ENFERMAGEM

Pesquisa vai analisar perfil de enfermeiros(as) em todo o Brasil

Regulamentação da formação profissional das Pics está entre as pautas

A pesquisa Inquérito Nacional Sobre o Perfil Educacional e Profissional de Enfermeiros(as) de Saúde Integrativa e Práticas Tradicionais (Enfpics) iniciou na última sexta-feira, 16, a etapa de coleta dos dados quantitativos por meio de um questionário online.

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Sob a coordenação da professora Daniela Dallegrave, docente da Escola de Enfermagem e do PPG de Ensino na Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a pesquisa conta com a parceria de diversas pesquisadoras, vinculadas a instituições de ensino superior das diferentes regiões do Brasil: Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Fundação Osvaldo Cruz de Pernambuco (Fiocruz-PE) e Associação Brasileira de Enfermeiros Acupunturistas e Enfermeiros de Práticas Integrativas (Abenah). A abrangência do estudo visa representar os(as) enfermeiros(as) brasileiros(as) com a inserção locorregional, objetivando uma análise de dados contextualizada e produção de informações de interesse às políticas públicas, à regulamentação da formação profissional das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) na enfermagem e a organização de diretrizes para elaboração de cursos, disciplinas ou formações complementares nesta área. Com isso, espera-se fortalecer a autonomia profissional dos(as) enfermeiros(as) e a promoção da saúde e do autocuidado na comunidade.

Em termos internacionais, as Pics são reconhecidas pela denominação de Medicinas Tradicionais, Integrativas e Complementares (MTCI). Cada uma das palavras representa importantes aspectos deste tipo de cuidado. De acordo com a professora, filósofa e socióloga Madel Luz, são saberes milenares, intergeracionais, com um fator cultural inerente, que visam integrar diferentes racionalidades médicas e relações terapêuticas que se complementam.

No Brasil, não há direcionamentos formais que regulam o ensino das Pics nos currículos de graduação da área da saúde. O discurso acadêmico vigente ainda valoriza os saberes relacionados à racionalidade biomédica, com uma visão fragmentada do ser humano. Apesar disso, pode-se observar um aumento substancial das pesquisas envolvendo as Pics, mostrando fortes evidências, interesse, investimentos e valorização. Alguns autores apresentam a Educação Interprofissional como potencial para a criação e sustentação de ambientes necessários para a medicina integrativa prosperar.

Nesse contexto, destacam-se os(as) enfermeiros(as) como grandes difusores das Pics, pois além de pioneiros(as) no reconhecimento para a atuação prática, também estão entre os primeiros a inserir as Pics nos currículos, conforme apontam Jackçon Savi e Rosita Saupe em artigo divulgado em 1995, que trata de uma disciplina desenvolvida na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No entanto, ainda há muito a avançar para a construção de um olhar integral e uma prática transdisciplinar para a resolução de problemas na área da saúde.

Desta forma, o objetivo é conhecer quantos(as) enfermeiros(as) brasileiros(as) possuem formação em Pics, bem como o perfil daqueles(as) com formação e que atuam com essas práticas no seu cotidiano profissional. Assim, todos(as) os(as) enfermeiros(as) com diploma de graduação em Enfermagem podem participar da pesquisa.

Para contribuir, basta se inscrever clicando neste link. Após, será enviado um e-mail com o acesso ao questionário.