Mídias sociais

Primeira campanha do projeto Direitos sociais de mulheres e meninas aborda tema violências

Ação sociocultural e informativa tem colaboração da cantora Elza Soares e do ilustrador rio-grandino Alisson Affonso

Formado logo que a pandemia surgiu, no começo do ano, o projeto Direitos sociais de mulheres e meninas articula um conjunto de ações institucionais com o propósito de difundir direitos sociais femininos por meio de orientação social e arte. Distribuição de cartazes, compartilhamento de informações em mídias digitais e uma cartilha sobre violências, tema adotado para a primeira campanha, são as propostas em andamento. Frases da cantora Elza Soares e desenhos do ilustrador rio-grandino Alisson Affonso integram a produção do material gráfico.

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A etapa inicial da campanha confeccionou e distribuiu nos bairros do entrono da universidade cerca de 200 cartazes informativos, apresentando as diferentes formas de violência e as ações e instituições que constituem rede de apoio. Na próxima etapa, a partir desta quinta, 15, cartões gráficos elaborados por Sabrina Souza, técnica em artes gráficas da Diretoria de Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Arte e Cultura (Proexc), serão veiculados na página da FURG no Facebook e nas mídias digitais da Projetar, produtora cultural que representa Elza Soares. A intenção é ter alcance nacional com a iniciativa. O fechamento da campanha será com a cartilha informativa intitulada “Violências”.

O projeto Direitos sociais de mulheres e meninas é coordenado por Fernanda Pereira e Débora Amaral, do Serviço Social e da Diretoria de Arte e Cultura da Proexc, e por Maria Rozana Almeida, da Ouvidoria da FURG, e conta com o apoio do HeForShe e a colaboração de grupos de pesquisa e de instituições externas. A identidade visual do projeto tem assinatura do artista plástico Gê Fonseca. Para as organizadoras, facilitar o acesso à informação, dar visibilidade, propor discussão e espaços de conversa e de escuta sobre pautas urgentes podem potencializar pequenas transformações humanas e sociais e gerar mais empatia.

Sobre os artistas da campanha

Elza Soares

Elza da Conceição Soares, nascida no ano de 1930 em Vila Vintém, no Rio de Janeiro. Cantora e Compositora. Filha de uma lavadeira e de um operário, criada na favela de Água Santa, no Rio de Janeiro. Enfrentou a resistência do marido e do pai para cantar no rádio.
Em 1953, participou do programa Calouros em Desfile, na Rádio Tupi, apresentado por Ary Barroso (1903-1964), e levou o prêmio interpretando o samba “Lama” [Paulo Marques (1925) e Aylce Chaves].

Elza Soares destaca-se pelas várias interpretações que atravessa diversas épocas. Os sambas predominam no início de sua carreira, dos anos 1960 a 1970. Além do samba, no seu repertório contém outros gêneros, como samba-rock, tango e funk. A cantora mostra-se aberta para novos gêneros musicais, transitando entre rap e experimentações com a música eletrônica, nos discos Do Cóccix Até o Pescoço e Vivo Feliz.

Mudou-se para Itália com o companheiro, Mané Garrincha (1933-1983), voltando ao Brasil em 1972. Faz carreira na Europa e nos Estados Unidos, de 1986 a 1994.

Em 1999 foi eleita a “melhor cantora do milênio” pela BBC Londres. Em 2014, a cineasta Elizabete Martins Campos dirige o documentário sobre a cantora My Name is Now, Elza Soares. No ano de 2015 com o álbum A Mulher do Fim do Mundo, projeto que abarca gêneros como samba, rock, rap e eletrônico e traz questões como violência doméstica, transsexualidade, narcodependência, crise da água e morte, venceu o Grammy Latino 2016 na categoria de melhor álbum de música popular brasileira. Este projeto, coordenado pelo produtor e baterista Guilherme Kastrup (1969), apresenta composições inéditas de músicos ligados à cena paulistana como Romulo Froés (1971), Alice Coutinho, Cacá Machado (1972), Rodrigo Campos (1977), Kiko Dinucci (1977), Celso Sim (1969), Pepê da Mata Machado (1971), Marcel Cabral, Clima (1958), Alberto Tassinari e Douglas Germano (1968).

2019 foi marcado com a merecida homenagem realizada pela Escola de Samba Mocidade Independente Padre Miguel, que cruzou a avenida em festa com o enredo “Elza Deusa Soares”, ficando entre as três escolas campeãs. Ainda em 2019, a sobrevivente da pobreza, da fome e do racismo, uma das rainhas do samba brasileiro, marcou presença e brilhou no palco Sunset no Rock in Rio.

Algumas de suas obras:
1959 – Lançou seu primeiro disco 78 rpm, pela Odeon, com o samba “Se Acaso Você Chegasse”;
1960 - A Bossa Negra
1963 - Sambossa
1964 - Na roda do samba
1967 - Elza, Miltinho e Samba
1997 - Trajetória, com participação de várias figuras renomadas na música, como Zeca Pagodinho, Chico Buarque, Aldir Blanc e Nei Lopes. O disco ganha o Prêmio Sharp de Melhor Cantora de Samba.
1999 - Carioca da Gema e a coletânea Raízes do Samba.
2002 - Do Cóccix até o Pescoço, com canções inéditas de Caetano Veloso e Jorge Ben. No mesmo ano, a gravadora EMI lança a caixa Negra, com 12 CDs, reunindo 27 títulos de sua carreira entre os anos de 1960 e 1988, além de faixas-bônus e compilação de compactos.
2003 - Vivo Feliz.
2014 - Elza canta e chora Lupi
2015 - A Mulher do Fim do Mundo,
2018 – Deus é mulher (indicado ao Grammy Latino)
2019 - Planeta Fome

Elza usa sua arte como denúncia social, cantando o cotidiano das mulheres escancara marcas, presenças e resistências. Abre o álbum “Deus é Mulher”, com a canção “O que se cala”, em que diz “minha voz uso pra dizer o que se cala, ser feliz no vão, no triz é força que me embala”. E é com essa força que Elza partilha sua palavra e presença no material informativo “Violências”. É possível acompanhar a cantora no Twitter, Facebook e Instagram.

Alisson Afonso

Alisson Affonso nasceu no dia 23 de abril de 1979, é natural de Rio Grande, cidade onde reside. É Bacharel em Artes Visuais pela FURG, e desenvolve pesquisas junto ao Coletivo Mancha Negra, além de Oficinas de Desenho da Figura Humana. Foi editor do Jornal Peixe Frito, Revista IDEIA, Revista em Quadrinhos PLATAFORMA HQ e atualmente produz quadrinhos e ilustrações para jornais sindicais. Premiado no Salão de Humor de Paraguaçu Paulista, Salão de Humor do ABCD, Salão de Humor de Rio Grande, Salão Internacional de Desenho para Imprensa, Animarte RJ, Animamundi, Concurso de Tiras Humorísticas GAG, Prêmio Ângelo Agostini, Concurso cartum ZH, Prêmio histórias de Trabalho SMC, Salão Medplan de Humor, Salão de Humor de Cerquilho, Salão de Humor de Mogi Guaçu, Concurso Internacional de desenhos animados Veneração da Noiva, República da Macedônia e Concurso Internacional de Caricaturas, Salão Internacional de Humor de Limeira, Nosorog, Bósnia e Prêmio Coalizão Negra por Direitos e Artigo 19. Expôs em Saint-Jus-le-Martel-França, Dessinateurs Brésiliens.

Sabrina Souza de Souza

Sabrina Souza de Souza é servidora da universidade, atua como técnica em artes gráficas no Birô de Artes Gráficas da Diretoria de Arte e Cultura da Proexc. Realiza por meio de seus saberes produções gráficas que buscam qualificar processos de identidade visual, contribuindo para a comunicação e divulgação de informações acadêmicas. Sua contribuição na Ação Direitos sociais de mulheres e meninas é fundamental para a produção dos materiais visuais que buscam disseminar informações relevantes no combate à violência contra mulheres e meninas.

 

Galeria

Campanha terá cards sobre diferentes formas de violência em mídias sociais. Material será veiculado no Facebook da FURG e nas mídias sociais da produtora cultural Projetar

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