O público que foi ao Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro (Cidec-Sul) no início da noite de sábado (4) foi brindado com um espetáculo raro em Rio Grande: a apresentação do candombe, uma manifestação artístico-cultural expressa no Uruguai, com o grupo Mundo Afro. A apresentação ocorreu no hall de entrada do prédio durante o Geribanda, Movimento de Arte e Cultura na FURG, que se encerra nesta segunda-feira.
O som dos três tambores utilizados e o gingado dos integrantes do grupo entusiasmaram os assistentes. Houve até quem entrasse no ritmo da dança.
Um dos três integrantes do grupo que veio a Rio Grande, Frederico Parreño, explicou que os instrumentos (tambores) têm que ser tocados em sincronia. Sem alcançar essa harmonia, não é cambombe. É preciso tocar e cuidar os outros dois tambores, afirmou.
O grupo possui 12 integrantes. O Mundo Afro já havia estado na 36ª Feira do Livro da FURG, em 2009. Participaram ainda da apresentação Paolo Lemos e Cindy Parreño.
Origens
As origens do candombe estão nas procissões cerimoniais dos "Reis do Congo" do período da escravidão africana na América do Sul. O ritmo está relacionado a outras formas musicais da origem africana encontradas nas Américas, como as cubanas son e tumba e as brasileiras maracatu e congada. A forma tinha se desenvolvido até o início do século 19 e foi imediatamente vista como uma ameaça às elites, que procuraram proibir a música e a dança em 1808.
Candombe é o que sobrevive da herança ancestral das raízes bantu, trazido pelos negros que chegaram pelo Rio da Prata. Esse ritmo viajou para o Uruguai com os escravos negros da África, e ainda continua forte nas ruas, salões e carnavais do país.
