Criado há 15 anos, o Laboratório de Estudos dos Oceanos e Clima (Leoc) da FURG vem desenvolvendo estudos que estão melhorando a compreensão sobre o oceanos e o clima e contribuindo para a formação de pessoal altamente qualificado na área da Oceanografia. Esses 15 anos marcaram o início e a consolidação do monitoramento biogeoquímico no norte da Península Antártica e no estuário da Lagoa dos Patos, que já completam 10 anos com a atuação do Carbon Team.
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O aniversário do Leoc foi celebrado com uma comemoração realizada na última quinta-feira, 30 de outubro. Sobre a importante data, o coordenador e um dos fundadores do Leoc, professor Mauricio Magalhães Mata, lembrou que antes da FURG formar as unidades acadêmicas atuais, a Universidade tinha uma estrutura departamentalizada e a Oceanografia era dividida em diversos departamentos. " Aqui na base, ficava o pessoal da Biológica e nós, da Física, ficávamos lá no Departamento de Física. Então, quando o Instituto de Oceanografia (IO) começou a se formar, foi justamente no momento quando a gente estava aprovando grandes projetos ligados à Antártica. Num desses projetos, a gente solicitou diretamente à Universidade de Ciência e Tecnologia, na época, o financiamento para ter um teto para esse projeto e a gente conseguiu. E foi interessante, porque a obra começou concomitante à formação do Instituto de Oceanografia, em 2009, sendo um marco para agente, porque foi quando esses grupos que estavam em diferentes departamentos se agruparam aqui no IO e juntos criamos uma nova linha, que é essa parte de oceanos e clima", destacou Maurício Matta. Ele enfatizou que foi obtido um financiamento muito relevante para a pesquisa na Antártica e, associado a uma nova infraestrutura, o grupo se desenvolveu muito e se ramificou, formando o Simcosta e os grupos ligados à parte de carbono. "A gente seguiu com uma linha mestra de pesquisas em áreas oceânicas, que é, relativamente, não é muito abrangente no Brasil", afirmou.
O professor Maurício Mata informou ainda que a maior parte da pesquisa oceanográfica no Brasil é em áreas costeiras, sendo que o Leoc é focado em áreas oceânicas. Ele diz que é muito bom ver hoje com esse laboratório com tanto reconhecimento nacional e internacional. "Em 2016, a gente utilizou justamente o momento em que estávamos, o impulso que a gente estava, e solicitou de novo ao MCTI o financiamento adicional para construção do prédio que expandiu o Leoc para podermos, assim, abarcar outros grupos de pesquisa. Então resolvemos consolidar tudo como um centro que hoje ele se chama Ceocean. É o Centro de Estudos de Oceano e Clima. Que é o guarda-chuva para esses vários laboratórios que nuclearam naquela ideia inicial. Então, nesse sentido, é muito gratificante. E hoje a gente contou as gerações de alunos que tem aqui no evento de comemoração. Conseguimos identificar até a quarta geração, desde o pessoal inicial, além dos que estão pelo mundo. Espero que a próxima década, os próximos 15 anos, sejam tão frutíferos como foram esses", finalizou.
O professor Felipe Kern falou sobre o relevante papel o laboratório tem na investigação de algumas linhas de pesquisas prioritárias no Brasil. "Podemos destacar toda a linha dentro da temática da oceanografia antártica. O laboratório é mesmo pioneiro no Brasil há mais de 15 anos, embora o laboratório tenha 15 anos, já era feito o monitoramento de vários parâmetros fisico-químicos no ambiente antártico". Kern lidera o grupo de pesquisa Carbon Team, que está completando 10 anos, sendo que uma das atividades do grupo tem muita relevância para a pesquisa e para a sociedade, que é o monitoramento da biogeoquímica do sistema carbonato realizado na Lagoa dos Patos. "Foi em outubro de 2015 que a gente realmente começou esse monitoramento. Então, já temos tem 10 anos de dados. E desbravou uma área que, embora a Universidade atua há bastante tempo, era pouco abordada dentro da Lagoa dos Patos. A gente tem uma estrutura também ímpar em termos de instrumentação oceanográfica, seja para a parte de análise em campo, seja para a parte também das análises químicas no laboratório que eu coordeno. Temos várias parcerias internacionais, inclusive vários de alunos formados no laboratório que hoje estão posicionados em centros nacionais e internacionais, em centros de pesquisa, em instituições de ensino, em vários lugares do mundo. Então, mesmo com 15 anos de formação, já houve várias gerações ocupando o Leoc e formando outras gerações em outros lugares do mundo", afirmou.