A pesquisadora e professora Paula Dentzien-Dias, do Laboratório de Geologia e Paleontologia do Instituto de Oceanografia (IO) da FURG produziu artigo científico que elucida questões e acrescenta detalhes sobre a história dos pareiassauros, grupo de animais pouco conhecidos pelo público em geral e com características distintas dentre aqueles encontrados no registro fóssil. Juan Cisneros, da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Heitor Francischini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), são os outros autores do estudo publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution.
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A pesquisadora Paula destaca a importância do material encontrado. “São novos ossos que até então não tinham sido conhecidos para esse animal, que é como se fosse uma espécie de réptil muito antigo”, assegura a geóloga. Explica ainda que fósseis do animal já haviam sido identificados desde a década de 1970, mas que haviam sido classificados erroneamente. A pesquisa permitiu uma nova análise dos registros anteriores, além de descrever ossos até então desconhecidos.
Seis indivíduos da espécie foram encontrados em Aceguá (RS). A proximidade indica a presença de gregarismo, ou seja, a tendência para viverem em conjunto. “Esse é um fato muito interessante, pois até então não se sabia que eles podiam viver em grupos”, ressalta a paleontóloga. “Isso é importante não só para os espécimes de pareiassauros encontrados na América do Sul, como para as espécies encontradas na África do Sul e na Rússia”, completa.
A professora conta que ainda há material que precisa ser preparado para estudo. “Com certeza novos dados serão obtidos, o que pode nos dar indícios intraespecíficos, como a interação com outros animais”, aponta. “Na mesma camada geológica há a presença de carnívoros, então é possível encontrar algo novo que indique a interação entre os dois, como uma marca de mordida”, prevê a docente. “Existe uma perspectiva de continuidade desse trabalho”, comemora e finaliza Paula.
*Estagiário de Jornalismo, com supervisão de Fernando Halal