O custo da cesta básica em Rio Grande apresentou uma redução no mês de maio em relação ao mês anterior. Em valores absolutos, a população teve que desembolsar R$ 413,46, uma diminuição de 7,29%. Em abril havia sido de R$ 445,95. A diferença em relação aos dois meses representa R$ 32,50 a menos na despesa do consumidor.
O setor de produtos de elaboração primária foi o que mais contribuiu para a redução da cesta. Como exemplo podem ser citados a carne de frango e o arroz, com uma variação negativa de 24,55% e 9,02%, respectivamente.
O levantamento dos preços é feito pelo Centro Integrado de Pesquisas (CIP) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Embora seja um bairro de Rio Grande, o CIP realiza pesquisa também no balneário Cassino. Lá, o custo foi de R$ 423,31 representando uma pequena redução em termos percentuais de R$ 0,13 (era de R$ 423,44).
Os produtos que mais contribuíram para a diminuição da cesta foram do setor de elaboração primária. Destacam-se a carne de frango e o leite longa vida, com redução de 17,34% e 4,37%, respectivamente.
Em São José do Norte, houve uma diminuição no custo da cesta de 2,071%, passando de R$ 411,32 para R$ 402,79. Em termos monetários foi de R$ 8,52, fato que pode ser observado na redução dos preços de 21 itens avaliados.
Assim como em Rio Grande e no Cassino, um dos setores que mais contribuíram para essa redução foi o do setor de elaboração primária. Destaque para o leite longa vida e a carne bovina, com uma variação negativa de 13,66% e 2,72, respectivamente.
De acordo com o CIP, que é vinculado ao Instituo de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac), o custo da cesta básica das três localidades pesquisadas segue a tendência nacional de redução de preços. Dentre as capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 12 obtiveram baixa nos preços dos gêneros alimentícios. A capital gaúcha também obteve diminuição na cesta básica de 4,41%, passando a custar no mês de maio R$ 446,80.
Explicação para o comportamento de alguns preços:
Houve aumento do preço da cebola nas três localidades pesquisadas. Em Rio Grande a variação positiva foi de 71,38%, no balneário Cassino de 158,72% e para o município de São José do Norte a alta foi de 80%. Tendo em vista que grande parte da oferta desse produto consumido na região é feita por São José do Norte, verificou-se que a última safra foi de baixa qualidade, devido ao clima não propício para o plantio. A escassez do produto de boa qualidade e em baixo volume foi insuficiente para atender à demanda plenamente, o que ocasionou a elevação dos preços.
Observa-se que Rio Grande e São José do Norte acompanharam a tendência nacional de aumento do preço da batata inglesa. De acordo com o Dieese, o preço elevou-se nas nove capitais onde o produto é pesquisado. O aumento vem se repetindo desde abril. Uma explicação é que a safra da batata se concentra no mês de janeiro, e nesta época do ano, a população fica dependente desse item vindo de fora. Tal problemática, aliada à estiagem, prejudicou a produção em alguns locais, diminuindo a oferta.
Nova metodologia do custo da cesto básica calculada pelo CIP/Iceac/FURG
A atual metodologia utilizada pelo CIP calcula o cesto básico com algumas modificações. As mudanças iniciam-se pelo número de itens que compõem a cesta básica, saindo de 54 produtos da composição passada, para 51 produtos na nova formação. Além disso, ocorreram alterações: lã de aço, fósforos, leite natural tipo C, biscoitos doces e salgados, farinha de mandioca e ervilha em lata não fazem mais parte da cesta.
Por outro lado, entram na nova cesta: amaciante de roupa, leite longa vida integral e bolacha recheada. Uma das importantes causas das mudanças no valor da cesta básica está relacionada com a média do número de membros da família, que reduziu de aproximadamente quatro pessoas da Pesquisa Orçamentária Familiar (POF) 1994/1995 para três pessoas na POF 2002/2003, significando uma queda de 25% na composição média familiar considerando a faixa de renda de 1 a 21 salários mínimos.
A POF 2002/2003 apontou uma transformação importante ocorrida nos hábitos de consumo das famílias pesquisadas nesses oito anos de intervalo entre as POFs, que foi o aumento nos gastos das famílias com despesas de alimentação fora do domicílio. Essa mudança no comportamento dos gastos externos aos domicílios contribuiu para a redução nas quantidades dos produtos que compõem a cesta básica e, consequentemente, sobre o seu valor.
Com a antiga metodologia, o custo da cesta para Rio Grande custa R$ 695,71, com variação negativa de 5,52%. Já a cesta do balneário Cassino apresenta uma variação positiva de 1,13 %, custando R$ 741,15. Em São José do Norte, a alta foi de 1,13%, com o custo de R$ 741,15.
Informações
Mais informações sobre o Centro Integrado de Pesquisas podem ser obtidos junto ao site www.cip.furg.br . Neste site o visitante poderá ter acesso à serie histórica do custo da cesta básica nos três locais onde é realizada a pesquisa, participar de enquetes, entrar em contato com os integrantes e também obter informação sobre mais projetos que o CIP realiza.