A Galeria Espaço Incomum da FURG decidiu prorrogar, até o final de maio, a visitação da exposição "Fernando Mendonça e o Som das Coisas Silenciosas", no Centro de Convivência do campus Carreiros.
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Com curadoria de Normelia Parise, Margarida Rache e Alex Sander dos Santos, a atividade integra a programação final alusiva aos 60 anos do Instituto de Letras e Artes (ILA). Mais de 600 visitantes já foram conferir o legado artístico do ex-professor do Instituto, falecido em 2023.
De acordo com a professora Janice Appel, coordenadora da galeria, a exposição teve a necessidade de ser prorrogada não somente por um ajuste no cronograma do espaço, "mas também porque ela atende o interesse da Universidade, que é muito importante: ela agrega um público diverso e plural de várias décadas". Segundo a coordenadora, a mostra atravessa "uma temporalidade incrível, sendo também o debate do resultado das conquistas pelo que se lutou na década de 1960. Isso traz muito para nós, porque amplia, transborda aquele escopo do previsível, que seriam a comunidade acadêmica e seu entorno. A gente está abrangendo aí outras camadas temporais".
A mostra reúne desenhos, gravuras, vídeos, instalações e um ambiente acolhedor junto a objetos pessoais do artista e professor, que residia em Porto Alegre nos seus anos finais. A televisão instalada no hall exibe trechos de seus filmes clássicos preferidos, como A Noviça Rebelde (1965) e A Vida de Brian (1979).
Janice explica que a exposição foi pensada e preparada por todas as partes envolvidas há muito tempo, cumprindo várias etapas de pré-planejamento. Na etapa de montagem da exposição, a equipe, que contou com colegas e amigos pessoais do artista, acabou entrando em contato também com o elemento afetivo. "Essa exposição trouxe muito desses laços. Muitas vezes, entre uma montagem e outra, a gente escutava um suspiro, via uma lágrima escorrer. Então, ela tem também esse lado humano, sensível, abstrato, subjetivo", classifica.
A coordenadora ressalta outra peculiaridade da mostra, que foi a trabalhar com um time de curadores in loco. Assim, a assinatura da expografia ficou a cargo de Margarida Rache, artista e amiga de longa data do expositor. A expografia é aquele desenho que pensa como serão ocupados os corpos dentro do espaço expositivo em relação ao que se pode ter de diálogo com a obra do artista. "Isso também demonstra um dos objetivos da galeria, que é sensibilizar o público, mas também capacitar nossos estudantes, no caso, estagiários, bolsistas, monitores, mediadores, voluntários, para essa face profissional da área do conhecimento de artes, que vai muito além do entretenimento, do lazer; é um conhecimento específico", afirma Janice.
Natural de Porto Alegre, o artista Fernando Mendonça foi um apreciador de literatura, artes plásticas, teatro, cinema e música. Atuou no ILA/FURG entre as décadas de 1970 a 90, deixando marcas profundas na história do Instituto. "Preconizava, como educador, os métodos de sensibilização corporal, que acionavam a totalidade das instâncias perceptivas dos indivíduos. Em meados de 1980, período de reafirmação da democracia brasileira, o dedicado professor participou ativamente de equipes que inovavam nas experiências artísticas, com concepções libertárias e interdisciplinares", como afirma o texto da pesquisadora Neiva Bohns sobre a exposição.
O período de visitação é de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h. A entrada é gratuita.