Terminais de virtualização no lugar de CPUs convencionais garantem economia no consumo de energia elétrica e custo praticamente zero em manutenção. A proposta está em funcionamento desde 2008 no Reenge, um dos laboratórios de ensino da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande FURG e nesse período a Universidade deixou de gastar R$ 15.135,65 com energia elétrica. Daria para montar outros dois laboratórios como esse, afirma o técnico de laboratório Miguel Angelo Medeiros que sugeriu, projetou e instalou o sistema.
O segredo para tanta economia está no consumo individual de energia dos terminais: 15 w/h - o mesmo que um radinho de pilha, contra 300w/h de computadores convencionais. Os cálculos foram baseados no custo de R$ 0,44 kw/h, considerando o funcionamento do laboratório 12 horas por dia, 22 dias ao mês. Medeiros explica que o gasto mensal em energia elétrica com os terminais gira em torno de R$ 133,00 e se o laboratório utilizasse CPUs, seria de R$ 491,00. Em dez meses, a diferença é de aproximadamente R$ 3.800, em apenas um laboratório, destaca. Ainda para economizar, o sistema utiliza software de gestão de energia Edson.
O Reenge possui 11 terminais ligados a um servidor, com capacidade para até 30 terminais. Na prática, o terminal funciona como um computador, com entrada para monitor, teclado, caixa de som, cabo USB, entre outros. A necessidade de manutenção diminui, pois cada terminal tem vida útil média de 15 anos e o único computador existente é o servidor. Outra vantagem, segundo Medeiros, é o controle sobre o conteúdo acessado, pois a tela de cada terminal pode ser visualizada pelo controlador do sistema, através do software de controle dos terminais.
Os terminais são fabricados pela NComputing, de Taiwan. Os disponíveis no laboratório foram montados em São Leopoldo através da empresa que na época representava o fabricante no Brasil. O técnico deixa claro que o sistema, entretanto, não é substituto para todas as máquinas, mas uma alternativa para laboratórios de ensino, terminais de consulta ou sistemas administrativos. Desenvolvido para ambiente Linux e Windows, cada terminal pode ser adquirido por um custo médio de R$ 600. Ao exigir menos manutenção e ser mais econômico, o sistema é uma opção dentro da chamada Tecnologia da Informação (TI) Verde. A única alteração que tenho é em software, não em hardware, afirma.
Para maior segurança, o laboratório é monitorado por câmeras e o sistema de iluminação de emergência instalado no prédio utiliza nobreaks, o que garante autonomia de 20 a 30 horas em caso de falta de energia elétrica. O sistema comporta 26 lâmpadas eletrônicas ao custo de uma luminária de emergência e um único nobreak de 1.400 VAs, poderia iluminar todo o prédio por mais de dois dias, explica o técnico. A ativação só ocorre se o ambiente estiver escuro e funciona automaticamente por quatro minutos. Depois desse tempo, apenas se for detectada presença por sensor de movimento.
O servidor do Reenge está localizado na sala onde é gerenciada a rede de internet da Escola de Engenharia, implantada em 1997, por iniciativa de Medeiros. Essa rede foi ligada à conexão de internet da FURG, mantida pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI/FURG) desde 1993 através da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e expandida para todos os prédios da Universidade a partir de 1997. Mesmo com o advento da rede da Universidade, a nossa foi mantida e hoje toda rede da Escola de Engenharia, incluindo Wi-Fi de excelência, está aqui, conta, sobre o local. A rede da Escola de Engenharia possui conexões de fibra ótica e mantém um link para o NTI/FURG.
Além do Reenge, há quatro terminais à disposição dos alunos do Curso de Mestrado em Engenharia Oceânica, totalizando 15 terminais de virtualização.