Encontro sobre saúde mental e direitos humanos debate a luta antimanicomial

Com o objetivo de fazer uma alusão à data de 18 de maio de 1987, a qual marca a luta antimanicomial, a professora e orientadora Rita Maciazeki, junto com os acadêmicos do curso de Psicologia da FURG, realizaram o evento “Saúde Mental e Direitos Humanos: produzindo estratégias de cuidado em rede”. O encontro proporcionou um debate sobre a luta, realizada até hoje, entre trabalhadores e autoridades da área. O encontro ocorreu na quinta-feira, 17, no CTG da universidade.

A professora Rita explicou que a data é histórica para os trabalhadores da saúde mental e também para os usuários. “Nossa luta começou há 31 anos, quando os trabalhadores da saúde mental se pronunciaram sobre os horrores vivenciados no manicômio e a exclusão da pessoa da sociedade. Lembramos hoje a Carta de Bauru, que foi um marco na nossa trajetória”, afirmou. Ela também ressaltou a importância dos espaços que hoje oportunizam aos usuários para que possam se expressar, diferentemente do que era com os manicômios.

O debate sobre os avanços e desafios da saúde mental e direitos humanos proporcionou ao coordenador Conselho Regional de Psicologia, Bruno Graebin, ao representante da coordenação colegiada do Fórum Gaúcho de Saúde Mental, Márcio Belloc, ao dirigente de saúde mental da Secretaria Municipal de Saúde, Ataulfo Martins e ao representante da Associação dos Usuários de Saúde Mental de Rio Grande, Luiz Sá, relatarem suas experiências na luta antimanicomial. Ainda, comentaram o momento de retrocesso nas políticas públicas da saúde. Os serviços da rede de saúde mental em Rio Grande também foram apresentados.

A professora e coordenadora do curso de Psicologia da FURG, Vera Torres das Neves, falou da importância de tratar qualquer doença como biopsicossocial. “A condição de cidadão é igual para todos, ninguém é culpado por sua doença, genética ou falta de sorte na vida”, explicou.

Já o pró-reitor de Extensão e Cultura (Proexc), Daniel Prado, explicou que o evento faz parte da pauta da gestão da universidade. “A ideia desse momento é justamente construir um projeto de extensão voltado para as questões de saúde mental. Assim, precisamos potencializar as discussões em nível de universidade e articular com outros atores”, disse.

O encontro também contou com a presença das professoras da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Luciane Kantorski e Miriam Alves, que explanaram sobre as abordagens inovadoras em saúde mental e as estratégias de cuidado em rede.

 

Fotos: Fernando Halal

 

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