Em defesa da universidade pública e contra a intolerância, FURG e movimento estudantil dialogam

Integrantes do Diretório Central de Estudantes da FURG realizaram ato de repúdio à transfobia na universidade, na quarta-feira, 31, à tarde. Junto com os pró-reitores de Gestão de Pessoas, Lúcia Anello, de Graduação, Renato Duro, e de Assistência Estudantil, Daiane Gautério, a reitora Cleuza Dias recebeu o grupo de estudantes, que entregou à gestora carta de reivindicações.

Lido pela estudante Luz Sampaio, do curso de Artes Visuais, o documento solicita o cumprimento e a ampliação de políticas públicas para pessoas LGBTQ+, recuperando o Manifesto em defesa da universidade pública e contra a intolerância, emitido em nota da reitoria no último dia 26. “É inadimissível que uma universidade pública seja espaço de práticas antidemocráticas e de incitação à violência. Não é aceitável, mesmo num cenário de intensa polarização política, [que] a imagem desta universidade seja manchada por manifestações de ódio, preconceito e intolerância”, destaca a carta. 

A reitora explicou quais e como são os protocolos que a FURG segue em caso de denúncias e de que forma anseios da comunidade tornam-se políticas institucionais, elaboradas por comissões específicas e validadas por instâncias colegiadas, e passam a vigorar no cotidiano acadêmico. Cleuza reforçou a importância das vozes dos estudantes nos grupos de trabalho que discutem, elaboram e propõem as regulamentações, como a instrução normativa que dispõe sobre a utilização do nome social no âmbito acadêmico, instituída em 2012 (IN nº 03/2012).

Fortalecendo o compromisso com a defesa da FURG como um espaço plural e democrático de formação de pessoas, de geração e socialização de conhecimento e em resposta às reivindicações, uma das ações imediatas apresentadas pela gestão é o curso de capacitação “Diversidade no atendimento ao público: quais os desafios?”, oferecido aos servidores pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep). A atividade tem inscrições abertas até 10 de novembro.

Movimento estudantil: nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu?

Na segunda-feira, 29, a Frente de Lutas Contra a Precarização da FURG mobilizada pelo Diretório Central de Estudantes promoveu o primeiro Ato em Defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade. A atividade reuniu estudantes em frente ao Centro de Convivência e contou com o apoio de professores e técnicos da universidade. Depois da concentração, o grupo dirigiu-se à reitoria para entregar à reitora a carta-manifesto contra o aprofundamento dos cortes em políticas públicas, o desmonte da educação pública e os ataques violentos às minorias. A carta foi recebida pela chefe de gabinete Denise Martinez.

A mobilização estudantil ao longo da semana soma-se ao posicionamento da gestão da FURG no sentido de preservar a autonomia da instituição e de garantir direitos como o da livre expressão na universidade, lugar de todos os debates, por natureza. “A manifestação dos estudantes demonstra a preocupação com a manutenção da universidade pública e gratuita enquanto espaço de pluralidade de idéias e de liberdade”, disse Cleuza Dias. Nos últimos dias do período eleitoral, mais de 30 universidades do país foram alvos de ações policiais e judiciais, medidas que tiveram efeitos suspensos pelo Supremo Tribunal Federal nessa quarta, 31.

Fotos: Fernando Halal

 

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