Na última quinta-feira, 24, mais de 1.500 estudantes de escolas municipais se reuniram no Cidec-Sul para a abertura do CriaRG. Na oportunidade, foram apresentadas as dez escolas finalistas do Hackathon que propôs soluções reais para a cidade do Rio Grande. Encerrando a cerimônia, o ex-jogador Paulo César Tinga palestrou sobre sua infância, sua trajetória no futebol e sua atual carreira como empresário. Integrando a programação do evento, aconteceu também o Seja FURG, ação da universidade voltada para apresentar seus cursos de graduação aos alunos graduandos do ensino médio.
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Durante a abertura, o reitor Danilo Giroldo aproveitou o espaço para destacar a importância da universidade e da ciência para a promoção de soluções inovadoras para o futuro da cidade e do país, incentivando também o desenvolvimento sustentável e tecnológico por meio da inovação e do trabalho em equipe, aspectos essenciais do ensino superior. “É uma imensa alegria ver este Cidec lotado. Hoje vocês entram nessa universidade, nesse auditório, para conhecer a instituição, todas as áreas de conhecimento e onde se socializa a produção científica. Amanhã, vocês vão entrar neste auditório para receber a outorga de grau nos cursos que vocês escolheram”, declarou o gestor durante o início de sua fala.
Seja FURG
“Uma parte do CriaRG é o Seja FURG, uma iniciativa nova para que todos e todas possam conhecer todo o potencial da nossa universidade, conhecer o quanto ela pode contribuir com a sociedade. Queremos que cada um de vocês sejam FURG, seja estudando ou defendendo a nossa universidade; e ninguém pode tirar esse sonho de vocês”, destacou o reitor. Criada em 1996, na intenção de promover integração e troca de saberes entre a FURG e os estudantes de Ensino Médio da cidade e região, a Semana Aberta, agora repaginada e reestruturada, volta a acontecer presencialmente pela primeira vez desde o início da pandemia. Marcando esta nova fase, a ação ganha um novo nome, para refletir o seu potencial agregador: Seja FURG.
Em 2022, o Seja FURG integrou a programação do CriaRG, destacando ainda mais uma das mensagens essenciais de ambas iniciativas: a união e o trabalho em equipe. “Este evento, com essa complexidade, com essa infraestrutura, só acontece porque tem muitas pessoas dedicadas para que isso possa ser realizado; cuidando de cada detalhe, de cada rede elétrica, de cada espaço, isso somado com a articulação com cada parceiro. É apenas por meio do trabalho colaborativo que a gente consegue obter os resultados desejados”, afirmou o reitor.
Durante os dias 24 e 25 de novembro, a asa leste do Cidec-Sul abrigou 18 estandes de divulgação de projetos de graduação, pesquisa, extensão e inovação englobando: as 13 unidades acadêmicas da instituição; a Coordenação de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidades (Caid); a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae); a Comissão Permanente do Processo Seletivo (Coperse); e os campi de Santo Antônio da Patrulha e Santa Vitória do Palmar. Os expositores aproveitaram o espaço para apresentar experimentos, brincadeiras, folders e materiais com o intuito de instigar a curiosidade dos estudantes.
“Para mim, o mais importante foi a retomada das ações presenciais com os estudantes da rede pública e privada, suspensas por 2 anos em razão da pandemia. A universidade ganhou novo ânimo e a receptividade das escolas foi marcante. Todos estávamos ansiosos por este momento de reencontro”, celebrou Letícia Chaplin, representante da FURG na comissão organizadora do CriaRG.
De acordo com a diretora do Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef), Adriana Pereira, o Seja FURG é um projeto muito importante para a integração da universidade com as escolas e com a comunidade em geral. “Este projeto possibilitou aos estudantes das escolas conhecerem um pouco da instituição, dos cursos e dos projetos desenvolvidos na FURG. O Imef expôs alguns de seus projetos”, apontou a professora.
A unidade acadêmica apresentou, em seu espaço de divulgação, o projeto Ciência Impressa 3D, responsável por instigar professores e alunos da educação básica, bem como a comunidade em geral, a perceberem a física e a astronomia como algo mais próximo do seu cotidiano, de forma prática e atraente. A iniciativa utiliza tecnologias como a da prototipagem rápida (impressoras 3D) e a prototipagem eletrônica para criar experimentos em um processo contínuo de transformação de conhecimento teórico em experimentos práticos.
O Imef também apresentou seus telescópios do Observatório Astronômico da unidade; alguns materiais e equipamentos do Laboratório de Educação Matemática e Física (Lemafi), vinculado ao Centro de Educação Ambiental, Ciências e Matemática (Ceamecim); experimentos dos laboratórios de ensino de Física; além de peças do acervo do Mini Museu Tangram de Tecnologias, composto por diversos objetos considerados obsoletos que ajudam a contar a história do desenvolvimento tecnológico, como por exemplo: toca discos, notebooks, fitas VHS, DVDs, aparelhos celulares, mimeógrafos, enciclopédias e discos de vinil.
“Por meio do Seja FURG foi possível ver o comprometimento dos alunos dos cursos de graduação da unidade no sentido da sua participação no evento, com o objetivo de mostrar para a comunidade os nossos cursos e projetos que são desenvolvidos no Imef”, complementou Adriana.
Feira de Ciências
Como parte das atividades do Seja FURG, a instituição também promoveu a VI Feira das Ciências: Integrando Saberes no Cordão Litorâneo, cujo objetivo é incentivar a produção de espaços não-formais de ensino e de aprendizagem na cidade do Rio Grande. Segundo a docente do curso de Física, do Imef - e uma das expositoras da unidade -, Fernanda Sauzem Wesendonk, a abertura da universidade para as escolas da cidade e região com atividades como esta representa um movimento essencial para que os alunos de ensino fundamental e médio possam conhecer todas as atividades desenvolvidas dentro de uma instituição de ensino superior; as ações de ensino, pesquisa e extensão, servindo como uma maneira de instigar estes estudantes a ingressarem nestes espaços de formação.
“Durante todo período pandêmico a FURG continuou funcionando, produzindo ciência, fazendo pesquisa, ensino e extensão dentro do possível, e, nestes últimos 2 anos, toda essa potência ficou “abafada”; voltar a abrir esses espaços para a comunidade é muito relevante, principalmente porque a gente quer que esses estudantes estejam futuramente conosco. A própria feira de ciências, por exemplo, é outro ambiente de incentivo para que os estudantes se envolvam, por meio da curiosidade, a iniciar sua jornada na ciência. A gente pode ver, com essa atividade, uma série de ideias legais, com alunos desenvolvendo projetos investigativos, passando por premiações e sendo incentivados a produzirem ciência”, declarou Fernanda.
Visitações guiadas
Atividade considerada complementar ao Seja FURG, as visitações guiadas realizadas durante o evento serviram para promover ainda mais integração aos estudantes visitantes, uma vez que, após visualizar os projetos de ensino, pesquisa e extensão durante a mostra, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer o campus e enxergar a aplicação prática destes projetos. De acordo com a organizadora da atividade, Daniele Jardim, é por meio do passeio guiado que os alunos conseguem compreender melhor cada espaço da FURG, sentindo o ambiente, criando sentimento de pertencimento e despertando a vontade de estar nestes espaços futuramente. “Ali é onde os estudantes sentem vontade de fazer perguntas mais técnicas e observar mais detalhes”, explicou a pedagoga.
A atividade contou com três roteiros alternados, englobando Escola de Química e Alimentos (EQA), Centro Esportivo, Centro de Convivência (CC), Centro de Formação e Orientação Pedagógica (Cfop), Biblioteca e Estação de Apoio Antártico (Esantar). Em cada local, os estudantes visitantes contaram com a companhia de profissionais técnicos, lotados em cada setor, para apresentar o ambiente, tirar dúvidas e conduzir o passeio.
“Os passeios foram realizados em três turnos, entre quinta e sexta-feira; em cada turno foram atendidas quatro turmas, representando cerca de 360 estudantes no total. As visitas guiadas foram realizadas por técnicos-administrativos em educação, acadêmicos e bolsistas da FURG que se disponibilizaram para monitorar e acompanhar a atividade”, destacou Daniele.
“Durante a reunião para a realização da atividade tivemos alguns relatos dos nossos acadêmicos e bolsistas que ingressaram na pandemia e não tiveram oportunidade de conhecer a FURG antes de iniciar seus cursos de graduação, e, como retornaram ao modelo presencial neste ano, também não tiveram a oportunidade de conhecer toda a universidade ainda. A visitação guiada também proporcionou essa oportunidade para acadêmicos da própria instituição”, completou a pedagoga.
Finalistas do Hackathon
Como grande atração de encerramento do CriaRG, no último sábado, 26, foram revelados os três vencedores do Hackathon CriaRG. Durante a atividade, foram mais de 700 estudantes inscritos e 74 projetos submetidos; das dez equipes finalistas, sagrou-se campeã a escola A.E.E.E.F Alfredo Ferreira Rodrigues, com o projeto “App do Busão”. A solução vencedora propõe a criação de um aplicativo para celular voltado para estabelecer um contato direto entre alunos da rede pública e motoristas de ônibus escolares, possibilitando, também, a localização em tempo real do veículo.
O segundo lugar ficou com a equipe da E.E.E.F Barão de Cêrro Largo, com o projeto “REC – Recuperação e Cultura para o RG”. A solução trouxe a proposta de promover a relação entre a comunidade e a cultura local, por meio da valorização do turismo, melhoria de infraestrutura do município e preservação dos patrimônios públicos e do meio ambiente. Por fim, na terceira colocação, a E.M.E.F Dr. Altamir de Lacerda Nascimento com “Estação de Tratamento”; proposta que planeja a construção de uma mini estação de tratamento de esgoto com materiais simplificados e de baixo custo, para instalação direta em residências.
De acordo com o diretor do Parque Científico e Tecnológico (Oceantec), e um dos representantes da universidade na organização do CriaRG, Arthur Gibbon, a FURG sempre foi uma universidade voltada a atender a sua comunidade; existe uma preocupação histórica em atender demandas reais da cidade do Rio Grande e das demais cidades onde a FURG se faz presente. “E um dos problemas reais que temos em Rio Grande é a educação, em especial a educação dos jovens de ensino fundamental e médio”, complementou Gibbon.
“O Seja FURG é importante para que a gente possa mostrar para estes jovens uma nova realidade, possibilidades diferentes de crescimento pessoal e profissional, de realização de vida, por meio da educação e da qualificação profissional. Dentro desse panorama, o Hackathon CriaRG foi muito interessante, primeiro porque houve uma adesão muito grande por parte das escolas que, em equipes de até sete pessoas contando com o professor, registrou mais de 700 inscritos”, comentou o diretor.
Ainda de acordo com Gibbon, na semana do evento, o Sebrae ofereceu uma oficina de pitches, para que os estudantes pudessem entender quais os pontos a observar na hora de apresentar projetos dessa espécie, e o Oceantec ofereceu um processo de mentorias.
“Eu que acompanhei tudo isso, quando chegou o momento de apresentação dos finalistas, primeiro a gente percebe a evolução prática de amadurecimento das ideias: a abordagem, a solução, a própria apresentação das ideias; depois, sob o ponto de vista das competências emocionais, as chamadas softskills, durante todo o processo, serviu para que eles aprendessem a trabalhar em equipe e a ter resiliência”, declarou Gibbon.