Com o objetivo de desenvolver um protótipo híbrido de tipo aéreo subaquático, o projeto Subhydrone inicia seu ciclo de desenvolvimento pelos próximos quatro anos. A iniciativa conta com o financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); e é coordenado pela FURG. O estudo conta também com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul).
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De acordo com o coordenador geral do projeto, Paulo Drews (C3/FURG), os primeiros passos para a concepção deste veículo híbrido foram dados em 2009, quando – na época -, era aluno de mestrado na UFMG. “Junto com um colega, Armando Alves Neto, hoje docente daquela instituição, tivemos a ideia de juntar a sua expertise em veículos aéreos e a minha em veículos submarinos. Ali surgiu a ideia de fazer um veiculo capaz de voar e mergulhar. Esse conceito inovador virou uma patente depositada em 2012”, contou o docente.
Entre os anos de 2014 e 2015, Drews e Neto começam a realizar as primeiras publicações sobre o tema, em nível internacional e de alto impacto, garantindo o pioneirismo dentro de uma área da ciência em plena expansão. Em 2016, Drews retorna para a FURG após a conclusão do seu doutorado, iniciando na instituição as atividades do projeto Hydrone, envolvendo estudantes da universidade. “Na época não tínhamos recursos, mas ainda assim, o projeto passa a ganhar corpo. Fizemos os primeiros protótipos e começamos a formar os primeiros alunos, já com essa bagagem e experiência focada em veículos híbridos”, explica o professor.
No ano de 2019, surge a oportunidade de participar de um desafio de drones aéreos proposto pela Petrobras, ação essa que integrava a programação do evento “Robótica 2019” - naquela edição realizado na FURG. “Por meio de um edital, cada time selecionado teria acesso a R$ 10 mil reais em financiamento. Conversamos com as pessoas envolvidas no projeto e nos inscrevemos. Ganhamos o edital, e, no final da competição, conquistamos o primeiro lugar”, recorda Drews.
Com o financiamento e a ajuda de outros projetos de captação de recursos e fomento à pesquisa, como o Programa de Formação de Recursos Humanos PRH-22 da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP/Finep - FURG), a equipe passa a se dedicar ainda mais ao projeto de elaboração de veículos híbridos. No ano passado, o grupo foi contemplado em um edital CNPq com cerca de R$ 500 mil reais; na ocasião, estabeleceu-se uma parceria entre o Centro de Ciências Computacionais (C3), o Instituto de Oceanologia (IO) e a Escola de Engenharia (EE), além da colaboração de pesquisadores e professores da UFMG, do IFSUL, da UFPEL e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Atualmente
De acordo com Drews, toda essa bagagem e expertise acumulada fizeram com que o projeto, até então, ganhasse forma, corpo e propósito, entendendo as dificuldades do processo e os melhores caminhos para colocar a ideia em prática da melhor maneira possível. Recentemente, em 2023, o grupo concorreu – e ganhou -, um edital FINEP no valor de R$ 3.7 milhões de reais. O investimento cobre a construção de um drone híbrido de maneira mais madura e robusta, visando o alto impacto que a proposta é capaz de oferecer à sociedade.
Para o time, o foco desta nova etapa está na superação dos desafios operacionais como prototipagem, autonomia e aplicação em atividades offshore, especialmente voltadas para inspeção submersa e monitoramento. O projeto se estenderá ao longo dos próximos quatro anos, período no qual os pesquisadores terão que superar obstáculos para criar soluções inovadoras que contemplem a utilização do drone híbrido em ambientes subaquáticos – bem como a devida construção, montagem, testagem e disponibilização do equipamento.
“Neste ciclo de desenvolvimento vamos trabalhar em um drone híbrido junto com um barco autônomo para permitir a troca de informações e recarregamento rápido, permitindo assim uma maior duração das missões, que devem focar na inspeção de estruturas e também no monitoramento ambiental. Destaco, ainda, que em 2023 dois alunos do projeto Hydrone ganharam primeiro e terceiro lugar no concurso de teses e dissertações em Robótica do Brasil (CTDR), mostrando a qualidade do trabalho desenvolvido pelo grupo”, concluiu Drews.