Rio Grande registra alta de 2,78% no cesto básico em fevereiro

O custo do cesto básico em Rio Grande no mês de fevereiro custou R$ 428,74, um aumento de 2,78% na comparação com o mês de janeiro, quando o valor foi de R$ 417,13. A diferença em relação aos meses de fevereiro e janeiro representa um acréscimo de R$ 11,61 no bolso do consumidor. A conclusão é do Centro Integrado de Pesquisas (CIP), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

O Setor de Produtos de elaboração primária foi o que mais contribuiu para o aumento do cesto, como, por exemplo, carne bovina e o leite longa vida, com uma variação positiva de 8,84% e 4,62%, respectivamente. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o aumento de preços da carne bovina é devido ao incremento das exportações e à retomada do comércio mundial. Além disso, a expectativa para os próximos meses é de curva ascendente.

Em São José do Norte, houve um aumento no custo do cesto básico de 2,67%, passando de R$ 399,29 para R$ 409,96. O acréscimo em termos monetários foi de R$ 10,67, fato que pode ser observado na elevação dos preços de 25 itens do cesto. Assim como Rio Grande, um dos setores que mais contribuíram para esse aumento foi o de elaboração primária, destacam-se a carne de frango e o leite longa vida com, uma variação de 31,98% e 14,89%, respectivamente.

No balneário Cassino também foi feita a pesquisa, tendo sido apurado o valor de R$ 419,45, o que representou uma elevação de R$ 4,58 comparado ao mês de janeiro, quando o custo foi de R$ 414,88. Os produtos que mais contribuíram para a elevação do cesto foram do setor in natura, destacam-se a cebola, com aumento de 158,72%, e a batata inglesa, com 39,29%.

O aumento do preço do leite longa vida para Rio Grande e São José do Norte foi devido a uma redução significativa da produção do produto devido ao calor, antecipando o período de alta. O que apresentou considerável elevação para Rio Grande e o balneário Cassino foi o açúcar, explicado pelo aumento das vendas para o exterior. De acordo com o Centro Integrado de Pesquisas, que é vinculado ao Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac), tal fator faz com que os preços elevem-se.

O preço do tomate obteve uma variação positiva nas três localidades. Esse aumento é reflexo da diminuição das chuvas e elevação da temperatura, o que provocou o amadurecimento e diminuição da oferta do produto.

O custo do cesto básico das três localidades citadas segue a tendência nacional de aumento de preços, pois em 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) houve alta nos preços dos gêneros alimentícios. Porto Alegre também registrou aumento no cesto básico, de 1,10%, passando a custar R$ 437,78 no mês de fevereiro.

Metodologia

A atual metodologia utilizada pelo CIP calcula o cesto básico com algumas modificações. As mudanças iniciam-se pelo número de itens que compõem o cesto básico, saindo de 54 produtos da composição passada para 51 na nova formação. Além disso, ocorreram alterações: esponja de aço, fósforos, leite natural tipo C, biscoitos doces e salgados, farinha de mandioca e ervilha em lata não fazem mais parte do cesto.

Por outro lado, entram no novo cesto básico amaciante de roupa, leite longa vida integral e bolacha recheada. Uma das importantes causas das mudanças no valor do cesto está relacionada à média do número de membros da família que reduziu de aproximadamente quatro pessoas da Pesquisa Orçamentária Familiar (POF) 1994/1995 para três pessoas na POF 2002/2003, significando uma queda de 25% na composição média familiar, considerando a faixa de renda de 1 a 21 salários mínimos.

A POF 2002/2003 apontou uma transformação importante ocorrida nos hábitos de consumo das famílias pesquisadas nesses oito anos de intervalo entre as POFs, que foi o aumento nos gastos com despesas de alimentação fora do domicílio. Essa mudança no comportamento dos gastos externos contribuiu para a redução nas quantidades dos produtos que compõem o cesto básico e, conseqüentemente, sobre o seu valor.

Com a antiga metodologia, o custo do cesto básico para Rio Grande ficou em R$ 731,13, com variação positiva de 3,39%. Já o cesto do balneário Cassino apresentou uma variação de 0,12 %, custando R$ 719,88.

Mais informações sobre o CIP podem ser obtidas no site www.cip.furg.br. Nesse site o visitante poderá ter acesso à serie histórica do custo do cesto básico nos três locais onde o CIP realiza a pesquisa, participar de enquetes, entrar em contato com os integrantes e também obter informação sobre mais projetos que o Centro realiza.

 

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