CIP/FURG divulga relatório do Custo do Cesto Básico

Custo de produtos essenciais aumentou nos três locais pesquisados

O Centro Integrado de Pesquisas CIP do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis Iceac, divulgou a pesquisa do Custo do Cesto Básico, relativa ao mês de novembro, feita nos municípios do Rio Grande e São José do Norte e, isoladamente, no balneário Cassino. O cesto básico registrou aumento de preços em Rio Grande de 1,38%, no Balneário Cassino um acréscimo 2,81% e em São José do Norte de 1,88%.

Segundo os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande FURG o custo do cesto básico nas três localidades pesquisadas acompanha a tendência nacional. De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), houve um aumento no valor do cesto em todas as 17 capitais pesquisadas em novembro. Em Porto Alegre, de acordo com pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -Ufrgs o valor do cesto teve um aumento de 2,08% custando R$ 453,67.

O Cesto Básico é composto por 51 produtos, divididos nos grupos de: alimentação; higiene; limpeza e gás de cozinha. Também fazem parte do cesto o cigarro e a cerveja. As despesas do cesto básico correspondem em média a uma família de três pessoas com uma faixa de renda média de um a 21 salários mínimos.

A metodologia que gerou o cesto básico envolve o comportamento das famílias em relação aos principais itens adquiridos mensalmente. Por isto, mesmo que teoricamente não faça sentido o cigarro e a cerveja serem itens básicos no consumo das famílias, o cesto básico reflete que as famílias assim os consideram frente às suas escolhas.

Rio Grande - O cesto básico para o município de Rio Grande no mês de novembro registrou aumento de preços em termos monetários de R$5,89. No mês de novembro o custo do cesto foi de R$ 432,39 uma elevação de 1,38% ao compará-lo com o custo do cesto básico do mês anterior, quando seu valor foi de R$ 426,49.

Na cidade do Rio Grande, o setor que mais contribuiu para a elevação do cesto foi o de Produtos Industrializados, como por exemplo, a cerveja, o queijo lanche/mussarela e o refrigerante, com variação positiva de 41,05%, 8,97% e 3,77% respectivamente.

A cerveja, carne bovina e o arroz foram os produtos que mais contribuíram para o aumento no valor do cesto para o consumidor neste mês de novembro, com uma variação positiva de 41,05%, 4,56% e 12,73% respectivamente.

Já os produtos que apresentaram maiores variações negativas foram os produtos do setor In Natura como: a alface com queda de 39,18%, o tomate com diminuição de 32,81%, a cebola com queda de 29,21% chegando a custar R$0,48 o quilo e a cenoura com queda de 28,53%.

Cassino - O cesto básico no balneário do Cassino no mês de novembro foi de R$ 434,80 representando um acréscimo em termos monetários de R$ 11,90, comparado ao mês de outubro no qual o custo foi de R$ 422,90.

O setor que mais contribuiu para o aumento no valor do cesto foi o de produtos de limpeza, como por exemplo, o alvejante e o sabão em barra com uma variação positiva de 69,35% e 15% respectivamente.

Por outro lado, o setor que apresentou uma variação negativa, ou seja, uma queda significativa de preços foi o setor in natura como a cebola, laranja e a batata inglesa com uma queda de preço de 18,55%, 16,04% e 13%.

São José do Norte - São José do Norte, no mês de novembro, teve um aumento no valor do cesto, sendo de 1,88% a variação positiva do cesto, custando R$ 418,53, o que demonstra um aumento em termos monetários de R$ 7,73 ao comparar com o mês de outubro, o qual o custo do cesto foi de R$ 410,80.

Os produtos que apresentaram maiores contribuições positivas para o aumento do valor do cesto foi os produtos do setor de Produtos de Elaboração Primária, como por exemplo, a carne bovina e o leite longa vida, com elevação de 12,02% e 6,52% respectivamente. Cebola, alface e tomate tiveram variações negativas, com uma queda no seu preço de 45,45%, 23,53% e 19,12% respectivamente.

No mês de outubro 18 produtos apresentaram elevação em seus preços, nove produtos se mantiveram constantes e 24 produtos apresentaram redução em seus preços.

São José do Norte continua sendo o melhor local para os consumidores realizarem suas compras em relação ao custo do cesto básico, nas cidades pesquisadas.

Motivos das variações de alguns produtos - Conforme os pesquisadores do CIP, a queda observada nos preços de produtos in natura se deu em função de período de colheitas desses produtos na região sul do país. São José do Norte, Mostardas e Tavares, por exemplo, já começaram a colheita da cebola. A expectativa, de acordo com a Emater/RS, é de que a produção em Tavares e em Mostardas seja de 30,8 mil toneladas.

Já no Paraná a produção de cenoura foi tanta que os produtores estão destruindo parte de produção, a caixa que custava R$ 20 no ano passado, está custando neste ano R$ 5.

O fenômeno La Niña, o qual traz uma redução nas chuvas, preocupa bastante os produtores. Algumas plantações se beneficiaram com o clima, por estarem com boas reservas de água no solo, acumuladas no inverno deste ano como, por exemplo, o trigo, tomate e a batata inglesa, mas a continuação deste fenômeno pode vir a prejudicar muitas lavouras e pastos. Alguns pastos já vêm sendo prejudicados com uma diminuição na qualidade devido à estiagem causando o aumento dos preços da carne bovina, leite longa vida e o queijo.

Já em função das festas de fim de ano, e do começo do verão, alguns produtos começam a ter maior demanda, como o caso da cerveja e da carne. Consequentemente, o preço sobe e esse aumento do preço já está sendo observado na área urbana de Rio Grande, onde teve um aumento de 41,05% e 4,56% respectivamente. No Cassino, o aumento foi de 8,45% na cerveja.

Equipe Técnica - Coordenadores: Profs. Flavio Tosi Feijó e Tiarajú Alves de Freitas. Bolsistas Acadêmicos Abelardo Soares, Alécio Duarte, Graziele Peixoto Souza, Laura Gaieski, Raquel Pereira Pontes.

 

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