O projeto de extensão PancPop do Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS), marcou presença no 8º Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais (HortPANC), realizado entre os dia 1° e 3 de julho nos municípios de Sete Lagoas e Prudente de Morais, em Minas Gerais.
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A FURG teve papel de destaque no encontro com a participação de professores, técnicos, estudantes de graduação e pós-graduação, além da apresentação de dez trabalhos desenvolvidos no âmbito do projeto.
Jaqueline Durigon, coordenadora da iniciativa, foi uma das palestrantes convidadas do evento e compartilhou o trabalho extensionista desenvolvido com agricultores e camponeses do Sul do Rio Grande do Sul.
“O HortPANC é um momento de celebração, de encontro, de troca de experiências, da gente se atualizar enquanto pesquisadores e extensionistas nessa área também. É um ponto alto do ano para essa grande rede de pesquisadores em âmbito nacional. E também vem expandindo em âmbito internacional, com participantes de outros países, principalmente da América Latina”, destacou.
Durante sua fala, a professora abordou as experiências do PancPop com a implementação de sistemas de produção de PANC em territórios afetados por eventos climáticos extremos, como a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em 2024.
“Mostrei como essas espécies têm resistido a esses eventos climáticos e como a gente vem conseguindo construir, junto aos agricultores, uma agricultura mais resistente, resiliente e produtiva. Isso representa uma alternativa de renda, de conservação ambiental e de enfrentamento aos novos desafios climáticos”, explicou.
A mesa em que Durigon participou teve como foco as experiências de ensino, pesquisa e extensão com as PANC em diferentes territórios do Brasil.
O debate reuniu nomes de destaque na área, como o professor Valdely Ferreira Knupp, do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), considerado o maior especialista e criador do termo PANC no país, além de autor do principal livro sobre o tema, e um professor da Universidade Federal da Bahia, integrante da Rede PANC Bahia.
Além da parte teórica, o evento contou com um dia de campo que permitiu aos participantes conhecerem práticas de cultivo de PANC no Cerrado mineiro, ampliando a troca de saberes sobre manejo e comportamento das espécies em diferentes condições.
“No dia de campo, a gente pôde conhecer outras experiências de cultivo de espécies de PANC em outros ambientes, em outras condições ambientais, como o Cerrado, que é a realidade de Minas Gerais, e ver espécies que nós estamos cultivando aqui, como elas se comportam também em outras situações climáticas, edáficas e de manejo. Então, também trouxemos conhecimentos sobre o manejo e comportamento dessas espécies, que a gente vai compartilhar com os agricultores e entregar um pouco do que aprendemos, além de aplicar esses novos conhecimentos aqui no município”, completou a professora.
Para o professor Carlos Alberto Seifert Junior (Jajá), que também integra o projeto, a participação no HortPANC foi fundamental para fortalecer a rede nacional que atua com hortaliças não convencionais.
“O PancPop estava bem representado. Foi um evento incrível, onde a gente pôde fortalecer essa rede nacional de debate sobre as plantas alimentícias não convencionais e sobre a horticultura dessas espécies. Saímos muito fortalecidos de lá”, afirmou Jajá.
Os trabalhos de pesquisas e ações extensionistas apresentadas pelo projeto já estão disponíveis nos anais do evento, publicados pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), disponível aqui.
A presença de jovens no evento, vindos dos cursos de Agroecologia, Educação do Campo e Gestão Ambiental, também foi um destaque da participação da FURG.
Segundo a estudante do 5º semestre de Agroecologia e bolsista de graduação do PancPop, Pryscila Krestzel Palhano, participar do evento foi uma experiência gratificante.
A estudante conta que os trabalhos apresentados ampliaram sua percepção sobre as possibilidades de uso das PANC e mostraram de que forma elas podem ser inseridas em diferentes áreas do conhecimento.
“Os desafios e acertos que os pesquisadores mostraram em suas pesquisas agregaram um conhecimento e uma vivência que vêm de fora do Rio Grande do Sul, de várias regiões do Brasil e até de alguns países que estavam lá”, evidenciou.
Pryscila ainda compartilhou que foi positivo perceber, por meio das interações com outros participantes do evento, que o trabalho realizado pelo PancPop é conhecido fora do Rio Grande do Sul, e que o conhecimento adquirido pelos bolsistas no projeto é considerado rico.
“E também a oportunidade que tivemos de apresentar o trabalho que estamos realizando com as PANCs, que nos proporciona, como alunos de graduação, uma experiência de formação diversificada, que nos enriquece enquanto futuros profissionais”, finalizou.