Na noite de domingo, 31, no Teatro Municipal, nove mulheres entraram em cena para expressar e defender o protagonismo feminino, no show Elas no Palco. A proposta do espetáculo surgiu em 2018, através da Diretoria de Arte e Cultura (DAC) da FURG, e a primeira edição foi realizada no Cidec-Sul. Porém, passado um ano, o show ganhou outras dimensões. Segundo a diretora da DAC, Débora Amaral, a ideia de realizar o evento fora do espaço universitário surgiu para reafirmar a importância da extensão universitária e da FURG ocupar outros espaços da cidade e, assim, realizar uma troca com a comunidade riograndina.
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O show deste ano foi realizado pela DAC, Secretaria de Município da Cultura, Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e sindicatos Aprofurg, Aptafurg, Sinterg e Cpers. Deka Santorum, uma das artistas que se apresentaram, disse que sem o apoio de todas essas entidades e instituições, não teria sido possível fazer o evento.
A noite de domingo serviu para mostrar e reafirmar a importância da ocupação das mulheres nos mais diferentes espaços e também para expressar o trabalho através da arte de cada uma que subiu ao palco do teatro. Deka Santorum apresentou suas referências da MPB, rock, música latina e jazz; Ariel Lexistão exaltou as culturas do hip-hop e afrobrasileira; a cantora Gil com repertório MPB e samba; Paola Kirst experimentou o uso do corpo e da voz como instrumento da expressão poética; Luciana Lima levou aos presentes composições próprias; Marcela Ritcher fez a leitura de poemas que abordam memórias de luta e vida das mulheres trabalhadoras do Rio Grande e Raquel Laurino, junto com Cauana Duarte e Luciane Perez, apresentou a arte da dança. A noite teve ainda a participação do Kiai Grupo.
Música como essência
Radialista, psicóloga, cantora, mulher e mãe. Assim se compõe a essência de Andréa Santorum. Deka, como é mais conhecida, é há 15 anos radialista, mas também é psicóloga e apaixonada por música desde a infância.
Se no rádio Deka encontrou seu espaço para expressar opiniões e levar informação aos ouvintes da FURG FM, apresentando o programa Paralelo 30, nos palcos a artista também expõe sua verdade e sentimentos. O significado da música na vida dela vai além do cantar, para ela significa imaginar, pensar e sentir. A música entrou em sua vida através dos exemplos familiares, desde avô que tocava violão e cantava, até as músicas ouvidas pela mãe. “Pela minha mãe fui apresentada a diversas sonoridades incríveis, como Chico Buarque, Elis Regina, Marisa Monte e tantos outros, que tive a oportunidade de conhecer enquanto criança”, conta ela.
A música se tornou tão essencial em sua vida, que em sua formação como psicóloga, em 2015, a pesquisou como ferramenta no processo terapêutico vivencial. “Hoje percebo ela (a música), como uma ferramenta potencialmente terapêutica”, explica.
“As manifestações artístico-culturais são momentos de catarse, que estimulam o pensamento crítico, ainda que não se apresentem objetivamente com esse viés. Promover todas essas trocas, sem a necessidade de estar em um ambiente acadêmico, nos faz enxergar além dos muros. É garantir a existência e o espaço de saber da comunidade”, finaliza Deka.