As 300 cadeiras do auditório Vicente Mariano Pias, área acadêmica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande FURG, foram facilmente ocupadas na noite de quinta-feira, 9, para a abertura do 1º Simpósio Informativo sobre Crack Quebrando esta Idéia. O evento, que vai até a manhã de sábado, é promoção da Faculdade de Medicina, com iniciativa dos estudantes da Associação de Turma Médica ATM 2013. As vagas para o simpósio foram ocupadas poucos dias depois de abertas.
Conforme a estudante Clariana Maurente, do 3º ano de Medicina, a idéia de realizar o simpósio veio da angústia dos acadêmicos ao perceberem, nas aulas práticas ambulatoriais, grande quantidade de atendimentos a dependentes da droga. As informações que os estudantes dispunham sobre causas, conseqüências e interferências do crack no organismo, porém, não vinham na mesma quantidade.
Para a professora Isabel Oliveira Netto, supervisora do simpósio, a iniciativa dos acadêmicos foi de suma importância, inclusive porque desafiou os professores a buscar mais informações. Aprendi com vocês, disse a professora na abertura do evento, e é isto que queremos: que os estudantes nos desafiem sempre a aprender mais.
O reitor João Carlos Brahm Cousin também saudou a iniciativa dos acadêmicos e conclamou a realizarem a segunda edição, no próximo ano, tendo por local o Cidec-sul, onde caberiam 1.200 pessoas. A lotação completa deste auditório (HU), disse o reitor, mostra que a sociedade quer e busca informações para combater esta epidemia que se alastra a cada dia e destrói o tecido social. Assim, Cousin acredita que a Universidade cumpre seu papel ao pesquisar, informar e buscar solução ao problema social.
PROGRAMAÇÃO O professor da FURG, coordenador do Centro Regional de Estudos, Prevenção e Recuperação de Dependentes Químicos Cenpre, Fernando Amarante Silva, também vice-presidente do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, foi o primeiro palestrante. Ele mostrou como o crack foi criado pela indústria do tráfico e como se tornou popular. Informou como se dá rapidamente o vício e os efeitos do crack no organismo.
Em vídeo ou pessoalmente, o simpósio está mostrando depoimentos de dependentes e ex-dependentes do crack. No primeiro dia, também palestraram a professora e presidente do Comitê de Ética em Pesquisa na área da Saúde da FURG Eli Sinnott Silva e o professor doutor Lino Zanatta, mestre em Clínica Médica e preceptor da Residência em Psiquiatria da Santa Casa do Rio Grande.
O simpósio vai até a manhã de sábado, quando palestrarão os psiquiatras prof. dr. Félix Kessler, vice-diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Ufrgs e prof. dr. Luiz Antonio Saint Pastous Godoy, diretor técnico da clínica São José (Porto Alegre). Ainda falará no sábado o coordenador do Centro de Atenção Psicosocial em Álcool e Drogas Caps AD Rio Grande Eder Gonçalves Portes.