Reduzir a mortalidade materna em 25% e a mortalidade materna de mulheres negras em 50% até 2027, garantindo um cuidado integral e humanizado para gestantes e bebês. Esse é o objetivo da Rede Alyne, que iniciou no mês de novembro, em todo o país, o curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica, dentre as ações para atingir as metas. A Universidade Federal do Rio Grande (FURG) faz parte desta iniciativa como um dos polos do curso, que está sendo realizado no Campus da Saúde desde o início do mês.
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O curso é organizado pelo Ministério da Saúde, por meio da Rede Alyne, e tem como objetivo ampliar e fortalecer a atuação de enfermeiras obstétricas no Sistema Único de Saúde (SUS). No Rio Grande do Sul, o curso é realizado na FURG e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A iniciativa disponibilizou 750 vagas, em todo país, a enfermeiras(os) atuantes na atenção à saúde das mulheres no SUS e nas regiões contempladas. O foco é a regionalização e interiorização da atenção obstétrica e neonatal.
Para a coordenadora local do curso, professora Fernanda Martins, a especialização representa um marco para o município de Rio Grande e para toda a região sul do Estado, "ao integrar-se a um movimento nacional de qualificação profissional voltado à ampliação do acesso ao parto seguro, humanizado e baseado em evidências".
A professora explica que, no contexto local e regional, o curso contribui diretamente para o fortalecimento das redes de atenção à saúde e para a consolidação de práticas obstétricas centradas no respeito, na autonomia e na dignidade das mulheres. "Em âmbito estadual e nacional, a Rede Alyne reafirma o compromisso com as políticas públicas de saúde e com a formação de profissionais capazes de transformar realidades, promovendo o cuidado integral e a equidade no Sistema Único de Saúde", completa.
A coordenação nacional curso pela UFMG, professoras Kleide Ventura e Eunice Martins, em mensagem de boas vindas às novas estudantes, destacou a força da enfermagem obstétrica representada em cada pólo em todos os estados do país e a necessidade de ampliação do cuidado no atendimento à mulher em seu processo individual, de acordo com a regionalização da assistência. Também mencionou o desafio que o curso impõe e destacou o potencial para o aprimoramento das competências que a profissão exige no cuidado obstétrico conduzido por enfermeiras comprometidas e preparadas para atuar com base nas melhores evidências, promovendo a humanização e a excelência na assistência.
Sobre o curso
A especialização latu sensu é promovida numa parceria entre o Ministério da Saúde, a partir da Rede Alyne, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na modalidade presencial, com carga horária total de 720 horas e duração prevista de 16 meses. Na FURG, a realização envolve a Escola de Enfermagem (EEnf) e o Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG/Ebserh).
Na FURG, dez enfermeiras foram aprovadas na seleção: Fernanda Demutti Pimpão Martins, Fabiane Ferreira Francioni e Sabrina Silveira Leite, da Escola de Enfermagem (EEnf-FURG); Jeane Zanini Da Rocha e Clarissa Kümmel Duarte Fonseca, do HU-FURG/Ebserh; Aline Goncalves de Almeida, Stephanie Gonçalves Vasconcelos e Bianca Araújo Marandini Nunes, da Santa Casa do Rio Grande; e Cíntia Crespo Prestes e Lorranny Santana Rodrigues, do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel/Ebserh).
Aula inaugural
A aula inaugural foi realizada em 7 de novembro, na sala 207 no Campus Saúde. "Marcando o início de uma importante trajetória de formação e fortalecimento da atuação de enfermeiras e enfermeiros obstétricos no cuidado à saúde das mulheres, das gestantes e dos recém-nascidos", destaca a coordenadora local.
A aula inaugural contou com palestra do prof. dr. Heitor Biondi sobre o contexto histórico sobre o parto e sua representação. Foram realizadas ainda as dinâmicas “Duas verdades e uma mentira” e "Árvore das Expectativas", nas quais as estudantes puderam se conhecer e demonstrar suas expectativas em relação ao curso. Ao final, foi promovido um momento de diálogo sobre as possibilidades de uma jornada de aprendizado, compromisso, desafios e transformação no contexto local, além da apresentação da estrutura do curso, incluindo o cronograma das disciplinas, a previsão de datas e horários dos encontros.
Além da coordenadora local e da maioria das discentes do curso, estiveram presentes na aula inaugural, o vice-coordenador local do curso, Edison Barlem; a diretora da Escola de Enfermagem, Jamila Barlem; a professora da Escola de Enfermagem, Fabiane Francioni; a superintendente do HU-FURG/Ebserh, Sandra Brandão; a chefe da Unidade da Mulher do HU-FURG/Ebserh, Tânia Fonseca; a representante da Secretaria de Saúde do município de Rio Grande, Fernanda Freire; a enfermeira Patrícia Echenvengua; e a monitora e aluna da Escola de Enfermagem, Mariana Machado.
O vice-coordenador local, professor Edison Barlem, deu as boas vindas às estudantes e agradeceu a todos os parceiros e apoiadores institucionais que tornaram possível o desenvolvimento do curso. Em seguida, a coordenadora local, professora Fernanda Martins, fez uma breve fala afirmando a satisfação da EEnf/FURG em realizar a aula inaugural e agradeceu à direção da EEnf, representada pelas professoras Jamila Barlem e Laurelize Rocha; ao vice-coordenador local, professor Edison Barlem; à Secretaria Municipal de Saúde, enfa. Juliana Acosta e à enfa. Patrícia Echevenguá que impulsionaram a aprovação das vagas a serem ofertadas na FURG.
Agradeceu também à superintendente do hospital, Sandra Crippa Brandão, e à chefe da Unidade de Saúde da Mulher do hospital, Tânia Fonseca; à reitora da FURG, professora Suzane Gonçalves, e à diretora de Pós-Graduação, professora Fabiana Scheneck, pelo apoio e incentivo à consolidação desta iniciativa, fundamentais para o fortalecimento da integração entre ensino, serviço e comunidade.
Autoridades, representantes das instituições parceiras e professores presentes compartilharam suas palavras e reflexões sobre a importância da especialização e das parcerias que a tornaram possível.
A Rede Alyne
A Rede Alyne é uma estratégia do governo federal de reestruturação da antiga Rede Cegonha, voltada à redução da mortalidade materna-infantil e ao cuidado integral e humanizado para gestantes e bebês. Homenageia a jovem negra Alyne Pimentel, que morreu aos 28 anos, gestante e vítima de negligência médica. O caso levou o Brasil a ser o primeiro país condenado por morte materna pelo Sistema Global de Direitos Humanos em todo o mundo.