O Programa de Pós-graduação em Engenharia Oceânica da FURG (PPGEO) recebeu autorização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para a abertura do curso de doutorado, com ingresso previsto para o final de 2023 ou início de 2024.
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Linhas de Pesquisa
O PPGEO manterá as duas Áreas de Concentração (AC) atualmente vigentes: Engenharia Costeira e Engenharia Marítima.
A primeira trata de estudos científicos e tecnológicos relativos aos processos em curso no litoral e à construção de equipamentos e de estruturas dentro da zona costeira, envolvendo aspectos de oceanografia costeira, geologia marinha e engenharia civil, muitas vezes direcionado para combater a erosão das costas ou fornecer acesso à navegação. Já a segunda trata de estudos científicos e tecnológicos relativos ao projeto e à operação de sistemas artificiais no oceano e outros ambientes marinhos, envolvendo conhecimentos, técnicas e habilidades de engenharia mecânica, elétrica, civil, acústica e química, associados à compreensão do funcionamento dos oceanos, permitindo o projeto e construção de equipamentos e estruturas resistentes às diversas condições deste ecossistema.
O perfil do profissional formado em cada uma das ACs será diferenciado em função do conjunto de oferta de disciplinas obrigatórias e eletivas para formação na área escolhida, e pelo trabalho de pesquisa a ser desenvolvido nas teses de doutorado.
Atualmente, a AC de Engenharia Costeira do PPGEO possui duas Linhas de Pesquisa (LP): Estruturas e Equipamentos Costeiros e Portuários e Processos Costeiros e Estuarinos. Entretanto, com base no processo de autoavaliação, foi observado que as duas LPs existentes na AC de Engenharia Costeira não estavam apresentando indicadores satisfatórios. Então, a junção das LPs em uma única LP está sendo proposta, para que o PPGEO tenha indicadores condizentes a um curso de doutorado na área de Engenharia Costeira.
Sendo assim, a LP será intitulada: Estruturas, Equipamentos e Processos Costeiros e Portuários, que contemplará o desenvolvimento de atividades relacionadas à análise e projeto de estruturas costeiras e portuárias; equipamentos e estudos geotécnicos de solos em zonas costeiras; durabilidade de materiais em ambiente marítimo; hidráulica costeira, sedimentologia e transporte sedimentar; química e qualidade da água e dos sedimentos costeiros; estabilidade e recuperação de linhas de costa; dragagem e navegação em lama fluida.
Já na área de Engenharia Marítima continuará com as duas LPs vigentes: Energias Renováveis do Mar e Estruturas e Equipamentos Oceânicos.
A primeira é voltada para o desenvolvimento de atividades relacionadas à determinação e avaliação dos potenciais energéticos; formas de conversão das fontes renováveis de energia; racionalização da exploração e utilização dos recursos energéticos; simulação, experimentação e construção de protótipos.
A segunda trata do desenvolvimento de atividades relacionadas aos estudos de equipamentos e veículos para operação em regiões oceânicas; sistemas oceânicos sob o enfoque da análise de estruturas rígidas e flexíveis (tais como risers, cabos, plataformas e dutos submarinos); simulação, experimentação e construção de estruturas e equipamentos oceânicos.
Histórico
Criado em 1995, o PPGEO enfrentou diversos desafios ao longo dos anos para alcançar uma classificação mais elevada na Capes. Inicialmente, o Programa era avaliado com nota 3, o que dificultava a abertura de novos cursos, uma vez que a Coordenação geralmente exige nota 4 (na escala de 1 a 7) para o processo de cadastramento de novos cursos.
Desde 2015, o PPGEO iniciou um processo de reestruturação e reorganização acadêmica com o objetivo de elevar sua classificação junto à Capes. Para isso, desenvolveu um sistema de autoavaliação, que levou mais de um ano para ser elaborado. O objetivo era reproduzir os indicadores da área, auxiliando o programa a estabelecer um planejamento estratégico e desenvolver ações que o impulsionassem na busca por melhores indicadores e qualidade de ensino e pesquisa.
O desafio era significativo, pois, de acordo com a Capes, os Programas geralmente têm a expectativa de evoluir em dois ou três ciclos de avaliação. Com as mudanças no sistema de avaliação do órgão, passando de avaliações trienais para quadrienais, o PPGEO corria risco de cair para nota 2 e ser descredenciado do Sistema Nacional de Pós-Graduação.
Essa busca pela melhoria contínua e aprimoramento dos indicadores levou o PPGEO a obter uma melhoria significativa já nos primeiros anos após a criação do sistema de autoavaliação durante os ciclos de 2015 e 2016. No entanto, a nota obtida nesse período foi 3.
Os esforços do PPGEO foram reconhecidos na última Avaliação Quadrienal (2017-2020), quando o Programa alcançou a tão almejada nota 4. Esta classificação permitiu ao programa submeter no início de 2023, a proposta de abertura do curso de doutorado em Engenharia Oceânica.
"A evolução na Pós-Graduação exige um esforço muito grande e o tempo é longo para obter retorno. Essa nova conquista abrirá portas para atrair pessoas altamente qualificadas para a instituição, impulsionando tanto a busca por conhecimento dos alunos quanto à fixação de professores doutores", ressalta a equipe de gestão do PPGEO.