Encontro da Sbeel quer garantir proteção a tubarões e raias do Brasil

A conservação das espécies de elasmobrânquios é o principal desafio debatido por pesquisadores, docentes e discentes de diversos Estados do Brasil e de outros países, como Argentina, Equador, México, Uruguai e Chile durante o 7º Encontro da Sociedade Brasileira para o Estudo de Elasmobrânquios (SBeel). Com o tema "Os tubarões e as raias como patrimônio vivo do Brasil", o evento é realizado na Universidade Federal do Rio Grande FURG desde o domingo, 07, e se estende durante a semana no Cidec-Sul, Campus Carreiros.

A expectativa é que os seis dias do evento resultem na elaboração de um documento oficial da Sbeel a ser encaminhado aos Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca e Aquicultura quanto à necessidade de proteger e conservar os tubarões e as raias do Brasil. O presidente da comissão organizadora do encontro, prof. dr. Santiago Montealegre Quijano, explica que as características biológicas desses animais, como crescimento lento e baixa fecundidade, tornam essas espécies altamente suscetíveis à exploração e pioram as perspectivas de recuperação natural, caso medidas protetivas não sejam instituídas.

Das espécies brasileiras, 36% estão em alguma categoria de ameaça, o que, na opinião do pesquisador, evidencia a urgência por ações concretas para o aproveitamento sustentável dos elasmobrânquios no País. Entendemos os tubarões e as raias do Brasil como um bem natural comum, e que dado o seu valor em termos de história evolutiva, biodiversidade e economia, merecem e devem ser protegidos pela sociedade: são um patrimônio vivo do Brasil, afirma.

O presidente da Sbeel, dr. Manuel Mateus Bueno Gonzáles, destaca que os encontros sempre são focados em metas e objetivos em torno dos elasmobrânquios e que há necessidade de maior interlocução entre pesquisadores e comunidade. A sociedade civil precisa entender que os tubarões e as raias são um patrimônio que deve ser preservado, afirma. Presente desde a abertura do evento, Gonzáles foi responsável pela palestra Interações entre Humanos e Elasmobrânquios: reflexões do passado e do presente, na manhã desta segunda-feira, 08.

A Sbeel é uma entre as três sociedades voltadas ao estudo dos elasmobrânquios no mundo. As outras duas são norte-americana e europeia.

ABERTURA Além do presidente da Sbeel e do presidente da comissão organizadora, participaram da mesa de abertura, no domingo, 07, o reitor da FURG, João Carlos Brahm Cousin; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Danilo Giroldo; a integrante do Conselho Deliberativo da Sbeel, Rosângela Lessa; o vice-diretor do Instituto de Oceanografia, José Henrique Muelbert; o coordenador do programa de Pós-Graduação em Oceanografia Biológica, Eduardo Secchi; o coordenador do Curso de Oceanologia, Luiz Carlos Krug; e o diretor e curador do Museu Oceanográfico da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e vice-diretor do Instituto Sotto Delatorre, Jules Sotto, apoiador do evento.

A palestra de abertura Três décadas de pesquisa sobre elasmobrânquios no sul do Brasil foi proferida pelo prof. dr. Carolus Maria Vooren, um dos membros fundadores da Sbeel e fundador na FURG do Laboratório de Elasmobrânquios e Aves Marinhas. Seus trabalhos em prol da conservação dos elasmobrânquios no sul do Brasil resultaram em legislação que protege diversas espécies de tubarões e raias.

 

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Dr. Vooren proferiu a palestra de abertura

Dr. Vooren proferiu a palestra de abertura

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