Nesta terça-feira, 19, aconteceu o Seminário Integrador do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola (Gese). Com o tema “Gêneros e Sexualidade nos Espaços Educativos: tecendo redes de resistência”, o evento contou com a participação de estudantes integrantes do projeto Escolas Promotoras da Igualdade de Gênero.
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Na parte da tarde, mais de 120 inscritos participaram das atividades da 7ª Mostra Cultural sobre Diversidade Sexual e de Gênero. Estudantes das 31 escolas promotoras da igualdade de gênero apresentaram 360 trabalhos, divididos em poesias, desenhos e vídeos sobre a diversidade sexual e de gênero com o objetivo de contribuir para a promoção da equidade.
Alisson Rita, professor da Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo Rodrigues, comentou a importância de se discutir essa temática dentro de sala de aula: “trabalhamos desde o início do ano com as temáticas gênero e sexualidade, sempre relacionadas com a história, e com isso vemos a abertura dos alunos para discutir esses temas e o quanto amadureceram nessas questões de percepções dos assuntos na sociedade”. Os estudantes participaram da mostra com a Sala da Diversidade – Saia do Armário e Descubra-se como Pessoa, que, segundo o professor, “trabalha com os assuntos de feminicídio, machismo, heterossexualidade, e o nosso propósito é fazer com que cada pessoa que interage com a sala tenha sua própria reflexão”.
“O que temos tentado mostrar é que essa idéia de ideologia de gênero não existe. O que estamos respaldados é nos estudos de gênero, que é um campo científico, de estudos, que vem ao longo dos anos dando respaldo em várias ações. A igualdade está na constituição, o que queremos é equidade para todos. A escola sempre foi o ligar da igualdade, mas nós precisamos mostrar as diferenças”, pontuou Paula Ribeiro, coordenadora do Gese.
Na parte da tarde, ainda aconteceu o lançamento do livro “Tecituras sobre corpos, gêneros e sexualidade no espaço escolar”, resultado do trabalho do projeto com as escolas, com os relatos de experiências dos três anos de atuação nas escolas. A última atividade foi a mesa redonda “Quando as mídias ‘representam’ os gêneros e sexualidades”, com as docentes Joanalira Magalhães (FURG), Atena Beauvoir Roveda (TGEU) e o professor Raphael de Boer (FURG).
Abertura
Na mesa de abertura do evento, a coordenadora do Gese, Paula Ribeiro, disse que o tema do evento foi pensado para que abrangesse todas as características do seminário. “Pensamos em espaços educativos porque acreditamos que todos os espaços possuem uma pedagogia e nos educam, não somente a escola. Quando dizemos ‘tecendo redes de resistência’ é porque acreditamos que os apoios são fundamentais, e é por isso que temos todos esses parceiros, eles estão na luta e no enfrentamento conosco”, salientou.
O vice-reitor da FURG, Danilo Giroldo, falou da importância do tema e do Gese para a universidade: “é um espaço capaz de promover transformações importantes na realidade da sociedade e se nós queremos construir de fato uma sociedade mais justa, não tem como fazer isso sem aprofundar as questões de gênero e sexualidade dentro dos espaços escolares e na sociedade”.
Renato Dias, pró-reitor de Graduação, parabenizou a realização do evento, falou do aumento de pesquisas realizadas na universidade sobre o tema e enfatizou a importância das redes de resistência num país com estatísticas como as do Brasil: “É fundamental que essas redes se consolidem e que possamos, dentro dos espaços educativos, auxiliar dando informações e na defesa dos direitos”.
Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, Daniel Prado, a pauta se justifica pela valorização dos direitos humanos e, segundo ele, a temática deve ser pensada historicamente. “Vivemos um momento difícil, onde precisamos estar atentos a essa luta”, disse.
A diretora Geral do Núcleo 6 do Cpers, Andréa Nunes da Rosa, além de ressaltar a importância da luta dos professores estaduais, falou sobre a construção de unidade para resistência em diversas frentes. A secretária adjunta de município da Educação, Neci Coelho, representando a secretária Vanessa Pintanel, disse que o momento é importante para discutir as questões de gênero, principalmente dentro dos espaços educativos, porque “na nossa concepção, a luta por educação pública é uma só”.
Também participaram da mesa de abertura a diretora do Instituto de Educação (IE) da FURG, Maria Renata Mota, a coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Maria de Lourdes Lose, a coordenadora geral do Sinterg, Suzane Barros, e a vereadora municipal Denise Marques.