uma ótima oportunidade de contar a história da Universidade e criar o sentimento de pertencimento, mostrar que essa trajetória foi construída por muitas pessoas ao longo dos anos e que a FURG é de todos e todas”, ressaltou o conselheiro do Núcleo de Memória Eng. Francisco Martins Bastos, Mozart Tavares Filho.
"É difícil encontrar palavras que alcancem tudo o que significou essa edição. Foi lindo viver a Feira do Livro da FURG na FURG. Ver as pessoas da comunidade se apropriando desse espaço que é delas, ainda que muitas não soubessem disso. Eu fui do time que acreditou na proposta de ocupar o Cidec, desde o primeiro momento. E foi lindo, foi emocionante. Essa Feira vai reverberar por muito tempo em nós", refletiu a escritora e poeta Juliana Blasina.
A Feira em números
* Mais de 21 mil visitantes
* Mais de 3 mil crianças das escolas da região
* Mais de 60 autografantes
* 11 livreiros
* 7 bancas de artesãos
* 30 projetos de extensão na Rua das Crianças