Criado o Laboratório de Problematização e Intervenção Socioambiental

Coordenado pela professora doutora em Educação Ambiental, Virginia Maria Machado, o Laboratório de Problematização e Intervenção Socioambiental (Lapis) foi criado para abrigar o ensino, pesquisa e extensão. O objetivo é reunir e refletir sobre o conhecimento científico produzido sobre o município e arredores a respeito das questões socioambientais para desenvolver modelos heurísticos (conjunto de regras que visa à resolução de um problema) para a prática de pesquisa, problematização, intervenção e avaliação de impacto socioambiental.

A professora Virginia explica que a ideia é poder contribuir para a gestão de resolução de problemas socioambientais e dar visibilidade ao que já foi estudado, descobrindo a demanda, avaliando o impacto socioambiental das intervenções de ensino, pesquisa e extensão propostas por instituições governamentais e não-governamentais locais.

Criado em junho deste ano, o Lapis reunirá, além de docentes e técnicos, alunos de graduação e pós-graduação com atividades específicas ao seu nível acadêmico. Dentre as atividades estarão as previstas para a realização de prática de pesquisa, oferecida à comunidade universitária e à rede escolar local. Esse programa de extensão está vinculado ao Instituto de Educação (IE) e ao Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental (PPGEA). As ações promovidas pelo Laboratório serão resultado das pesquisas de seus integrantes e parceiros.

A comunidade do município poderá propor problemas a serem estudados pelo Lapis. Será criado um banco de dados de ações pesquisadas e das aplicadas e avaliadas sob o ponto de vista do impacto socioambiental ao seu público-alvo. O Laboratório funcionará na sala B 14, Anexo do Pavihão 4 - Campus Carreiros. Mais informações no blog lapisfurg.blogspot.com ou com a coordenadora, pelo e-mail virginiamachado@furg.br. Há ainda o telefone (53) 3293-5001.

Diz a professora:

Temos entendido que os tempos e espaços para problematizações e

intervenções fundamentadas são cada vez mais escassos. Temos sido

soterrados por uma supermodernidade (Augé, 2005) que desafia nossa

capacidade de resistir à marcha do senso comum e da falta de reflexão

crítica sobre o que fazemos. O Lapis pretende amenizar o problema de duplicação sucessiva de ações da FURG em nível de pesquisa e de práticas intuitivas sobre problemas socioambientais locais.

Reforçamos que a multiplicidade de estudos e práticas sobre a mesma coisa, sem visibilidade de avanços teórico-práticos, merece organização e reflexão. Precisamos dar visibilidade ao que já foi estudado para avançar na avaliação dos impactos socioambientais da pesquisa-ação e participante e, à demanda espontânea de problematizações ainda inexploradas.

Outra justificativa é a importância de produzirmos uma cultura da

resolução de problemas socioambientais, já que as atividades e banco de

dados extensionistas do Lapis terão como o foco a identificação, a

problematização, a intervenção e avaliação de impacto socioambiental pela

urgência em desenvolvermos essa competência para a construção da cidadania.

O cidadão e a cidadã atuais, cada vez mais, deparam com a complexidade dos problemas ligados às conseqüências da modernidade. Pensar a resolução de problemas socioambientais como um trabalho (labor) diário da vida cotidiana pode intensificar a estruturação cognitiva necessária para as configurações do pensamento sistêmico e das competências para a tomada de decisão, tanto em educação ambiental quanto em gestão.

 

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