Nesta terça-feira, 4, a partir das 14h, a FURG realizará um evento inédito voltado para as lideranças estaduais e regionais, em busca de ações e soluções para o enfrentamento das mudanças climáticas e dos eventos extremos. Durante a ação, o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Estado do Rio Grande do Sul fará uma apresentação sobre as suas atividades, que envolvem subsidiar as políticas públicas voltadas à resiliência do RS. Ainda durante a programação, também será inaugurada a sede do Centro Interinstitucional de Observação e Previsão de Eventos Extremos, o CIEX.

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De acordo com o vice-reitor, Ednei Primel, a ação é estratégica e muito importante, uma vez que congrega pesquisadores e parceiros como universidades, Instituto Federal, empresas, sociedade civil organizada, forças de segurança e representantes políticos dos municípios. “Além da apresentação do Comitê Científico do Estado, também vamos ter uma apresentação sobre o trabalho do CIEX e como ele pode contribuir para a resiliência da nossa região. A ação é, na verdade, uma grande oportunidade para podermos ouvir demandas e pensar, juntos, como a Universidade pode ajudar a solucionar esses desafios”, aponta o gestor.

Também estarão presentes durante o evento o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, Odir Dellagostin; a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Simone Stülp; e a secretária de Relações Institucionais do RS, Paula Mascarenhas.

O Rio Grande Summit 2025 é um evento organizado pelo Gabinete da Reitoria, por meio do Comitê de Avaliação e Prognósticos de Eventos Extremos da FURG, em parceria com a Secretaria Integrada de Gestão Ambiental e com a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação; além de fazer parte da programação da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Para o secretário de Gestão Ambiental da Universidade, Felipe Kessler, a iniciativa busca não só dar um passo a mais no enfrentamento das mudanças climáticas, mas também consolidar a FURG como polo de monitoramento e de soluções nesse campo.

O evento será dividido em duas partes: a primeira com a apresentação do Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Estado do Rio Grande do Sul e, em seguida, a segunda parte, com a apresentação das necessidades dos municípios da região para a mitigação e enfrentamento das mudanças climáticas. “Essas duas sessões procuram colocar duas esferas em contato, tanto a estadual, representada pela tomada de decisão para o planejamento e o enfrentamento desse cenário nos próximos anos; e as esferas municipais, especialmente do cordão litorâneo, no qual a nossa Universidade se insere”, explica Kessler.

Sobre o Comitê

O Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática integra a tríade de governança do Plano Rio Grande, ao lado do Comitê Gestor e do Conselho. Com caráter consultivo e propositivo, o grupo é responsável por subsidiar, com base científica e tecnológica, as políticas públicas e ações voltadas à adaptação e à construção da resiliência climática no Estado.

Com o propósito de aproximar o conhecimento científico das realidades territoriais e fortalecer o diálogo com diferentes comunidades, o comitê tem percorrido o Rio Grande do Sul para ouvir os desafios locais e compartilhar caminhos possíveis para uma reconstrução sustentável. Durante o evento, a secretaria executiva do grupo apresentará os fluxos de trabalho do Plano Rio Grande, os projetos em andamento para a região e as iniciativas já avaliadas pelo Comitê Científico.

De acordo com informações do comitê, o Rio Grande Summit 2025 será um momento singular de troca e construção coletiva, reunindo governo, academia e sociedade para debater os desafios e as oportunidades na consolidação de uma resiliência climática efetiva, frente à nova realidade imposta pelas mudanças do clima.

Na oportunidade, a apresentação será conduzida pelo secretário executivo do Comitê, Joel Avruch Goldefum; e a assessora técnica do Comitê, Alexandra Passuello.

Joel é professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH-UFRGS) de 2020 a 2024, e possui vasta experiência na área atuando em temas como Hidrologia Urbana, Segurança Hídrica, Desastres de Origem Hídrica (Enchentes e Estiagens), Modelagem Hidrológica e Planos Diretores de Manejo de Águas Pluviais.

Alexandra é professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), atuou como pesquisadora e gestora do Grupo de Gestão de Riscos de Desastres e do (CEPED-RS), coordenando projetos voltados à redução de vulnerabilidades e à gestão de riscos de desastres.

CIEX e o seu papel fundamental nessa transformação

Também durante o evento, a FURG apresentará aos participantes o Centro Interinstitucional de Observação e Previsão de Eventos Extremos, que se constitui como uma importante ferramenta de transformação para os municípios da região. O grupo surge após a forte atuação da Universidade durante a grande enchente de 2024, visando qualificar e sistematizar o trabalho até então realizado, unindo infraestrutura, pesquisadores e expertise de diferentes instituições.

Com sede na FURG, o CIEX reúne outras quatro instituições colaboradoras: UFRGS; Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Agência para o Desenvolvimento da Bacia da Lagoa Mirim (ALM); e a multinacional Pixforce, que utiliza Inteligência Artificial e Visão Computacional para transformar operações tradicionais em processos inovadores, eficientes e seguros.

Além disso, o Centro também agrega mais de 20 instituições apoiadoras, envolvendo representantes da sociedade civil organizada, setor comercial, educacional, produtivo e poder público.

O CIEX opera por meio de um ambiente virtual inovador baseado em conjuntos de dados meteorológicos, oceanográficos e geodésicos combinados com modelos numéricos e métodos de inteligência artificial que fornecem uma réplica virtual da Lagoa dos Patos e dos municípios a suas margens, o Digital Twin Lagoa dos Patos (DT-LAGOA).

A combinação dos seus resultados com a aplicação de processos informacionais e comunicativos é de fundamental importância para a integração da academia com a comunidade e os tomadores de decisão. Essa interação se dá por meio do acesso qualificado online – e em tempo real - às informações das redes de monitoramento e sistemas de previsão, fornecendo informações importantes para uma tomada de decisão mais abrangente e precisa, contribuindo para a segurança da sociedade, economia, governança, mobilidade, qualidade de vida e meio ambiente.

Também parte da programação, no final da tarde, será realizada a inauguração da sede do Centro, localizada no interior do Cidec-Sul. “Este é um marco não só para a FURG, mas para toda nossa região, uma vez que o CIEX é o único centro voltado especificamente para pensar e atuar nesse grande território”, explica a coordenadora Elisa Fernandes.

“Acreditamos que o conhecimento científico, quando articulado com as demandas da sociedade e das políticas públicas, é o melhor caminho para solucionar os desafios da atualidade. Por isso, o CIEX se propõe a atuar de forma engajada e conectada com diversos atores que compõem essa grande rede, essencial para promover a transformação que queremos e precisamos”, completa a professora.

Com o Rio Grande Summit 2025, a FURG se coloca mais uma vez à disposição da comunidade como uma ferramenta, promovendo a socialização do conhecimento produzido e transformando pesquisa em soluções práticas. Para isso, é importante que a sociedade também abrace e participe dessas iniciativas, entendendo que a Universidade não é apenas um espaço para os estudantes e servidores públicos, mas sim, de todo o território em que se insere.