Ronaldo Mota: Educação deve ser a maior das prioridades

O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Ronaldo Mota, proferiu na tarde desta quarta-feira, 5, a Aula Inaugural do ano letivo 2008, na Fundação Universidade Federal do Rio Grande Furg. A palestra aconteceu no novo auditório do Cidec-Sul, Campus Carreiros, e reuniu grande número de docentes , técnicos em educação e estudantes.

Para Mota, o grande destaque do atual momento no Brasil é o enfoque de que a educação é uma prioridade do País e faz parte da consciência nacional, a maior de todas as prioridades, como definiu. Lembrou duas situações vividas pelos brasileiros em décadas anteriores, quando o clamor era primeiro a democracia e, depois, a estabilidade da economia. Ambos os momentos foram alcançados, a tal ponto que as gerações de hoje muitos da platéia eram jovens calouros da Furg já as têm como naturalidades e não conhecem a vida sem elas. Hoje, disse o secretário, democracia e preços estáveis fazem parte da vida destes jovens. É impensável retirá-las. O mesmo deve acontecer com a educação num momento, luta-se por ela e a geração seguinte já a terá como naturalidade.

SUPERIOR X BÁSICA Para Ronaldo Mota, um grande equívoco vivido pelo setor educacional brasileiro, durante décadas, foi pretender definir um foco para a atenção à educação. Dizia-se que a educação básica era a prioridade e isto desobrigava o Estado com a educação superior, resumiu o secretário. No entanto, o grande erro deste pensamento, na opinião do palestrante, é que a educação básica não se faz sem uma formação continuada do professor e isto, por sua vez, só é alcançado com a boa qualidade do ensino na universidade e a ampliação da sua atuação, em conjunto com municípios e estados.

Por outro lado, sem a educação básica de qualidade, também não chegarão à Universidade estudantes com boa formação para desenvolver-se plenamente. Assim, acredita Mota, só há um foco a ser dado: prioridade total à educação plena. Ele entende que o Plano Nacional de Educação, que irá completar um ano em abril, já é um marco na mudança de concepção educacional, tendo 5.300 (dos 5.600) municípios do País aderido ao PNE, além da maioria dos Estados. Destacou a Universidade Aberta do Brasil, sistema do qual a Furg já faz parte para propiciar educação a distância, como um sistema para que os professores melhorem seu trabalho.

Também citou os números do Brasil na produção científica, dizendo que o Brasil cresce, neste item, em velocidade bem maior que qualquer outro país, incluindo Estados Unidos e União Européia. Embora não haja produção científica na mesma proporção, este crescimento mostra o potencial que o Brasil possui. O lamentável, disse Mota, é que os números não mostram o mesmo desenvolvimento para o ensino das ciências, ou seja, desenvolvemos pesquisas mas não sabemos ensinar ciências por não valorizar e incentivar o professor desta área.

Os quatro pilares que, segundo Ronaldo Mota, vão sustentar o desenvolvimento da educação brasileira são: ampliar o acesso; crescer com qualidade; inclusão social e reconhecimento da diversidade e extensão territorial brasileira.

 

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