Professor alerta sobre cuidados com águas-vivas na praia

O aparecimento de milhares de organismos de cor azulada na beira da praia do Cassino pode ser atraente do ponto de vista visual, mas é preciso ter cuidados. Há o risco de uma simples ação urticante (que provoca coceira ao toque, ou seja, produzem uma reação alérgica intensa) até queimaduras significativas.

O professor de zooplâncton do Instituto de Oceanografia da FURG, Erik Muxagata, diz que é preciso evitar essas espécies. Existem casos muito simples, sem grandes conseqüências, até os que necessitam de atendimento médico. Um dos exemplos citados pelo professor é um choque anafilático, uma reação alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a uma substância causadora de alergia.

De acordo Muxagata, desfrutar a praia é muito bom, mas é preciso tomar as devidas precauções para evitar aborrecimentos e problemas de saúde. Os organismos citados pelo professor são usualmente chamados de plâncton azul e compreendem cnidários, sifonóforos e moluscos pleustônicos, que possuem nematocistos e descarregam substâncias urticantes capazes de causar queimaduras na pele.

Caso o banhista entre em contato com essas espécies (também conhecidas como águas-vivas) e sinta os sintomas já mencionados, é preciso retirar os tentáculos dos organismos com vinagre. Se ocorrerem queimaduras, o ideal é procurar auxilio médico. O professor explica que não há razão para alarmes. Basta evitar o contato com esses organismos, orienta.

Dentre os organismos que apareceram na praia do Cassino desde o dia 24 de janeiro, o professor chama a atenção para o nudibrânquio glaucus atlanticus. Esse molusco gastrópoda faz parte do plêuston e geralmente está associada a janthina,vVelella, porpita e physalia. O glaucus preda sobre estes organismos sendo capaz de armazenar os nematocistos ingeridos para utilizar em sua defesa. Logo é possível que possuam nematocistos capazes de queimar banhistas. Na Austrália já foram reportadas queimaduras causadas por glaucus.

Physalia, comumente chamada de caravela portuguesa, é normalmente encontrada na praia do Cassino, porém atualmente não há relatos de sua ocorrência. Physalia é um sifonóforo que possui nematocistos altamente urticantes capazes de causar extensas queimaduras. Janthina, velella e porpita estão ocorrendo em grandes quantidades no Cassino. Segundo Muxagata, apesar de não haver relatos de queimaduras causadas por janthina, velella, porpita e glaucus no Brasil, recomenda-se cautela e que se evitem manusear estes organismos.

 

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Espécie velella

Espécie velella

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