Você se sentiria preparado para agir em uma situação de emergência? E se houvesse a possibilidade de treinar essas situações antes que elas acontecessem, em um ambiente seguro, com orientação especializada e sem colocar vidas em risco? Essa foi a proposta da Semana de Simulação Clínica promovida pela Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal do Rio Grande (HU-FURG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). As atividades foram realizadas de 24 a 27 de junho e reuniu acadêmicos, residentes, docentes e profissionais da área da saúde.
FURG SAP participa da instalação do Conselho da Comunidade da Comarca de Santo Antônio da Patrulha
16ª Fitec conta com mais de 30 projetos destacando áreas como sustentabilidade, indústria 4.0 e biotecnologia
FURG assina protocolo de intenção com empresa japonesa para desenvolvimento sustentável
Investimento em qualificação
Durante a solenidade de abertura da Semana, gestores do Hospital e da Universidade destacaram a importância estratégica do ensino por simulação e os desafios para sua consolidação como prática permanente. Para a superintendente do HU-FURG, Sandra Crippa Brandão, a simulação clínica representa uma mudança de paradigma no ensino da saúde. “A simulação clínica é hoje uma estratégia pedagógica fundamental no ensino da Medicina e da Enfermagem. Houve uma mudança total: antes, o primeiro contato do aluno era diretamente com o paciente, com todos os riscos envolvidos. Hoje, buscamos ambientes seguros para garantir a segurança do paciente e do próprio estudante”.
A superintendente também destacou os desafios estruturais para o crescimento do Laboratório, apontando a necessidade de investimentos em infraestrutura e equipamentos, que são cada vez mais sofisticados e de alto custo. “Já está previsto, no PAC, um novo ambiente para o Laboratório, mais amplo e adequado. Ainda estamos em espaços limitados, mas temos a perspectiva de crescimento”, afirmou. Também reforçou o compromisso do HU-FURG como hospital de ensino, voltado à formação de profissionais não somente para a instituição, mas também para a rede de atenção à saúde: “Capacitamos nossos profissionais e ofertamos formação para a rede, como já fizemos com a Marinha do Brasil. Nosso papel é formar multiplicadores, pois a metodologia da simulação exige um novo modo de ensinar e de aprender”.
Para o gerente de Atenção à Saúde, Fábio de Aguiar Lopes, o LaHCliM tem papel importante na qualificação dos servidores e acadêmicos, bem como na melhoria da assistência. “O HU pode suprir uma lacuna da academia, que ainda não conta com um laboratório de simulação adequado. O LaHCliM tem contribuído muito para a educação permanente dos nossos profissionais, que são muito heterogêneos. Capacitação é essencial para a segurança dos pacientes e para a qualidade do atendimento”. E reforçou as perspectivas positivas para o futuro do Laboratório: “Com as futuras instalações previstas no PAC, teremos uma área da GEP e do LaHCliM mais qualificada”.
Representando a Reitoria da FURG, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Daiane Dias, parabenizou a equipe organizadora e reforçou a importância da formação continuada. “Essa ação é fundamental para qualificar os servidores que atuam diretamente no cuidado aos pacientes. O grande número de inscritos demonstra a relevância do evento e aponta a necessidade de que essa semana tenha vida longa. É com iniciativas assim que ampliamos o conhecimento e melhoramos o atendimento”.
Os cinco anos de LaHCliM
A gerente de Ensino e Pesquisa do HU-FURG, Marilice Magroski da Costa, resgatou a história do LaHCliM: “Começamos em 2018 a pensar em ter no HU-Furg um laboratório de habilidades, com poucos recursos para a aquisição de simuladores e um pequeno grupo de trabalho. Em 2020, ainda no início da pandemia, conseguimos montar uma sala adaptada e iniciar os primeiros treinamentos. Hoje já contamos com mais materiais, mais pessoas na equipe e buscamos ampliar ainda mais nossa capacidade de atendimento”. E enfatizou que “Tudo isso só foi possível pelo envolvimento de uma equipe comprometida. Tivemos uma adesão acima do previsto nas oficinas realizadas nesta semana, o que mostra o quanto essa iniciativa é relevante. Vamos ampliar a oferta de cursos para atender à demanda”.
O chefe da Unidade de E-Saúde e coordenador do Laboratório, Heitor Silva Biondi, explicou o objetivo da iniciativa: “A Semana de Simulação faz parte de uma proposta da gestão de ensino de ampliar a cultura de segurança do paciente por meio de metodologias ativas de ensino. A simulação permite treinar situações críticas de forma segura e qualificada para alunos, residentes e profissionais do HU e da rede externa”.
Heitor destacou ainda que a ação está alinhada com diretrizes da Ebserh: “Essa prática atende tanto às necessidades locais quanto aos objetivos da Rede, que aposta na simulação como método formativo. O evento também celebra os cinco anos do LaHCliM, que vem contribuindo para a formação em saúde”.
Desde sua criação, o Laboratório já capacitou 12.023 pessoas, incluindo profissionais e acadêmicos do Hospital, da Furg e da rede básica de saúde. Na Semana de Simulação, a procura superou as expectativas: “As inscrições triplicaram a previsão inicial. Começamos com 60 vagas e chegamos a 180 inscritos. Por isso, estendemos a programação até 4 de julho”, informou Heitor.
Conhecimento na prática
A abertura da Semana contou com visitação ao LaHCliM, espaço dedicado ao ensino supervisionado. No dia 25, as palestras ocorreram no Anfiteatro Professor Newton Azevedo e no Auditório de Traumatologia. Foram abordados os fundamentos da simulação realística, inovações tecnológicas na área, sua aplicação no ensino de graduação e o papel da simulação na consolidação da cultura de segurança do paciente. A programação também incluiu uma aula aberta de introdução ao curso de simulação clínica.
Além disso, foram realizados workshops e oficinas itinerantes. Os temas envolveram o atendimento de emergências como taquiarritmias, bradiarritmias, desengasgo e acesso intraósseo. Também foram abordadas técnicas como uso de máscara laríngea, métodos não farmacológicos para alívio da dor no parto e uma apresentação do projeto Kids Save Lives, voltado à capacitação para situações de parada cardiorrespiratória em crianças.
