Evento da FURG aborda a presença do homem na América do Sul

A realização do 1º Ciclo Sul-Americano de Conferências de Arqueologia Pré-Histórica e 2ª Semana Acadêmica de Arqueologia está permitindo a acadêmicos, professores e profissionais ligados à área enriquecerem os seus conhecimentos sobre o assunto. Especialistas estão trazendo informações que são úteis para o aprendizado e a compreensão da Arqueologia.

Na tarde desta quarta-feira (26), por exemplo, a professora doutora Águeda Vilhena Vialou abordou o tema Santa Elina e os Povoamentos Antigos da América do Sul. As palestras e conferências são realizadas no auditório do Centro Integrado de Desenvolvimento Costeiro (Cidec-Sul). Os trabalhos acadêmicos, nas salas menores distribuídas no prédio.

O sítio arqueológico de Santa Elina é uma fazenda localizada no município de Jangada, distante 82 quilômetros de Cuiabá (MT). Naquele local foram encontrados indícios da presença humana há pelo menos 25 mil anos. Isso contestaria as informações da presença do homem na América em, no máximo, 15 mil anos atrás.

Os vestígios foram encontrados por um grupo de cientistas (entre eles a professora Águeda) de São Paulo e França, com colaboração de estudiosos de outros países. Eles se resumem a três fragmentos de ossos de animais, nos quais foram constatados com exames laboratoriais, cortes e polimentos que se supõe só podem ter sido feitos por homens.

O sítio de Santa Elina começou a ser pesquisado em 1985, depois que o proprietário da área informou aos atuais pesquisadores um trecho de 2,5 metros de terra que era totalmente preservado das alterações do tempo. Estudos indicaram que aquela faixa de terra não recebia água da chuva e nem os raios de sol havia 6 mil anos.

O fato ajudou na preservação de ossos, cerâmica, fibras de vegetais trabalhados e fragmentos de madeira escondidos pela lenta sobreposição de camadas de terra. A proteção natural do trecho é feita pela contraposição de uma rocha a um paredão de pedra onde também foram encontradas pinturas rupestres.

Durante as escavações, foram encontrados ossos de um bicho preguiça gigante de três metros de comprimento. De acordo com a professora Águeda, os cientistas não localizaram ossos humanos. O evento prossegue nesta quinta-feira com a conferência do professor mestre Gonzalo Figueiro, além de trabalhos acadêmicos e minicursos.

 

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Professora faz parte de um grupo de cientistas da área de Arqueologia

Professora faz parte de um grupo de cientistas da área de Arqueologia

Assunto: Arquivo