Com o objetivo de automatizar o processo de análise e controle de parâmetros de potabilidade durante o tratamento de água, a Augen Engenharia e Inovação, que faz parte da incubadora de empresas de base tecnológica da FURG - a Innovatio -, recentemente realizou a entrega e montagem de equipamentos desenvolvidos por sua equipe para a Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan em Tramandaí. Neste projeto conjunto, os dispositivos foram projetados com base nos conceitos da indústria 4.0.
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De acordo com Moises Fernandes Borges, 38, engenheiro mecânico e um dos sócios da empresa, atualmente a parte analítica da operação de tratamento de água é feita manualmente. “O atual processo consiste na coleta de água, análise em laboratório próprio da estação, e, a partir disso, é feita a dosagem, que é uma operação difícil de acertar o ponto ideal de forma manual”, explica.
Os equipamentos concebidos pela Augen representam uma solução de automação, para que o processo seja feito de maneira constante e precisa. “Nosso equipamento está conectado online durante o tratamento e coleta de água, e nesse processo já desempenha a análise e dosagem”
Concepção e contexto
Como parte de uma adaptação ao mercado, a chamada indústria 4.0 engloba diversos fatores e aspectos possibilitados pelos mais recentes avanços tecnológicos compreendidos em diferentes dispositivos e ideias, a exemplo de conceitos como a internet das coisas, big data, realidade aumentada, sistemas modulares integrados, simulações e assim por diante.
Em seu sistema desenvolvido para a Corsan, chamado de ETA 4.0, em função de priorizar os esses conceitos, o grupo desenvolveu os dispositivos de maneira modular. São quatro módulos principais divididos por processos de tratamento de água: um de controle de PH, outro para controle de sulfato de alumínio e ainda módulos de controle de cloro e de flúor. O sistema também conta com uma sala de controle compacta, para gerenciar as informações obtidas pelos módulos anteriores.
“Todos os nossos equipamentos conversam com um aplicativo que desenvolvemos. Então, juntamente com o sistema de controle, que é algo mais completo, existe uma parte mais simplificada, mais voltada para a manutenção, na forma de um tablet”, explica e completa Moises: “caso o operador esteja sozinho, ele pode ir nos módulos apenas com o tablet e acionar os módulos de forma mais simples”.
Universidade e indústria
Por muito tempo espaços que mantinham certo distanciamento social, hoje, mais do que nunca, as universidades e a indústria se aproximam cada vez mais em uma relação que se retroalimenta. A FURG, por sua vez, conta com seu parque científico e tecnológico, o Oceantec, além de sua incubadora de empresas, a Innovatio. Esses espaços promovem a interação entre comunidade acadêmica – alunos, professores e técnicos – com a indústria, para a promoção de projetos e pesquisas voltados à criação de empresas com a concepção de equipamentos e serviços próprios.
Moises explica que, no caso da Augen, a empresa é um mecanismo de pesquisa aplicada. “Nossa pesquisa pode ser considerada mais simples, com conceitos mais simples, mas a gente tenta aplicar o simples de uma forma moderna”, pontua Moises. Para o engenheiro, o papel das empresas incubadas pela universidade está não apenas na pura conexão com a indústria, mas no uso deste espaço para aplicar tecnologias desenvolvidas dentro da instituição à comunidade externa.
Sobre a empresa
A Augen é composta por três sócios, sendo dois professores da Universidade, oriundos da Escola de Química e Alimentos (EQA): César Augusto da Rosa e Fabrício Butierres Santana, juntamente com Moises, mestrando na universidade. A equipe também compreende três colaboradores, funcionários da empresa - também ligados à FURG -, e três estagiários vinculados respectivamente ao Centro de Ciências Computacionais (C3), Escola de Química e Alimentos (EQA) e Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac).