Projetos desenvolvidos na FURG focam no fortalecimento da atividade pesqueira

Dois projetos inseridos no Polo de Modernização Tecnológica do Litoral Sul – Setor Pesqueiro, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do RS (SDECT) e financiado pela SDECT através de recursos financeiros do Banco Mundial estão sendo desenvolvidos na FURG. O projeto "Fortalecimento da atividade pesqueira na Região Sul" aprovado no ano Edital de 2015 tem como objetivo fortalecer a atividade pesqueira da região sul através da qualificação do pescado produzido, do desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de metodologias para a produção de gelatina, filmes biopoliméricos e óleo de alto valor agregado, a partir dos resíduos de pescado, e do auxílio às cooperativas na implementação e/ou melhoria no sistema de tratamento do efluente gerado.

O projeto "Desenvolvimento e validação de produtos obtidos a partir de resíduos da indústria pesqueira na Região Sul – RS", aprovado no ano Edital de 2016, tem por objetivo incentivar a inovação na economia da pesca através do desenvolvimento e da validação de produtos derivados do resíduo da atividade pesqueira, da interação universidade e comunidade para transferência de tecnologia e da capacitação dos pescadores para a diversificação da produção atrelada ao pescado. Os dois projetos envolvem pesquisadores da Escola de Química e Alimentos (EQA) e do Instituto de Oceanografia (IO) da FURG, e tem também a participação do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (Nudese-FURG) e de cooperativas de pescadores artesanais, que vêm sendo inseridas gradativamente no ambiente acadêmico.

Os projetos reforçam a importância do papel socioeconômico da pesca na ocupação de mão de obra, na geração de renda e na oferta de alimentos para a população. A ideia é aplicar técnicas para a melhoria no destino e tratamento dos resíduos, incluindo efluentes e sobras não comercializadas do pescado, e também fornecer suporte técnico para estas demandas. Além disso, estão inseridas ações como a elaboração de cursos e palestras tratando desses temas e da análise da qualidade do pescado.

Neste terceiro ano de atuação, o programa tem como pilares a realização de um levantamento das demandas dos pescadores artesanais e também da indústria da pesca, e a qualificação das etapas de processamento do pescado, além de promover a diminuição dos resíduos e buscar a geração de fontes de renda através de novas tecnologias simples e de fácil implantação. Para tanto, são realizados cursos de capacitação e treinamento dos pescadores diretamente nas comunidades e na universidade. Para explicar as etapas do processo, algumas videoaulas já foram gravadas e serão exibidas nas próprias comunidades de pescadores. Adicionalmente, os pescadores artesanais serão convidados a participar de um dia de campo dentro da universidade para conhecer os laboratórios e trocar conhecimentos sobre produção de gelatina, óleo e outros produtos derivados do pescado.

O financiamento dos projetos pela SDECT via Banco Mundial foi de suma importância para o avanço das pesquisas, pois os laboratórios dos docentes inseridos no projeto foram estruturados através da compra de equipamentos, possibilitando aos pesquisadores focar suas pesquisas no aproveitamento de produtos derivados de resíduos da pesca e de toda a atividade pesqueira, a exemplo do óleo de pesca, e também induzir ações para agregar valor à cadeia produtiva artesanal, transmitir para as cooperativas o conhecimento adquirido ao longo de anos de estudos. Com isto ganham as cooperativas, os cooperados, a universidade e também a sociedade, pois podemos verificar no seu dia a dia os efeitos da pesquisa que é desenvolvida na FURG em parceria com todos os atores envolvidos.

Outra possibilidade futura que se abre com a aquisição e estruturação desses laboratórios é atender indústrias de pescados de Rio Grande, uma vez que atualmente costumam recorrer a laboratórios de outros estados para avaliar a qualidade do seu produto, o que demanda grandes esforços de logística e custos financeiros.

Para o pleno desenvolvimento das atividades dos projetos estão sendo firmadas parcerias com a Emater, a Secretaria Municipal da Pesca e as cooperativas de pescadores de toda a região Sul do Estado para ir até as comunidades e também inseri-las no ambiente acadêmico. "Nesse processo de troca de conhecimento, pretende-se que os pescadores ganhem mais confiança e se aproximem ainda mais da universidade, assim como que o ambiente acadêmico possa retribuir à comunidade todo o investimento recebido", afirma o professor Ednei Primel, da Escola de Química e Alimentos (EQA).

 

Assunto: Arquivo