Circulou nas redes sociais nesta quarta-feira, 29, uma publicação com imagens de uma intervenção artística instalada no anexo 4 da unidade Carreiros, em Rio Grande. As fotos retratam a peça produzida pela estudante Julia Oliveira; o texto dá a entender que se trata de uma reinvindicação pela liberação do tabagismo em ambientes fechados. Nossa equipe jornalística conversou com a autora para saber mais sobre o ocorrido.
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A intervenção foi planejada e criada para a disciplina de Expressão Tridimensional II, lecionada pela professora do curso de Artes Visuais, Roseli Nery. “Todos os anos é passado um projeto de intervenção artística para os alunos, em que a ideia principal consiste em fazer algum tipo de intervenção fora do prédio das artes, para que estudantes de outros cursos possam interagir com os trabalhos”, destacou a jovem.
Para a docente, a ideia de realizar intervenções artísticas no âmbito pedagógico possibilita aos estudantes chamar a atenção do público para questões relevantes na atualidade e nas artes visuais. “Os temas propostos pelos discentes se transformam em trabalhos concretos, palpáveis que tendem a instigar o espectador a interromper a rotina cotidiana e pensar sobre o assunto proposto. Neste semestre tivemos outros trabalhos espalhados pela FURG, cada um trazendo questões diferentes, como o racismo, infância, mitologias, cuidados pessoais, solidão, entre outros”, comentou a professora.
O projeto resultante da disciplina é uma tradição do curso e é proposto anualmente. Primeiro, os estudantes devem realizar um esboço sobre a instalação, que pode ser feito de tecido, papel, cerâmica ou uma combinação de possibilidades. A Universidade, então, garante a instalação segura dessas peças ao redor do campus, que por sua vez, entende a prática como uma parte pedagógica do processo formativo e, também, um incentivo à expressão artística da sua comunidade.
Sobre a obra em si, Júlia destaca que o objetivo da reflexão não se trata de uma tentativa de liberar o uso do cigarro em ambientes fechados, mas uma crítica - de forma irônica - ao uso exacerbado do tabagismo e o impacto que esses descartáveis possuem no ambiente.
“Parece que não, mas foram recolhidas cerca de quatro sacolas cheias de bitucas, e muitas delas foram recolhidas dentro da própria FURG. Duas sacolas de carteiras de cigarro também vieram do chão da Universidade”, explica a estudante.
Júlia destaca, ainda, que o trabalho se estendeu para além dos muros da Universidade, uma vez que a estudante passou a recolher bitucas e caixas de cigarro em vários pontos da cidade. “A ideia inicial era construir um painel maior, mas o prazo do trabalho estava passando. Ainda possuo algumas caixas e bitucas guardadas, além de que continuo recolhendo esses descartes semanalmente ao redor da cidade; tenho a intenção de realizar outro futuro trabalho. Depois que comecei a recolher esses lixos, enxergo de longe em qualquer lugar... e são muitos!”, conclui.
O trabalho foi instalado no anexo 4, junto ao corredor que liga o Restaurante Universitário CC à biblioteca, e, ao contrário do que aponta a publicação, a intervenção não está presente em nenhum ambiente fechado da FURG.
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