Após dois meses de imersão, o Centro de Convívio dos Jovens do Mar (CCMar) formou a primeira turma do curso TransTech: tecnologia para a transformação, durante cerimônia realizada nesta última quarta-feira, 17. Lançada oficialmente em outubro, a iniciativa tem foco na inclusão digital e na empregabilidade de pessoas trans e travestis em situação de vulnerabilidade social, por meio da capacitação dessas pessoas em ferramentas de análise de dados e competências tecnológicas como Python, Cloud Computing e Power BI.
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De acordo com o coordenador pedagógico do CCMar, Guy Barcellos, todo o processo formativo foi um marco histórico para a inclusão produtiva e acadêmica na região. “O projeto TransTech concluiu a sua primeira edição com um dado excepcional: 100% de taxa de retenção e conclusão”, apontou. O índice é considerado um triunfo pedagógico e social, uma vez que cursos técnicos intensivos para públicos vulnerabilizados costumam enfrentar altas taxas de evasão devido a barreiras socioeconômicas e emocionais.
Durante a solenidade de formatura estavam presentes o coordenador pedagógico do CCMar, Guy Barcellos; a coordenadora de Apoio à Cultura da FURG, Lillian Ney; a procuradora Cristina Gerhardt Benedetti; a vereadora Regininha; o diretor da Otroporto, Duda Keiber; e, de forma remota, a CEO da Soul Code, Carmela Borst.
Uma jornada de aprendizado e superação
De acordo com Barcellos, o curso foi um sucesso e representa o compromisso do CCMar com a inclusão social e com a diversidade.
“Com o objetivo de resguardar os direitos dos trabalhadores e também acessibilizar o mercado de trabalho aos oprimidos, aos esquecidos e aos abandonados, o CCMar é uma iniciativa alinhada com a luta pela diversidade; uma resposta a uma organização de sociedade que reflete tempos que já passaram mas teimam em permanecer; período em que pessoas trans e travestis não poderiam estar nesses espaços universitários de privilégio, num período em que nós ainda não tínhamos políticas públicas voltadas para a inclusão e políticas afirmativas voltadas para todos os públicos oprimidos”, declarou Barcellos em sua fala.
Além da formação técnica em análise de dados, o curso ofereceu suporte psicossocial e conectou os participantes com o mercado de trabalho, visando a romper o ciclo de exclusão que historicamente afasta esta população do setor tecnológico. Durante a solenidade, os agentes envolvidos durante a etapa formativa compartilharam reflexões e emoções.
“Olhar para esses alunos e alunas aqui renova nossa coragem e renova a nossa vontade, a nossa potência para abrir as portas dessa Universidade a todos que desejam aqui estar e que acreditam que a educação é um caminho plausível para a emancipação”, completou o coordenador.