ACOLHIDA CIDADÃ

Lideranças indígenas femininas farão a Aula Inaugural no dia 3 de maio

Dentro da programação do Abril Indígena, Telma Taurepang e Shirley Krenak abordarão temas como saberes tradicionais, educação e ecologia

Photograph: Divulgação

Um dos momentos mais aguardados da Acolhida Cidadã da FURG, a Aula Inaugural deste ano terá como convidadas duas grandes vozes do protagonismo feminino indígena.

As ativistas Telma Taurepang, coordenadora geral da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), e Shirley Krenak, escritora e jornalista que atua na defesa dos direitos indígenas e dos rios sagrados contra a mineração, apresentam a palestra "Saberes indígenas e educação: diálogos interepistêmicos" no dia 3 de maio. O evento terá caráter híbrido, com transmissão direta do Cidec-Sul, via YouTube, a partir das 19h.

A mediação será feita pela professora Elisa Celmer, da Coordenação de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidade (Caid). Os ingressos físicos para a Aula Inaugural serão limitados e serão oferecidos através do Sistema de Inscrições (Sinsc). O link será divulgado em breve.

Para o reitor Danilo Giroldo, a presença da dupla de lideranças indígenas femininas ministrando a Aula Inaugural tem "uma simbologia muito forte" e que representa um conjunto de temas muito importantes não apenas para a universidade, mas para a sociedade brasileira como um todo. O reitor defende que é na universidade onde se desenvolve o saber científico, mas ressalta que ela também deve estar atenta à importância dos saberes tradicionais.

"A Aula Inaugural é um espaço fundamental para nos somar à luta dos direitos dos povos originários pela terra, pela valorização e proteção de sua cultura. O evento chega para reforçar, ainda, a presença da diversidade no ensino superior como um elemento fundamental para que a universidade represente a sociedade brasileira e possa, de fato, atender às próprias demandas sociais", completa o professor Giroldo.

O evento integra a programação do Abril Indígena, que será tema do FM Café desta terça-feira, 19

As palestrantes
Natural da comunidade indígena mangueira e coordenadora geral da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (Umiab), Telma Taurepang é professora e acadêmica em Antropologia, na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Dedica sua vivência à busca pelo reconhecimento e pelos direitos das mulheres indígenas, atuando como articuladora no Green Climate Fund junto aos governos estaduais da Amazônia Brasileira.

Para Telma, a inserção dos povos indígenas no ambiente acadêmico é "uma vitória daquelas lideranças que lutaram por um passo dado para dentro das universidades". Segundo ela, é o avanço do conhecimento acadêmico mais profundo. "O conhecimento tradicional reúne dentro das universidades o valor dos povos indígenas, dando visibilidade à existência e resistência das mulheres indígenas ao longo dos seus 522 anos de luta", resume a palestrante.

Ativista indígena, Shirley Krenak pertence ao povo indígena Krenak do leste do estado de Minas Gerais. Atualmente, desenvolve diversos projetos educacionais e de fomento à cultura indígena, sendo autora dos livros "A Onça Protetora" e "Krenak Ererré". Coordena o Instituto Shirley Djukurnã Krenak, uma associação sem fins lucrativos criada para contribuir e assessorar atividades sociais, culturais e socioambientais.

Shirley é coordenadora pedagógica de cursos de extensão voltados para a história indígena do Brasil, desenvolvidos em parceria com o Núcleo de Agroecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora – Campus Governador Valadares. A palestrante também desenvolve trabalhos terapêuticos ancestrais voltados para a cura e para o despertar do ser humano.

Respeito e afetividade
Realizado no início de cada semestre letivo, conforme previsto no Calendário Universitário, o programa da Acolhida Cidadã é organizado pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) em parceria com unidades acadêmicas e administrativas.

A Acolhida da FURG tem como principal objetivo recepcionar e integrar os novos estudantes à vida universitária por meio de ações pautadas no respeito e na afetividade. São duas semanas de atividades que visam fortalecer o espírito de receptividade e integração na universidade.