Importantes reflexões sobre sustentabilidade socioambiental se intensificaram ao longo do último mês por meio de inúmeras ações que integraram o Junho Sustentável, período dedicado ao debate institucional sobre a temática da ecologia e da conservação do meio ambiente. O campus Santa Vitória do Palmar, através da Comissão Permanente de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (CPGASus), fez parte dessa agenda social com a promoção de duas atividades voltadas para a comunidade acadêmica. No dia 10, foi realizada uma visita guiada ao Museu de Paleontologia Mário Costa Barberena e, no dia 21, aconteceu um cine debate no campus com a exibição do documentário “O Caso do Chocolate”, componente da mostra Ecofalante de Cinema.
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Para as próximas edições, a expectativa da coordenação da CPGASus do campus é ampliar as ações na cidade e estendê-las à comunidade externa, impulsionando o impacto social da universidade no extremo sul do Estado e consolidando o projeto de multicampia da FURG. “Nossa intenção é possibilitar mais frutos, que a gente consiga mobilizar e pensar mais ações para o ano que vem com mais acessos e possibilidades de inserção no calendário junto ao campus Carreiros”, avista a professora Mayara.
Riquezas pré-históricas sob as águas de Santa Vitória
Um dos principais cartões postais do município, o Porto de Santa Vitória do Palmar abeira a Lagoa Mirim, que – conjuntamente da Lagoa Mangueira (também localizada no município), da Lagoa dos Patos e do Lago Guaíba – compõe o maior complexo lagunar da América Latina. Além das bonitas paisagens naturais e de um vistoso pôr do sol, a infraestrutura portuária proporciona a seus visitantes acesso ao Museu de Paleontologia Mario Costa Barberena, instalação onde ocorreu a visitação guiada de estudantes da FURG em atividade alusiva ao mês da sustentabilidade.
No espaço, criado em 2016 em convênio entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a prefeitura municipal, o público tem acesso à reconstituição do processo geológico da Terra desde 4,6 bilhões de anos até os dias atuais. A exposição é direcionada ao Pleistoceno, era geológica que compreende o período entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás, e conta com um acervo de fósseis animais como toxodontes, preguiças e tatus gigantes e tigres dente-de-sabre, que habitaram a região.
O guia do museu, o biólogo e professor da rede municipal Jamil Pereira, informa que todo o acervo exposto na instalação foi descoberto na cidade, sendo parte encontrado no entorno do prédio por pescadores da região: “Muitos desses materiais foram trazidos pela comunidade pesqueira aqui da lagoa e isso é mais um motivo para se criar um sentimento de pertencimento, pois os pescadores são muito importantes nesse processo. Isso aqui é deles”. Ainda segundo o professor, o museu está localizado em um ponto estratégico para a cidade pois, ao conhecerem o porto lagunar que dá acesso a uma paisagem exuberante, os visitantes têm a possibilidade de se informar sobre a cultura e pré-história do município.
Essa experiência foi vivenciada pelo estudante natural de São Paulo-SP, Tiago Leles, que cursa Relações Internacionais na FURG. Em sua primeira visita ao museu, o jovem surpreendeu-se com o patrimônio paleontológico pertencente ao local. “Fiquei fascinado com o processo evolutivo da Terra e como nós, agora, estamos contribuindo para a deterioração do planeta. Eu estou na cidade desde 2019 e ainda não conhecia o museu e ele é incrível, com fósseis de animais gigantescos encontrados aqui, muitos nos bancos de areia da lagoa. Gostei bastante da visita”.
Potencialidades pedagógicas da sétima arte
A segunda ação do campus SVP voltada às atividades do Junho Sustentável foi um cine debate feito a partir do filme “O Caso do Chocolate”, exibido no Laboratório de Pesquisa em Turismo (Latur). O documentário holandês de 2016, disponibilizado para a universidade pela ONG Ecofalante, denuncia o trabalho escravo infantil na África Ocidental na produção de chocolates globalmente consumidos.
A discussão sobre o filme foi mediada pela professora do curso de Tecnologia em Eventos, Alisson Machado. Com pesquisas na área do cinema, a docente explica que cine debates são importantes não apenas porque promovem a divulgação de bens culturais, mas também porque propiciam momentos de compartilhamento de ideias sobre as temáticas apresentadas nas obras cinematográficas e sobre a representação fílmica proposta pelo diretor, com a qual se pode relacionar questões mais cotidianas. “É nessa troca de ideias que vamos percebendo diferentes nuances sobre um determinado problema social e também pensando alternativas de como enfrentar esses problemas e isso vale tanto para os temas da ecologia, como no caso do documentário a que assistimos, quanto para as políticas de representação e formulação de saberes que tecemos ao assistir e debater conjuntamente a um filme”.
Para o egresso do curso de Hotelaria da FURG, Gabriel Nunes Dias de Oliveira, a experiência de conhecer outras visões de mundo, representadas no documentário, e poder refletir, a partir delas, sobre questões locais foi enriquecedora. “Quando nos deparamos com outras visões de mundo, nós podemos refletir sobre o nosso próprio mundo, fazendo um exercício de alteridade. Então, fiquei satisfeito pelo debate que o documentário proporcionou, com pessoas bem envolvidas e dispostas a problematizar o filme e trazer exemplos próximos da nossa realidade”.
Projeto Agenda Social da FURG
A FURG, em seu contexto multicampi, realiza ações, atividades e projetos que dialogam com diferentes temáticas socioculturais, educativas e ambientais – a exemplo do Junho Sustentável. Com a intenção de visibilizar as produções, refletir sobre temas atuais, bem como celebrar a vida e manifestar os compromissos de luta e resistência, a Agenda Social da FURG foi criada.
O propósito do projeto tem sido dialogar, informar e visibilizar datas que expressam o compromisso social da universidade, bem como criar campanhas que busquem compor uma programação coletiva e plural em parceria, sempre que possível, com os municípios do Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha.
Este material foi produzido de acordo com as normas disciplinadas pela Instrução Normativa nº 1, de 11 de abril de 2018, bem como se ancora e respeita os demais materiais publicados até o momento no que tange o regramento para a comunicação pública dos órgãos federais durante o período de defeso eleitoral, compreendido de 2 de julho a 2 de outubro, podendo ser prorrogado até o dia 30 do mesmo mês em caso de segundo turno.