Na última quinta-feira, 29, a professora Aline Nardes dos Santos, do curso de Letras – Português e Literaturas de Língua Portuguesa do Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS), participou de uma reunião virtual com a equipe de avaliação do Ministério da Igualdade Racial (MIR).
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Aline é pesquisadora-bolsista da chamada pública CNPq/MIR 03/2024, que resultou de uma parceria entre o MIR e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Seu projeto, intitulado Diagnóstico do racismo ambiental junto a comunidades quilombolas de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, tem como foco a análise das narrativas quilombolas sobre as enchentes de 2024, com base na Semântica de Frames como abordagem teórica.
A pesquisa busca identificar como as comunidades quilombolas conceptualizam o racismo ambiental, evidenciando estruturas cognitivas (frames) que organizam e dão sentido às suas vivências, partindo da necessidade de documentar e analisar sistematicamente essas percepções, considerando o contexto de vulnerabilidade acentuada enfrentado por populações negras durante desastres ambientais.
O estudo parte da hipótese central de que as narrativas quilombolas revelam frames semânticos próprios, capazes de apontar caminhos para o enfrentamento ao racismo ambiental. Estudos anteriores e registros da imprensa indicam que essas comunidades possuem perspectivas diferentes, e frequentemente negligenciadas, sobre os impactos dos eventos climáticos.
O trabalho envolve entrevistas semiestruturadas e análise de frames semânticos por meio das ferramentas NVivo e Sketch Engine, visando desenvolver estratégias de enfrentamento ao racismo ambiental que sejam cultural e localmente adequadas.
Para Aline, o encontro foi uma oportunidade de conhecer outras pesquisas em desenvolvimento e refletir sobre suas contribuições para a Política Nacional de Igualdade Racial.
“No caso do projeto que coordeno na FURG, trata-se de uma iniciativa coletiva, em parceria com pesquisadoras quilombolas da localidade, buscando valorizar estratégias de sobrevivência e saberes ancestrais que promovem a preservação ambiental e a luta contra o racismo”, destacou.
A equipe do projeto é composta por Aline, coordenadora da pesquisa, além de Carina Santana Ferreira, bolsista de apoio técnico de nível superior, Ariely Romani, bolsista de apoio técnico de nível médio e Matheus Schneires, bolsista de iniciação científica.
Também colaboram voluntariamente Priscila Ferreira e Maria Fernanda Pires, ambas do curso de Letras, Ana Teresa Santana, do curso de Licenciatura em Educação do Campo, e Charlene Santana, coordenadora de Cultura de São Lourenço do Sul.
Entre os representantes do MIR estavam Clédisson Geraldo dos Santos Júnior, secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Tatiana Dias Silva, diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação, e Taís de Sant’Anna Machado, servidora integrante da Secretaria de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.